CALIENTE (morro) romance Capítulo 41

- Gam -

Wid - Não demora , irmão . Nois for pego aqui os dois é morto a paulada . Eu pelo nosso pai e tú pelo pai dela - ele fala fazendo um mata Leão na velha que se debate em busca de ar enquanto eu caminho lentamente pra dentro do quarto .

-- Fica mec - olho pra ele ajeitando as muletas embaixo dos braços - Não mata não , deixa desmaiada e joga em um desses quarto aí , fechou ? - meu irmão confirma e eu volto meu olhar pra minha mulher.

Um tremor sem igual se faz presente no meu corpo e mesmo com todo o frio do ambiente eu me pego suando .

E tudo isso pelo simples motivo de ver ela me olhando com o medo evidente nas orbes cor de mel que eu tanto sou apaixonado.

Bagulho nada haver.

Tô ligado que eu vacilei feio , mas ter essa reação ? Ai não, né.

Sou a última pessoa que faria mal pra ela , ainda mais sabendo que o meu plano deu certo e agora ela carrega meus filhos no seu ventre .

Pô , nem quando eu troquei o anticoncepcional dela por pilula de farinha eu não me senti tão feliz como agora .

Vou ser pai , porra !

Dos filhos da mulher que eu amo , ainda !

Me aproximo dela , e quanto mais chego perto mais ela chora com o celular na orelha .

A voz masculina saindo do aparelho me causa um misto de emoções.

Meu pai já me deu o papo de que ela tava sentando pro Russo enquanto eu estava em coma , mas dá em nada , agora que eu acordei tudo isso vai ficar no passado.

Sempre fica depois que ela perdoa .

E depois, tenho certeza que ela só ficou com ele porque aquele filho da puta se aproveitou da fragilidade da minha mulher .

-- Oi ! - tento tocar sua mão mas ela se esquiva - Qual foi , amor ? Eu não vou te machucar não.

Afrodite - Sai de perto de mim , Leonaro - seu lábio treme , a respiração acelerada e a careta de dor me fazem franzir o cenho .

-- Tá com medo ou só sentindo dor ?

- Por favor , se afaste dela - um velho moreno que aparenta ter uns 60 e poucos anos entra e logo atrás dele meu irmão tirando a arma da cintura colocando na sua cabeça .

Wid - Abre os braços e as mãos agora , sem gracinha filho da puta - o velho obedece e um gemido chama minha atenção.

Olho pro lado vendo o olhar assustado dela em mim.

Afrodite - Não deixa ele machucar o senhor , Leonaro . Por tudo que é mais sagrado , não deixa - ela tenta levantar e logo grita em meio ao choro - Ai meu Deus , que dor !

- Não se esforce menina - o velho fala desesperado começando a suar a testa - Deixa só eu aplicar um calmante nela , por favor.

Eu faço gesto pra ele fazer logo e meu meio irmão acompanha seu movimento sem tirar a arma dele .

Com ela mais calma eu sento na maca , ajeito a maldita muleta no meio das minhas pernas e toco sua mão subindo pro seu rosto lentamente sentindo a pele macia se arrepiar com meu toque .

Minha mulher fecha os olhos e logo abre me fitando com os olhos de gato que dilatam a pupila me fazendo fixar os meus em cada movimento seu .

Papo reto ? Sou apaixonado por ela desde que eu tinha 17 anos , foi minha primeira e na real eu não sei onde eu tava com a cabeça quando vacilei com ela , a mulher é perfeita pô , não deixa a desejar em nada .

-- Vai ficar tudo bem meu amor - faço carinho no seu rosto evitando tocar no seu machucado que eu até sei quem fez - Vou te tirar daqui e te levar pra um lugar onde ninguém vai fazer mal nem pra você, nem pros nossos filhos - limpo sua bochecha quando uma lágrima grossa desliza por ela .

Ouço o barulho de algo caindo e olho pra trás vendo o wid arrastando o velho.

Ele me olha sorrindo , se eu não contei errado essa é a quinta pessoa que ele botou pra dormir desde que a gente chegou.

As duas primeiras ele fez foi matar mesmo , cheguei a ouvir o pescoço sendo quebrado.

Bagulho feião .

Wid - Fica aí que eu vou atrás de uma cadeira de rodas pra levar ela , fechou? - confirmo e depois de fazer um toque comigo ele sai .

Afrodite - Leonaro - chama baixinho - Não me tira daqui e não deixa o Wid tirar , por favor - ela implora , o medo evidente na voz .

Na moral , da onde ela tirou isso ?

-- Tô fazendo isso por nós e pelos nossos filhos - desço com a mão pra sua barriga sem nenhum indício de gravidez evidente , meu toque faz ela se mexer desconfortável mas eu mantenho.

Afrodite - Não são seus - sua voz falha com a mentira e ela aperta o celular entre os dedos pequenos e gordinhos .

De repente sinto um salavanco quando seu corpo é puxado pra baixo e logo sua voz desesperada fala:

Afrodite - Não me toca , Wid , seu doente . Cuidado , Gam ! - não tenho nem tempo de olhar pra trás que sinto os braços grossos se fechando no meu pescoço.

Levo minhas mãos rápido tentando impedir que ele me sufoque como fez com os outros mas falho , ainda tô fraco .

Wid - Tá falando com quem minha princesa ? - ouço ele perguntar, minha vista perdendo o foco e meus pulmões o ar .

Porra , não acredito que ele vai fazer isso comigo.

Gemo frustado e pra não acabar morrendo pelas mãos dele amolesso meu corpo prendendo a respiração , dando a entender que apaguei.

Wid - Foi mal por isso irmão - sinto ele tirando meu corpo de perto dela e colocando em algo macio que eu suponho ser a poltrona reclinável - Antes dela ser tua - ele sussurra perto do meu ouvido - Ela era minha mulher e tú foi um filho da puta de um talarico quando se envolveu com ela logo depois da gente dá um tempo .

Ele se afasta e lentamente eu volto a respirar .

Ouço ele falando , vejo com os olhos entreabertos quando ele prensa o corpo pequeno na cama e na marra beija a boca dela que chora desesperada .

Fico também sentindo meus olhos pesarem , a moleza que eu fingi se tornar real .

Pô , nada disso estaria acontecendo se eu ouvisse o meu pai que ainda pediu pra mim não vim atrás dela e pra não confiar no Dewid em hipótese alguma .

Agora eu sei o porque.

Penso , antes de apagar completamente .

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: CALIENTE (morro)