No andar superior da casa, Jackson sorria enquanto organizava Mingu na caixinha de passeio.
ㅡ Ele é lindo.
Hyun-suk o olhou e sorriu pequeno. Jackson deixou o gatinho no canto, pedindo-o apenas para aguardar um pouco mais ali, mas Mingu apenas deitou e dormiu, não se preocupando.
ㅡ Já acabou? ㅡ perguntou, sentando na beirada da cama, observando Hyun-suk dobrar uma camisa sem vontade alguma.
ㅡ Você acha que ele está bem? ㅡ Hyun-suk perguntou de modo verdadeiro. Mirou os olhos de Jackson e o viu pensar antes de simplesmente responder.
ㅡ Acho que sim. Ele é muito forte, sabia?
ㅡ Eu sei. ㅡ outro sorriso pequeno nasceu nos lábios de Hyun-suk. ㅡ Mas...
ㅡ Não pensa besteira, tá? ㅡ Jackson pediu. ㅡ o nosso Jaejun vai voltar bem.
ㅡ Não consigo parar de pensar que não conheço aqueles caras e eles estão com Jaejun. Pior, Hesun está com ele... aquele garoto é surtado. Simplesmente é louco. Ele me ameaçou com uma lâmina, ele me deixou apertá-la em seu pescoço... O que o impediria de machucar Jaejun só por pura diversão? Tenho medo de que...
ㅡ Nada vai acontecer a Jaejun. ㅡ Jackson falou um pouco mais alto. ㅡ tudo bem? Se esse projeto de satanás ousar tocar no nosso Jaejun, eu juro que o mato.
ㅡ Não se eu o matar primeiro. ㅡ Hyun-suk falou, desistindo de dobrar a peça, simplesmente a jogando na mala e a fechando por fim.
ㅡ Para onde você vai?
ㅡ Não sei se é uma boa ideia falar aqui.
ㅡ Tem razão. ㅡ Jackson olhou ao redor, assustado. ㅡ Mas nos avise onde for ficar quando puder.
ㅡ Pode deixar.
ㅡ Como agora você é meio que... o namorido de Jaejun, nos preocupamos com você também. ㅡ Jackson disse, olhando-o nos olhos outra vez quando o Park voltou a lhe encarar.
Hyun-suk sorriu agradecido, mas perguntou:
ㅡ Namorido?
ㅡ É, tipo namorado e marido tudo junto. Vocês estão morando juntos praticamente.
ㅡ É, mas... ele ainda não é meu marido. Mas quando tudo isso passar e estivermos bem, eu...
ㅡ Você? ㅡ Jackson se inclinou um pouco, atento ao rosto do Park.
ㅡ Eu quero que ele seja mesmo o meu marido.
O Song sorriu, segurando-se para não dar um gritinho de alegria porque não fazia sentido surtar por aquilo sem ter o melhor amigo ao lado.
ㅡ Eu gosto de você. ㅡ confessou ao loiro. ㅡ gosto de você com Jaejun. Como um irmão mais velho, eu permito que vocês se casem.
ㅡ Permite, é?
ㅡ Mas é claro. Sem minha permissão não há casamento. ㅡ Jackson piscou.
ㅡ Sei. ㅡ Hyun-suk apenas sorriu pequeno e se ergueu, segurando com firmeza a mala que havia acabado de fazer.
ㅡ Fez a mala do Jaejun também? ㅡ o Song perguntou, vendo o Park apenas apontar com o queixo. ㅡ eu busco ela. Pode ir descendo.
ㅡ Obrigado.
Hyun-suk desceu saiu primeiro, mas seguiu para o quarto de Sunhee. Jackson seguiu para o andar debaixo, mas não deixou de olhar para o quarto de Sunhee quando Hyun-suk abriu a porta e pôde ver a mulher sentada, com as mãos sobre o rosto, novamente chorando.
Hyun-suk suspirou, indo até ela para deixar a mala e Mingu com cuidado no chão para a abraçar novamente.
ㅡ Me desculpa. ㅡ Sunhee pediu, mas o Park apenas negou.
ㅡ Vamos embora, tudo bem?
A mulher suspirou, soluçando algumas vezes, evidenciando que talvez já chorasse há um tempo. Ficou de pé, sentindo a mão gentil de Hyun-suk tocar sobre sua cintura.
ㅡ Pode deixar, eu levo a sua mala. ㅡ Hyun-suk avisou.
Sunhee assentiu, seguindo na frente. Hyun-suk tomou cuidado com MinGu, mas desceu com as duas malas e o gato.
Quando se reuniu com os outros já do lado de fora, abraçou novamente Hajun e avisou apenas a ele para onde estaria indo. O Jung poderia avisar aos outros, Hyun-suk deixaria a entrada de todos eles liberada.
ㅡ Por que vamos para o Golden? ㅡ Sunhee perguntou enquanto Hyun-suk já dirigia.
ㅡ Porque lá está confortável e poderemos ficar no silêncio.
ㅡ Como assim?
ㅡ Você vai ver quando chegarmos.
A mulher não insistiu. Deixou que o silêncio prevalecesse no carro e aproveitou para fechar os olhos, descansando.
Quando voltou a abri-los, foi unicamente porque Hyun-suk a chamava baixo, a acordando do breve cochilo.
ㅡ Chegamos. ㅡ o Park avisou.
Sunhee bocejou, mas desceu do carro e ajudou Hyun-suk quando buscou a própria mala.
No elevador, Sunhee observou Hyun-suk digitar a senha e riu pequeno quando ele lhe confessou:
ㅡ É o aniversário de Jaejun. Pensei que se pusesse assim, ele jamais esqueceria.
ㅡ Ele não vai esquecer, com certeza.
ㅡ Foi o dia que nos conhecemos, sabia? Ele estava fazendo dezenove... ㅡ Hyun-suk apenas falou, vendo as portas fecharem e o elevador levá-los para a cobertura. ㅡ eu iria trazê-lo aqui no aniversário de vinte.
ㅡ Você ainda trará, oppa. ㅡ Sunhee falou, vendo-o assentir, mas sem tanta segurança.
As portas enfim se abriram e Sunhee foi a primeira a sair quando o elevador os deixou dentro do apartamento.
O lugar estava limpo, as janelas estavam abertas e tinha um leve cheiro de flor.
ㅡ Você mandou reformar? ㅡ ela perguntou. Conhecia aquele lugar devido a fotos, era simplesmente o apartamento favorito de Hyun-suk e sabia como ele o adorava.
ㅡ Sim, por causa de Jaejun.
ㅡ Como assim? ㅡ ela deixou enfim a mala perto do corredor dos quartos e observou as inúmeras fotos de Hyun-suk e Jaejun ali. ㅡ Se não o trouxe aqui, por que há tantas fotos?
ㅡ Por causa disso. ㅡ Hyun-suk caminhou e abriu um pequeno cristal que aparentava apenas ser decorativo. De lá, buscou uma caixinha pequena e sequer precisou abrir para Sunhee ofegar, mas quando o abriu, a mulher se aproximou, encantada. ㅡ eu estava esperando o momento certo para...
ㅡ Você quer pedi-lo em casamento? ㅡ ela o olhou com os olhos saltados, cintilantes.
ㅡ Mais ou menos. Quer dizer, eu quero, mas nunca sei se devo. Ele passou por aquela perda, agora está passando por isso e eu não sei como ele está. Fico imaginando que Jaejun voltará a se fechar, que ele ficará com medo, ficará longe de todos, e... começo a pensar besteira, a pensar que ele se machucará sem sequer notar. Sabe... eu não quero assustá-lo, não quero sufocá-lo, mas eu também estou com medo agora, vou ter ainda mais medo depois. Só quero que ele fique bem.
ㅡ Ei, ei, ei... ㅡ Sunhee chamou-o a atenção quando seria o Park que começaria a chorar naquele segundo. ㅡ um passo de cada vez. Esse anel é lindo, simplesmente perfeito. Jaejun irá gostar quando o momento chegar. Quando ele voltar para nós, você vai ficar ao lado dele e irá protegê-lo. É comum, oppa... só não pense em nada negativo agora, tudo bem? A polícia irá resolver isso tudo e o Jaejun voltará para nós. ㅡ ela sorriu.
Hyun-suk piscou, suspirando e deixando uma única lágrima solitária escapar. Sunhee a limpou, afagando a bochecha dele.
ㅡ Vai ficar tudo bem. ㅡ falou, olhando no fundo dos olhos do Park. ㅡ só pensa nisso, tá bem?
ㅡ Tá bem. ㅡ falou, fungando.
ㅡ Agora vamos soltar MinGu, ele não pode viver naquela caixinha.
Hyun-suk sorriu e olhou para a caixa. Caminhou até o gatinho e abriu a portinha que havia na caixa, vendo-o sair e se alongar antes de ir até o tapete da sala e simplesmente deitar lá.
ㅡ Acho que ele está bem. ㅡ Sunhee falou. ㅡ Está com fome? Vou pedir uma pizza.
ㅡ Tudo bem, mas nada de pizza de quatro queijos.
ㅡ Mas por quê? Eu gosto.
ㅡ Eu não, se comer muito dela, você...
Hyun-suk interrompeu a fala quando ouviu o toque de seu celular ecoar. Seus olhos arregalaram-se e Sunhee ofegou quando também olhou na direção em que o aparelho estava.
Hyun-suk praticamente correu até a bolsa e o retirou de lá. Suas mãos tremeram quando notou que não aparecia o número de quem o ligava, mas respirando fundo, deslizou o dedo pela tela e aceitou a chamada, apertando logo em seguida no botão que gravava toda ligação.
O silêncio se estendeu por quase um minuto inteiro, até Hyun-suk ouvir um respirar longo e profundo, seguido da voz que lhe embrulhou o estômago.
ㅡ Quanto tempo, Park.
Os olhos de Hyun-suk escorreram para os de Sunhee quando ele ouviu a voz de JooRi. A melhor amiga estava parada à sua frente, atenta.
ㅡ Quem é? ㅡ ela perguntou em um sussurro.
Hyun-suk ergueu a mão e caminhou para longe dela.
ㅡ O que você quer para isso acabar? ㅡ O Park perguntou de só uma vez. Tentou controlar a respiração, não queria que JooRi percebesse como estava nervoso naquele segundo.
ㅡ Hm... eu gosto disso, sabia? Direto ao ponto. Mas, hm... quanto o seu garoto está valendo?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Bela Flor - Romance gay