Bela Flor - Romance gay romance Capítulo 82

ㅡ Vamos pela escada? ㅡ Ouço Hanguk perguntar quando paramos de frente com ela e o elevador. ㅡ São vinte e dois andares. O elevador nos levará diretamente para o terraço. ㅡ ele diz, conhecendo bem o prédio.

ㅡ Mas seria muito óbvio. Além deles poderem nos parar lá, eles ficariam sabendo onde estaríamos. Vamos pelas escadas, é o único jeito.

Ele concorda. Ergo meus olhos antes de enfim adentrar o prédio. Me pergunto se Jaejun está realmente lá em cima.

Eu não sei o que farei se isso não acabar aqui e agora.

Era apenas eu e Hanguk contra o que fosse que nos esperava. Com nossas armas em punho, tentamos não fazer barulho ao subir cada uma das dezenas de escadarias.

E quando estávamos no décimo segundo, Hanguk pediu por um tempo para respirar.

ㅡ Não dá pra esperar. ㅡ Falei, o observando respirar como se tivesse corrido uma maratona. ㅡ Quer ficar aqui? Eu subo sozinho.

ㅡ Não. ㅡ ele disse, respirando fundo e enfim seguindo. ㅡ Estamos nessa juntos.

Quando enfim chegamos ao vigésimo andar, um filete de suor também escorria pelo meu rosto, mas eu tinha certeza que estava melhor fisicamente do que Hanguk que, novamente, precisou respirar.

ㅡ Cara, é melhor você esperar e...

Antes que eu pudesse terminar minha frase, o barulho de uma das portas das escadas abaixo se abrindo, nos fez se atentar.

ㅡ Não tem ninguém aqui, eu disse. ㅡ Era a voz de MinHo.

Hanguk me olhou nos olhos. Devagar, destravamos nossas armas e as engatilhamos, encostando as costas na parede.

ㅡ Estão subindo? ㅡ Ele sussurrou.

ㅡ Eu não sei.

ㅡ Eu não deveria estar aqui. ㅡ Ouvi a voz feminina também ecoar, e foi como um disparo no meu peito ao reconhecê-la quando sequer tive uma conversa longa e decente com a pessoa cujo pertencia-a.

Não havia motivos para eu ter a voz de Su-ji gravada em mim, mas por algum motivo, lá estava ela. E tudo em mim, mudou.

Minhas mãos que antes não tremiam, começaram a tremer. Meu coração acelerou e eu já não ouvia mais Hanguk sussurrar.

Por que a tia de Jaejun estava aqui?

Por que ela estava no meio daquilo tudo quando quem sofria era seu próprio sobrinho?

ㅡ Hyun-suk?! ㅡ Meus pensamentos e medo foram interrompidos quando Hanguk me cutucou. ㅡ vamos continuar, eles podem voltar.

Franzi o cenho. Devagar, me aproximei do corrimão da escada e já não ouvia mais voz alguma.

ㅡ Eles foram embora. Tem mais gente lá em cima.

ㅡ Mais gente? ㅡ olhei para Hanguk.

ㅡ Eu ouvi a mulher falar o nome do Hesun e do motorista. JooRi deve estar com Jaejun.

ㅡ Tá, vamos seguir.

Hanguk assentiu. Seguimos para o último andar e tudo ali estava escuro. Não haviam mais escadas além da última no fim do corredor, onde funcionários não teriam acesso por pura segurança.

Hanguk é quem dá o primeiro passo pelo corredor. Caminho bem atrás de si, não seria difícil de alcançar a escada, mas antes que possamos de fato chegar lá, o barulho do elevador chegando ali e abrindo as portas ecoa pelo espaço vago, e quando a luz de uma lanterna ilumina bem a nossa frente, o primeiro disparo acontece e é Hanguk quem o dá, levado pelo medo e surpresa de estar frente a frente com um dos sequestradores de Jaejun.

Me abaixo instintivamente. Hanguk parece petrificado. Ouço o grito feminino e quando a lanterna cai no chão, iluminando o caminho até a porta no fim do corredor, posso ver que, realmente, a tia do Jaejun está aqui e ela corre, fugindo para o terraço sem sequer pensar, enquanto deixa MinHo no chão, resmungando de dor.

ㅡ Ai, que merda! ㅡ Hanguk diz. O olho, mesmo no escuro, consigo perceber como seu rosto está mais pálido do que o comum. ㅡ eu atirei em alguém, Hyun-suk!

Me ergo e vou até a lanterna, a buscando quando jogo toda a luz sobre a cara de MinHo e o vejo chorando enquanto aperta a mão sobre a ferida em sua barriga que jorra seu sangue sem controle algum.

ㅡ Pegamos um. ㅡ aviso a Hanguk, fazendo-o enfim destravar. Enquanto ele se aproxima, eu procuro por armas, mas o idiota do MinHo por algum motivo simplesmente não tem arma nenhuma consigo. ㅡ Onde está Jaejun? ㅡ o pergunto, apertando meus dedos em seu pescoço.

Hanguk para ao lado, e observando MinHo com seus olhos ainda arregalados, ele aponta a arma travada na cara do sequestrador.

ㅡ Fala logo ou eu vou acabar com você agora!

ㅡ Por favor, não me matem.

ㅡ Ah, eu mato sim. ㅡ falei, apertando o cano da minha arma sobre o buraco aberto em sua barriga. MinHo tremeu enquanto gritava de dor. ㅡ Onde está Jaejun?!

ㅡ Lá em cima! ㅡ Ele disse rápido. ㅡ Por favor, pare.

ㅡ Quem está com ele? ㅡ Usei mais força, sentindo o sangue daquele desgraçado esguichar sobre minha arma.

ㅡ M-Meu irmão.

ㅡ Ele tá armado?

ㅡ Tá, mas... D-Dois caras estão com ele.

Bufei, olhando a porta do fim do corredor que voltou a se abrir.

Busquei MinHo do chão quando as luzes do prédio simplesmente se acenderam. Usei o corpo do Choi como escudo e vi dois homens altos e armados parado à nossa frente. Um deles era meu antigo motorista, e aquilo me fez cerrar os olhos.

Meu ódio aumentou deliberadamente.

ㅡ Se atirarem em mim, será nele. ㅡ Avisei.

Segundos após minha ameaça, vi JooRi descendo pelas escadas, mas diferente de MinHo, ele tem uma arma.

E pior, ele tem uma arma apontada para o corpo de Jaejun, que está amarrado e vestindo apenas uma cueca. Que está machucado e nitidamente fraco.

ㅡ O que me diz de fazermos uma troca? ㅡ ele pergunta. ㅡ um idiota por outro, uh?

ㅡ Eu não faço tratos com bandidos, JooRi. Eu já te dei o que queria, por que ainda está aqui?

ㅡ Ah... você acha que eu perderia esse showzinho?

Cerrei os olhos, atento a Hanguk que estava ao meu lado com a arma erguida, apontada para eles. Mas Hanguk ainda tremia, isso poderia ser muito ruim.

Logo atrás de JooRi apareceu Hesun. Diferente do meu namorado, Hesun estava bem-vestido, coberto por roupas que aparentavam ser caras, além de um denso casaco de pele.

Ele sorriu para mim, mas meu ódio apenas foi mais despertado. A tia de Jaejun parou ao lado do Hwang também, de onde eu estava eu só conseguia pensar: como seria possível derrubar cinco e não machucar o meu Jeon?

ㅡ Você está em desvantagens, Park. ㅡ JooRi falou.

ㅡ Eu tenho o seu irmão, ele não vale tanto quanto Jaejun, mas eu tenho certeza que você se importa com ele.

ㅡ Tanta certeza assim? Pelo amor de Deus, MinHo é só um idiota.

ㅡ O q-que você disse? ㅡ MinHo perguntou fraco. ㅡ Está louco?! Acabe já com isso, estou sangrando, seu desgraçado! Eu vou morrer assim!

JooRi ri soprado. Em seguida, ele largou Jaejun no chão com brutidão e buscou a arma que carregava na cintura.

Aquilo me fez travar e se atentar a sua mão, me fazendo apertar com mais afinco a arma em minha mão. Meus olhos vacilavam para Jaejun, meu Jeon gemia baixo no chão, encolhido e semi-despido e isso me dava o único desejo de largar tudo e correr para apenas o abraçar até o mundo acabar.

ㅡ Quem você acha que é? ㅡ JooRi pergunta, caminhando até parar alguns metros de onde estou. Seus olhos estão em MinHo, mas ele não parece preocupado com minha arma apontada para ele. ㅡ Me chamou de desgraçado? Você vai ficar rico por causa de mim e é assim que me chama?

ㅡ JooRi, por favor. ㅡ MinHo pede, trêmulo.

Vejo Su-ji logo atrás se mover. Estou atento a todos, mas principalmente quem pode machucar Jaejun, e quando a vejo se aproximar de Hesun, olho de soslaio para Hanguk e apenas confirmo com a cabeça.

ㅡ Você acha que eu me importo com você morrendo? ㅡ JooRi grita, destravando a arma. ㅡ Não se preocupe, irmãozinho, talvez você vá para o céu.

Com o segundo disparo que atinge desta vez o peito de MinHo, eu o largo no chão. Su-ji grita, mas antes de JooRi pensar em atirar em mim ou no meu amigo, eu também disparo a minha arma, mas sem uma mira exata acabo acertando em seu ombro, o que o faz largar a arma que empunha.

Isso acontece apenas em alguns segundos. Ouço mais disparos e vejo Hesun e Su-ji encolhidos enquanto os dois homens maiores revidam os tiros que agora Hanguk dispara.

Me apresso a erguer minha arma quando Hanguk acerta o que era meu motorista, mas quando miro no peito do outro, o vejo apertar o gatilho novamente, e no segundo seguinte ouço o corpo do meu melhor amigo cair no chão.

Olho assustado para Hanguk, mas não penso demais. Com minha arma ainda erguida para o atirador, eu disparo. E quando ele cai no chão ao lado do outro homem, me apresso a erguer meu corpo e ir até Hanguk, o vendo apertar a mão sobre a barriga enquanto seu sangue se derrama.

ㅡ Eu tô bem. ㅡ ele diz, tremendo um pouco mais. ㅡ merda, eu tô sangrando pra valer.

ㅡ Continua assim, eu vou pedir uma ambulância. ㅡ Aviso, buscando meu celular. Mas antes de discar, ouço o som das sirenes de polícia e em seguida meu próprio celular toca. ㅡ Hajun? ㅡ atendo, intercalando meu olhar entre Hanguk e Jaejun.

ㅡ A polícia tá aqui, por todo lugar! Você precisa sair!

ㅡ Não dá, Hanguk está ferido, e Jaejun... ㅡ olho além novamente, vendo meu Jeon ainda encolhido ㅡ por favor, Hajun, chama duas ambulâncias.

ㅡ Tá bem, só toma cuidado.

Encerro a chamada, arrastando Hanguk para o canto, onde o deixei sentado.

JooRi estava desacordado, uma poça de seu sangue se formava ao lado de seu corpo e estava ficando cada vez maior.

Me ergui, em prol de correr e finalmente ter meu Jeon nos braços, mas tomei cuidado quando me aproximei dos homens caídos e os empurrei com o pé, não tendo resposta alguma.

ㅡ Graças a Deus. ㅡ os ignorei, assim como ignorei Hesun e Su-ji e finalmente me aproximei de Jaejun, o erguendo com cuidado, o protegendo com meu corpo, tocando seu rosto em seguida. ㅡ Ei, meu bem ㅡ seus olhos estavam bambos, mas ainda assim, eles se conectaram com os meus. ㅡ eu vim acabar com isso, amor. Vou tirar você daqui.

ㅡ Hyun-suk... ㅡ ele sorriu pequeno, me abraçando sem força. ㅡ Obrigado.

ㅡ Não me agradeça. Você consegue ficar de pé? Precisamos sair daqui rápido. ㅡ falo, retirando minha camisa para vestir nele, mas o corpo de Jaejun sequer parece te força, ele está mole, como se não o comandasse mais.

ㅡ Que horas são, Hyun? ㅡ Jaejun pergunta. ㅡ ainda é cedo?

ㅡ O quê? ㅡ franzi o cenho, tocando sua testa, o sentindo muito quente. ㅡ Você está com febre. Eu vou te levar pra um hospital, amor, não se preocupe.

ㅡ Ele está delirando ㅡ ouço Hesun dizer. Olho-o, vendo-o de pé, ainda encolhido, mas me olhando. ㅡ Está há uns dois dias, está assim porque não queria mais comer. Acho que ele pensa que está em casa.

ㅡ Desgraçado, você deve estar feliz, não é? Conseguiu o que queria?

Hesun nega, deixando que lágrimas silenciosas caiam por seu rosto.

ㅡ Eu queria você...

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