- AFRODITE -
Eu sento na poltrona reclinável regulando ela pra trás me deixando quase deitada e olhando pro meu pai dormindo sobre a maca respiro fundo . Num misto de alívio e tudo mais .
Hoje eu tirei o dia pra velar o sono dele já que é isso que ele tem feito o tempo todo , acorda , conversa um pouco e depois dorme . Brenda disse que é por causa do remédio de pressão que ele começou a tomar e eu espero que seja mesmo pois eu não tô sabendo lidar com o meu herói tão quietinho assim , logo ele que vive como se tivesse enfiado uma pilha duracel no cool de tão agitado que é.
Ouço um barulho vindo da porta e me virando na direção vejo o Ben sorrindo pra mim , tá todo lindo trajado de Lacoste com a corrente grossa de prata ganhando destaque no tecido vermelho da sua camisa .
Ben - Vem cá , deusa minha - ele chama baixinho fazendo gesto com a mão e com cuidado pra não fazer barulho eu saio do quarto devagar - Tá bem ?
-- Sim ... - abraço ele que beija minha testa com carinho - Só um pouquinho cansada - completo bocejando .
Essa ultima parte é real , tô desde cedo aqui , não sai de perto do meu pai pra nada e dentro de mim lá no fundinho eu tô preocupada com a pessoa que saiu falando que voltava logo e que até agora não apareceu . E já são quase 21:00 pm .
Ben - Então , pô . Sobre isso ... - ele se encosta na parede do lado da porta me puxando pra sua frente segurando nos meus ombros - Eu vim fazer a boa pra tú
-- Como assim ? - ergo a mão passando nos seus lábios tirando a pelinha seca .
Ben - Vou ficar com o Jão pra tu ir descansar - eu estreito meus olhos desconfiada - É sério.
-- Vai ganhar quanto por isso ? - pergunto logo , porque eu sei que esse safado nunca faz nada de graça, pra ninguém.
Ben - Tá achando que eu sou o que ? - eu belisco seu lábio e ele rir segurando minha mão - A vó me ofereceu cenzão e um brisadeiro top se eu viesse .
-- Os de verdade eu sei quem são , Nic - brinco vendo ele beijar minha mão.
Ben - Qual foi pretinha ? Eu já ia vim , só que pá , sabe como é né ? Cem reais a mais não faz mal pra ninguém.
Eu fico calada depois que ouço o nome saindo da sua boca e sem querer lembro do Russo , é como ele costuma me chamar .
E ter outra pessoa me chamando assim é estranho .
Muito estranho .
Ben - E aí - ele me balança - Cenzão pô - ele movimenta as sobrancelhas pra cima e pra baixo num gesto engraçado - Deixa eu ganhar o meu . Faz isso por esse mendigo aqui que te ama - ele me puxa pra um abraço e rindo eu acabo aceitando .
-
-- Promete que qualquer coisa você me liga ? - pergunto conferindo minha bolsa pra vê se não tô esquecendo nada , já parada na porta .
Ben - Prometo . Vai logo cara da derrota - ele me empurra pra fora e depois de me despedir deles eu saio de lá .
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