Pov: Hyun-suk
Meu corpo inteiro estava tenso.
A casa estava completamente vazia e silenciosa, e mesmo que todos os amigos de Jaejun estivessem reunidos na sala ao lado de Sunhee, Hanguk, Hajun e JiHo, tudo ainda era silencioso.
Eu esperava o som que daria início a tudo. O som do toque do meu celular.
O moleque que Hanguk havia arrumado também estava aqui, sentado no meio da minha sala com seu computador ligado e todas aquelas coisas que eu sequer sei o que são, mas tudo, absolutamente tudo girava em torno de uma mensagem.
ㅡ Senhor? ㅡ o moleque quebrou o silêncio quando me chamou. Atentem-me a si, abanando as mãos para me chamar e me aproximei depressa, fazendo com que todos olhassem para ele também. ㅡ Olha só o que eu descobri. ㅡ ele vira a tela do computador para mim e aponta. ㅡ eu perguntei aquela noona qual era o nome completo do cara que sequestrou o seu namorado.
Olhei para Sunhee e mesmo que ela ainda tivesse os olhos inchados, sabia que ela queria o fim de JooRi tanto quanto qualquer um aqui.
ㅡ E o que descobriu? Não estou entendendo esses números.
ㅡ Sério? Nossa... é tão fácil.
ㅡ Só me explique de uma vez.
ㅡ Tá. Quando eu joguei o nome dele no meu servidor, várias informações criptografadas apareceram, inclusive fotos dele. Com o nome verdadeiro dele eu não descobri muita coisa, mas com a cara dele sim! Acontece que o tal Choi JooRi tem várias identidades fora da coreia, e ele tem várias denúncias sobre estelionato.
ㅡ Isso é impossível, JooRi é uma pessoa pública. Inclusive, o namoro dele com Sunhee foi um furo de fofoca.
ㅡ Mas foi com o Choi JooRi, não com o Chris Davies, por exemplo.
ㅡ Quem?
ㅡ Chris Davies! ㅡ ele me mostra a foto. Não é uma foto tirada de um ângulo bom, mas é nítido, é JooRi.
ㅡ Caramba, como assim?
ㅡ Várias identidades, eu te disse. Chris Davies, Jhon Dilan, Matteo Miller... e sabe o mais doido disso? A polícia sabe!
ㅡ A polícia sabe?
ㅡ Uhum. ㅡ o garoto parecia animado, mas só como ele mesmo consegue navegar pelas diversas abas e sites aberto, ele abre, enfim, o que quer.
ㅡ Isso é...
ㅡ É, os arquivos da polícia.
ㅡ E você invadiu?! ㅡ Meus olhos saltam.
ㅡ Uhum. Olha só. Quando eu pesquisei o nome Choi JooRi, eu vi que ele era mesmo famoso e rico, mas que não é, por exemplo, alguém que veio de berço. Ele simplesmente surgiu como um nome da moda com poder. Não é estranho?
ㅡ Eu nunca pensei nisso. ㅡ Digo, percebendo que, como eu, todos os outros estão quietos e atentos. ㅡ quer dizer, eu nem o conhecia até mandar aquela mensagem para vocês com a notícia de que ele estava namorando alguém. ㅡ falo, mirando Hajun e Hanguk.
ㅡ Tem razão, eu me lembro disso. ㅡ Hajun afirma.
ㅡ Fui eu quem encontrei o nome dele. ㅡ Hanguk diz. ㅡ mas como a gente não pesquisou mais sobre ele?
ㅡ Naquela época eu estava indo para Jeju com Jaejun, tinha muitas coisas para resolver da empresa antes de sair de Seul. ㅡ digo.
ㅡ Mas o que a polícia já sabe? ㅡ Hanguk perguntou.
ㅡ Eles estão investigando o tal JooRi há anos. ㅡ o garoto diz. ㅡ e pelo que os registros mostram, o seu nome está aqui também. ㅡ eles me mostra. ㅡ não como um cúmplice ou algo assim, mas eles sabiam que o JooRi estava frequentando a sua casa e namorando a noona. Aqui diz que, talvez, ela fosse uma possível vítima para o golpe dele no país.
ㅡ Eu? ㅡ Sunhee agora é quem arregala os olhos. ㅡ Mas... JooRi é conhecido, como ele poderia me dar um golpe se isso percorreria o país todo?
ㅡ Os registros mostram que a forma em como ele age aqui no país é diferente, noona. Ele não rouba as mulheres como sempre fez, ele tem parceiros para fazer isso. Um assalto, um roubo a um cofre, relógios, joias, bolsas, essas coisas que valem muito.
ㅡ Ai, meu Deus! ㅡ Sunhee cobre a boca. ㅡ ele me perguntou onde colocaríamos o nosso cofre quando casássemos. E eu disse que não confiava em guardar coisas valiosas em casa, apenas no banco. Será que ele...
ㅡ Ele certamente queria saber onde ficavam os cofres da casa. ㅡ respondo.
ㅡ Cofres? ㅡ JiHo pergunta. ㅡ tipo no plural mesmo?
ㅡ É, meus pais eram viciados em guardar coisas em casa, mas assim como Sunhee, eu confio mais no banco. Mas há mais de dois cofres pela casa onde guardamos coisas não tão valiosas assim.
ㅡ Uau...
ㅡ Espera. ㅡ Jackson chama atenção. ㅡ então se a polícia sabia, por que ela não simplesmente está agindo?
ㅡ E quem disse que ela não está? ㅡ o garoto pergunta, sorrindo. ㅡ Tem o nome do namorado do senhor aqui também.
ㅡ Do Jaejun? ㅡ me aproximo mais.
ㅡ Uhum. Pelo o que a polícia investiga, acham que, como Sunhee talvez não foi uma vítima fácil para arrancar dinheiro, o Jaejun foi.
ㅡ Todo mundo sabe o quanto você é apaixonado por ele. ㅡ Jackson diz. ㅡ principalmente quem convivia com você.
ㅡ O motorista... ㅡ Digo, entredentes.
ㅡ Exatamente. ㅡ ele diz. ㅡ e talvez por isso ele tenha tido a ajuda de mais gente.
ㅡ Talvez ele esteja usando até mesmo Hesun. O motorista provavelmente sabia da loucura que ele tem por você. E estão usando isso para colocar ainda mais medo na situação. Se Hesun te quer, e você quer Jaejun, ele tem todo o poder de destruir quem você ama nas mãos.
ㅡ Logo, fazendo você ceder. ㅡ Hanguk completa. ㅡ Caralho, como ele pôde ter pensado em tanta coisa assim?
ㅡ Ele é esperto... ㅡ Digo. ㅡ que merda, isso me deixou ainda mais assustado.
ㅡ Mas e os pais dele? ㅡ Sunhee pergunta. ㅡ eu fui conhecê-los. Ou será que até aquelas pessoas são mentirosas?
ㅡ Na verdade, não, noona. São pais dele mesmo e MinHo é irmão dele.
ㅡ E como pais compactuam com algo assim vindo dos filhos? Será que sabem? ㅡ Taeshin pergunta.
ㅡ Talvez saibam. ㅡ o garoto diz. ㅡ eu dei um jeito de conseguir entrar nas fichas deles também, mas são limpas. A única coisa que consta é que estão falidos. Literalmente falidos. Todas as contas da família estão zeradas. Tipo, zerado mesmo! Talvez JooRi esteja desesperado por dinheiro mesmo dessa vez. Os pais irão perder qualquer bem que tiverem em seus nomes.
ㅡ Eu deveria saber disso, deveria ao menos desconfiar. Deveria ter pesquisado quem eram... Assim, nada disso aconteceria.
ㅡ Ei, não é sua culpa. ㅡ Ouço Hanguk dizer e todos assentirem. ㅡ poderia ter sido qualquer um.
ㅡ É, mas não foi. ㅡ falo, começando a caminhar de um lado a outro. ㅡ e se seguir com isso for ruim? Digo, com a grana falsa? Posso colocar a vida de Jaejun realmente em perigo. Isso pode dar errado e aquele desgraçado pode machucá-lo pra valer.
ㅡ Confia em mim. ㅡ o garoto diz, me fazendo parar para olhá-lo ㅡ vai dar mesmo certo.
Eu não deveria confiar em um adolescente que ganha dinheiro hackeando informações privadas e ilegais, mas parece que agora é tudo o que eu tenho.
ㅡ Tudo bem. ㅡ digo e o vejo sorrir.
No segundo seguinte, sinto meu celular vibrar e ouço o som que indica uma nova mensagem. Meu corpo arrepia por inteiro e vejo como todos se atentam também quando busco o aparelho.
ㅡ Ele enviou os dados da conta. ㅡ digo, fazendo Taeshin e Jackson se erguerem para ver a mensagem na tela. Hajun a observa em seguida, e quando é a vez de Hanguk ler, ele entrega o celular ao garoto e diz:
ㅡ a gente tá confiando em você.
ㅡ Pode deixar, eu assumo agora.
Meu coração acelera, minhas mãos suam e todo o meu corpo treme de maneira que me irrita. Eu me aproximo do garoto, me ajoelho ao seu lado e o vejo concentrado, mexendo em coisas que eu sequer sei explicar.
ㅡ São tantos números... ㅡ Taeshin diz, parando ao lado dele também.
ㅡ Silêncio, por favor. ㅡ o garoto pede, cheio de marra. ㅡ eu não posso errar aqui.
ㅡ O que você fará para o dinheiro simplesmente aparecer para ele? ㅡ Jackson pergunta curioso, não obedecendo ao pedido de silêncio.
ㅡ Vou desviar de contas sem movimentação há mais de três anos. ㅡ O garoto responde.
ㅡ O quê? Você vai roubar? ㅡ o pergunto.
ㅡ Eu não diria roubar. ㅡ ele diz, me olhando brevemente. ㅡ mas sim pegar emprestado. Essa ação que estou fazendo tem duração de seis horas. Após o horário limite, o dinheiro retorna e a conta do JooRi vai voltar a ficar vazia.
ㅡ Então temos esse tempo? ㅡ o pergunto. ㅡ seis horas é o limite?
ㅡ É sim.
ㅡ Mas o que acontece se JooRi gastar o dinheiro ou mandar para outro lugar? ㅡ Hajun perguntou.
O garoto o olhou com um sorriso sem jeito.
ㅡ O dinheiro meio que... some da conta dele e volta para as contas no qual pertencem.
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