CALIENTE (morro) romance Capítulo 3

RUSSO -

Fumando encostado no parapeito do camarote eu observo a confusão que se forma no pé da escada que dá pra cá quando eu mando os meus barrar a entrada do fodido do Gam.

Tô nem querendo me estressar hoje ainda mais com um vacilão igual ele , mas acho que não vai ter jeito.

Filho da puta tá de lá gritando pra mim descer , querendo cantar de galo no meu terreiro tirando o que eu já nem tenho mais .

Paciência .

Dou um último trago jogando a ponta no chão pronto pra descer e colocar esse arrombado no lugar dele , mas paro quando sinto uma mão se fechar no meu pulso e subindo meu olhar encaro a morena que me segura .

-- Qual foi ? - pergunto em meio a fumaça que sai da minha boca e ela se aproxima pra falar no meu ouvido.

Laise - Deixa ele aí e vamos pra minha casa curtir um pouquinho - o tom insinuante é tentador mas se eu deixo passar geral vai achar que essa porra é bagunça , e não é - Te fazer uma massagem bem gostosinha pra depois você me foder com força - ela mordisca minha orelha e eu me encolho rindo sem querer.

Tenho cócegas pô , consigo nem controlar .

-- Caralho , faz isso não - me afasto dela passando a mão na orelha pra secar e então falo : - Fica aí que eu só vou resolver esse caô e já volto - aviso e sem esperar pela resposta desço lá pra baixo sendo seguido pelos dois da minha contenção que ficaram cá encima enquanto os outros tão lá embaixo, na escada.

Ben - Pensa bem ... - ouço o cabeça da minha contenção dizer antes de parar atrás dele - Ela vale tua vida ?

Gam - Ela é a minha vida , porra ! - ele grita em resposta e só então me olha , seus olhos vermelhos e o rosto inchado de quem tava chorando quase me fazem rir .

Parece até piada . Um homem chorando por causa de uma buceta .

É por causa de cenas como essas que eu me blindo contra essas feiticeira, nada entra .

-- Tú quer o quê , filho puta ? - balanço minha cabeça encarando ele sério , arrombado fica calado só me olhando - Fala porra , o gato comeu tua língua ?

Gam - Foi tú não foi ? - ele aponta o dedo pra mim mas quando percebe meu olhar de ódio abaixa rapidamente dando dois passos pra trás - Caralho irmão, eu perdi minha mulher - choraminga como um filhote abandonado.

-- Não sou teu irmão , Leonaro - chamo pelo nome pra vê se ele entende - E eu só não te mato aqui agora por consideração ao teu pai e tú sabe disso . Então não abusa .

Gam - Minha mulher ... - ele repete - Cadê ela ?

Respiro fundo ficando impaciente.

-- Se fosse tua mermo tú ia saber onde ela tá - olho ao redor encarando os curiosos que disfarçam saindo de perto e volto a olhar pra ele - Tá vendo ela aqui ? - ele nega - Então pronto. Vaza que a minha paciência pro teu show já acabou e vaza calado porquê se tú falar mais alguma coisa não vai dar bom pra tú não .

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