CALIENTE (morro) romance Capítulo 21

- AFRODITE -

Eu estremesso , sentindo a cólica no pé da minha barriga se intensificar quando minha ginecologista introduz a sonda girando com o aparelho dentro de mim .

Dói , mais até que ver a raiva queimando nos olhos dele enquanto ele me punia por algo que eu deixei transparecer enquanto pensava que ele sentia o mesmo .

Burra , é isso que eu sou por achar que um homem mais velho, com mais experiência que eu iria se envolver sentimentalmente comigo em tão pouco tempo.

Piada né , eu acreditei.

Agora eu tô aqui , num consultório ginecológico com as pernas suspensas no apoio totalmente aberta enquanto faço exames depois de ter tido um pequeno sangramento que pode ter sido causado por ele que espancou o meu útero com raiva , literalmente .

Adriana - Numa escala de 0 a 10 , quanto dói ? - a mulher loira de meia idade vestida com uma bata rosa clarinho e a máscara no rosto pergunta torcendo seu corpo pro lado para me olhar .

-- Acho que uns 7 - mostro com os dedos sentindo o incômodo de ter ela girando o aparelho igual pião no meu canal uterino e ela confirma voltando a olhar pra pequena televisão mostrando meu interior .

Adriana - Tem certeza que foi consensual ? - eu nem penso antes de confirmar com a cabeça, até porque foi , até o momento que ele começou a me machucar mas isso ela não precisa saber - Como está seu anticoncepcional ? - ela muda de assunto , com o tom preocupado que me faz franzir o cenho .

-- Quase no fim ... - respondo olhando pra imagem de uma mulher grávida de perfil na parede que me faz engolir em seco , quero não - Algum problema ?

Adriana - Nenhum, mas quando acabar eu quero que você volte aqui pra gente fazer outros exames . Tudo bem ? - eu confirmo sentindo ela tirar o treco de mim - Seu canal foi machucado , Afrodite , mas não se preoculpe . Ele vai melhorar com o tempo - ela aponta pra mim me ajudando a tirar as pernas do apoio - Mas só se você evitar esse sexo selvagem todo , principalmente pelos próximos dias - ela sorrir me deixando sem graça.

Se ela soubesse que eu tenho evitado até quem manja do sexo selvagem , fugido como o diabo da cruz ...

Depois de me vestir e ouvir algumas indicações eu saio do consultório dela indo direto pro hospital , hoje meu pai ganha alta e é no bem estar dele que eu tô focando pra não perder a razão e o resto de dignidade que me sobrou indo atrás de quem eu prometi pra mim mesma que ia evitar a todo custo depois do que me fez .

Brenda - Até que enfim você chegou , estava a ponto de dar um calmante de cavalo pra esse ogro - é a primeira coisa que eu ouço quando entro devagar no quarto de hospital , sofrendo com a cólica de satã que não passa por nada - Ainda não melhorou ?

-- Tá melhor , sim . Eu que tô com dengo - minto enquanto abraço ela que me olha como se não acreditasse e me afastando eu vou até meu pai olhando impaciente pra ela que tá conferindo a pressão dele - O que foi , em ?

Jão - Uma viadagem da porra pra me liberar . Falei que tô bem e ela vem com esse bagulho aí - ele fala bolado passando a mão no meu pescoço me puxando pra ele - Vem cá , papai - eu vou sentindo meus olhos e nariz arderem - Neném tá carente ?

Confirmo abraçando ele , querendo chorar.

Queria tanto achar alguém que me amasse um terço do que meu pai me ama , que ódio desses homens !

Quando não me traem , me machucam .

Será que é pedir muito um que me ame e respeite ?

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