A voz dela tremia enquanto falava. Ela me devolveu o telefone. — Não há dúvida — ela balançou a cabeça solenemente. — Mark não é digno de você. — Ela respirou fundo e completou. — Eu concordo com seu divórcio. Se isso te faz feliz, então você tem meu total apoio.
Soltei um suspiro que não percebi que estava segurando e senti como se algo pesado finalmente tivesse sido tirado do meu peito após tanto tempo.
— Obrigada, Vovó — eu sorri e ri nervosamente ao sentir lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. Eu as enxuguei, mas elas continuaram a cair. Finalmente, deixei-as cair e puxei Doris para um abraço apertado. — Você é a melhor avó do mundo e eu sempre serei grata a você.
— Não chore, filha. Você fez o seu melhor. — A palma suave, mas firme de Doris me deu um leve tapinha nas costas. — Você é minha melhor nora, sempre será.
Eu sorri com um sorriso cheio de lágrimas. — Mesmo depois do nosso divórcio, prometo que ainda vou manter contato com você.
— Claro, você tem que!
Eu ri, fungando. Eu me sentia em paz. Eu me sentia feliz.
— É o Mark que não sabe o que valorizar e como fazê-lo, e eu sinto pena dele. Ele perdeu uma joia e vai sentir sua falta. Na verdade, ele já sente. Um dia, ele vai se arrepender de ter te tratado mal e de ter deixado você escapar entre os dedos.
Eu ri e me afastei do abraço. — Para ser bem honesta, Vovó — eu pausei e estreitei os olhos. — Eu não me importo se ele se arrepende ou não.
Houve silêncio enquanto nós duas apenas nos encarávamos, então, abruptamente, ambas explodimos em risadas.
Nós duas levamos nosso tempo para liberar nossas emoções, passar por isso e rir até nos sentirmos satisfeitas antes de voltarmos para a casa.
Quando nos aproximamos, pudemos ver Mark na varanda da sala de sol no andar de cima. Ele estava olhando para nós, com as sobrancelhas franzidas.
Eu não consegui conter o enorme sorriso que se formou em meus lábios, nem quis impedir meus braços de se levantarem e acenarem alegremente para ele.


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