As duas faces do meu chefe romance Capítulo 59

Layonel

Apoio às mãos sobre a mesa enquanto encaro a figura de Ivan a minha frente. Seu rosto todo marcado de roxo e com cortes profundos que satisfaz meu ego de forma surpreendente, mas confesso que queria bater muito mais nele, pena que não posso.

- Eu só quero ver a minha filha. -A bochecha inchada faz sua voz falhar devido a dor.

-Você é um merda e eu mesmo vou garantir que nunca mais chegue perto daquela criança. - Meu pai toma a frente e desvio meu olhar de Ivan para encara-lo.

Não estou surpreso que ele esteja na delegacia para cobrar o que é dele, mas estou surpreso por ele estar tomando minhas dores como se fossem dele.

-O que foi? Estou errado? - Pergunta intrigado por perceber que o encarava mais do que deveria.

-Nem um pouco. -Comento cruzando meus braços sobre o peito voltando a encarar Ivan que está algemado e sentada em uma cadeira de frente para nós.

Pela manhã, tanto eu quanto Hana fomos obrigados a vir depor sobre ocorrido e mesmo que não fôssemos obrigados teríamos vindo.

Ivan é um cretino que só quer usar minha Daisy para seu próprio bem e isso jamais vou permitir mesmo que me custe tudo o que tenho, ninguém tocará na minha criança, ela é minha filha e protegerei com unhas e dentes se necessário.

O que me deixa mais irado é ver como Hana ficar abatida com tudo isso. Ela se sente culpada por ver a tristeza de Daisy quando pergunta do pai, mas é correto deixá-la se aproximar para depois saber que ele sumirá novamente?

Sinceramente não sei, mas por autopreservação escolhemos que a melhor opção é deixá-la imaginar que o pai ainda está viajando e quem sabe quando ele for apito e digno -coisa que ele não é e, está bem longe de ser- deixar que se aproximem.

A porta se abre e vejo o delegado Bruno Jalles entrar. Levanto-me assim como meu pai para cumprimentá-lo e finalmente decidirmos o que fazer com Ivan, afinal, Bruno tinha ligação direta com o Juiz e podia dizer umas verdades ajudando em seu julgamento final.

-Drevitch. -Cumprimenta meu pai e logo em seguida a mim.

Aperto sua mão o observando com certa cautela. Sei que meu pai e ele eram amigos de longa data, mas eu não tinha uma ligação muito próxima com ele.

- Já li todo o relatório e recebi as imagens dos braços da sua noiva. - Ele volta sua atenção para mim, mas logo se volta para Ivan. -Isso renderá bons anos na prisão, além da pensão atrasada e pelo que sei, você ainda tem uma dívida pessoal com Zoy? Que má sorte caro rapaz, não podemos cobrar os juros pela dívida que fez no nome da sua ex-esposa, mas tenho certeza que o Zoy aqui. -Bate no ombro do meu pai. -Se encarregará de cobrar suas dívidas. -Bruno volta sua atenção para Ivan que logo está espumando ódio sem poder fazer nada.

- Eu quero meu advogado. - Diz irado.

-Você terá seu advogado na hora que eu quiser chama-lo. -Bruno diz o observando de cima. -Mas sentem rapazes. - Ele se volta nós novamente.

- Eu vou contar tudo que está acontecendo aqui, isso é abuso de poder. -Ivan cospe com irá e minha paciência já estava indo para o saco, não demoraria muito para mim me enroscar com ele novamente e dessa vez não aceitaria parar tão cedo.

- Olha aqui rapaz, você não tem direito a nada aqui. O seu direito é se calar e ouvir a proposta dos dois, seu caso não é dos melhores. Você invadiu uma empresa particular, está foragido a meses, ameaçou sequestrar a própria filha, deve pensão, usou o nome da ex-esposa injustamente e isso se enquadra em várias leis que nem mesmo vou citar. Agrediu ela quando ela já havia feito um boletim de ocorrência e as marcas no corpo dela provam isso, além das filmagens de sua coação dentro da empresa. Somente isso te jogará na cadeia por belos e longos anos. Sem contar que toda sua ausência para com sua filha lhe enquadra em abandono de incapaz e para piorar sua situação como eu já disse, você quase levou sua esposa a falência, isso tudo pesa contra você, pois sua filha é depende da mãe que você queria ferrar, mas saiu ferrado. -Bruno respira destilando todo o seu ódio em cima de Ivan que se cala na mesma hora assustado. - Eu devo ter esquecido de algo, mas vamos para o próximo tópico, ele é tão burro que chega a dar pena.

Bom, tenho que confessar que agora gosto um pouco mais de Bruno. Acomodo-me na cadeira ao lado do meu pai, de frente para Ivan e Bruno permanece em pé.

- Vou ser direto porque não tenho tempo para ficar enrolando. - Falo de uma vez. - Eu não quero esse homem perto da minha família novamente.

- Minha família. -Ivan corrige.

- Minha, caro Ivan, apenas minha. Eu não vou deixar você encostar um dedo sujo seu em Daisy, aquela menina é meu ouro e, diferente de você, eu daria minha vida pela dela. Sem contar que se você relar em Hana novamente ou cogitar essa possibilidade eu juro que vou ma....-Bruno me interrompem.

-Sem ameaças tão cruas por mais que eu goste da ideia.

Sabia que era errado dizer aquelas coisas naquele local, mas eu estava sendo bem sincero.

-Hana é uma vadia. - Ele cospe com irá e posso ver o ódio estampado em seus olhos.

Nem mesmo penso quando vejo já estou debruçado sobre a mesa segurando a gola da sua blusa com as duas mãos pronto para pintar o outro lado do seu rosto de vários tons de roxos.

As mãos de Bruno em meus ombros forço-me a parar e obriga-me a sentar novamente impedem que eu continue meu ataque.

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