CALIENTE (morro) romance Capítulo 18

- RUSSO -

Nunca se apegue a nada e nem ninguém.

Era o que eu costumava dizer a mim mesmo , depois de perder a minha mãe e a minha irmã que foram mortas pelo antigo dono do Vidigal , eu tinha 20 anos na época , e ainda fui acusado e preso por tráfico .

Sendo que nem envolvido eu era , trabalhava como garoto de programa ainda .

Passei dez anos na tranca , alimentando meu ódio por cada envolvido , tanto da morte delas quanto da minha prisão e jurei pra mim mesmo que eu ia me vingar e que depois disso nunca mais ia me importar com mais ninguém pra não sofrer com a perca da pessoa .

E como um castigo , quando faltava seis meses pra mim ser solto Deus mandou o Jão que chegou com o jeito malucão dele , as piada sem graça e com menos de um mês já tava me chamando de irmão e apanhando comigo dos bota lá dentro porque o filho da puta não sabia ficar calado quando alguns implicavam com meu sotaque que na época era mais presente.

De lá pra cá eu tentei afastar ele uma pá de vez mas com o tempo desisti e aceitei que a nossa amizade ia ser até o fim .

Mas saber que o fim pode tá próximo pra um de nós por causa da porra de um problema de coração tá fodendo com meu psicológico.

Tanto , que enquanto eu vejo ele deitado na maca conversando com ela eu me mantenho estático pensando em tudo , inclusive em como vai ser daqui pra frente já que a doutora deu o papo que ele tem que evitar se estressar pra não acontecer de novo e isso é praticamente impossível .

Brenda - Di ? Você não pode ficar aqui - a voz afeminada me trás de volta a realidade e olhando vejo a doutora apertando a prancheta nas mãos.

A mesma que ela usou pra se defender quando eu meti a ponta da Glock nesse aeroporto de mosquito que ela chama de testa . Como se a bala não fosse atravessar o mdf .

-- Ninguém te perguntou - falo sério ficando na sua frente quando ela tenta entrar no quarto .

Brenda - Eu sei - bufa impaciente - Mas as visitas são só a tarde , é a regra do hospital . Eu não posso burlar só porque ela é minha amiga - ela aponta - Afrodite ? Vem comigo .

Jão - Deixa ela aqui , Be . Por favor - ele pede de lá , com a voz arrastada.

Brenda - Eu não posso , João . São regras que estão acima de mim .

-- Na moral , tú tirar ela daqui eu vou enfeitar tua testa com uma bala - ameaço tirando a glock da cintura e quando vou levantar a mão outra segura a minha.

Afrodite - Tudo bem Russo, não precisa disso - eu olho pra ela , vendo seu olhar cansado assim como a voz - Mais tarde eu volto .

-- Tem certeza ? - ela nega mordendo o lábio bem desenhadinho .

Afrodite - Eu quero ficar com ele , mas não quero arrumar encrenca com o pessoal daqui .

-- Então tú fica - ela olha de mim pra doutora e acompanhando seu olhar vejo a outra fazer não com a cabeça - Não o caralho - chamo atenção das duas pra mim - Tú vai deixar ela aqui e vai cuidar pra ninguém vim querer se crescer pra cima dela porque eu vou ter que sair .

Brenda - Não posso fazer isso , cara .

-- Pode , e vai . Porque esse caralho de hospital só tá funcionando ainda graças a mim que todo mês manda uma fortuna pra comprar os bagulho pra cá . E se eu e os meus não poder ter nem um privilégio nessa desgraça... - eu falo putão mermo e alto pra geral ouvir - Ninguém daqui vai ver mais nenhum centavo meu

- Posso saber o que está acontecendo aqui ? - quem fala é a responsável pelo hospital , a filha da puta que recebe um cheque meu todo mês.

Brenda - Russo disse que não vai mais colaborar doando pra gente

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: CALIENTE (morro)