CALIENTE (morro) romance Capítulo 42

- AFRODITE -

Não sinto nenhuma dor física , mas a psicológica tem se tornado cada vez maior graças ao Dewid que se mostrou mais maluco do que eu imaginei que fosse.

Eu já vi ele estrangulando uns três, dentre eles seu próprio irmão que ele batia no peito defendendo e pelo modo que ele me olha creio que a próxima vai ser eu .

E eu não sei se vou resistir dessa vez.

Wid - Nunca entendi porque você me trocou pelo filhinho de papai - sua voz é calma mas seus olhos queimam com a raiva presente neles - Eu sempre fui mais homem que esse pela saco do Gam .

-- Eu não ... - me calo quando ele segura meus ombros empurrando pra trás , trazendo a sua boca pra minha.

Wid - Trocou sim , sua vagabunda - reprimo os lábios quando ele tenta me beijar mas ele não se importa e continua deslizando sua lingua por eles procurando um espaço pra entrar .

Sinto seus dedos em forma de grampo apertarem meu nariz me impedindo de puxar o ar por eles .

Wid - Ou tú abre a porra da boca e me beija ou tú morre sufocada - ele sorrir apertando mais e ficando sem ar eu separo meus lábios puxando por eles .

No mesmo segundo sua lingua adentra na minha boca .

Me remexo tentando tirar ele de cima de mim mas falho miseravelmente , Wid é muito pesado , meu estômago embrulha quando ele geme puxando meu lábio com os dentes , sinto tanto nojo que não consigo se quer me mover .

Eu não aguento mais .

Minha vida se tornou uma montanha russa de emoções , numa hora eu tô feliz lá encima e no segundo seguinte chorando ao descer a cem por hora .

E agora eu só tô descendo .

Dewid se afasta , sorrindo diabolicamente enquanto me olha de cima a baixo .

Meu corpo sofre pequenos espasmos de medo por isso , meu olhar não sai dele , atento a cada movimento seu .

Já imaginei mil formas de fugir mas em todas eu fracasso , até porque nem ficar em pé sozinha eu consigo nesse momento .

Se pelo menos o Leonaro estivesse acordado ...

Não perdoei , mas dos dois ele é o que menos me dar medo , Leonaro nunca erguiu a mão pra mim , já o Dewid ... Erguiu tantas vezes que eu perdi a conta , a última foi quando ele me pegou de madeirada , me espancou porque segundo ele o seu "amigo" disse que eu estava rendendo pra geral .

Mentira , eu tinha 15 anos , tinha acabado de perder a vingindade com ele , era completamente apaixonada por esse estrume humano .

Hoje eu só sinto medo , nojo e tudo de ruim por ele .

Wid - Eu daria tudo pra saber o que se passa nessa sua cabecinha , meu amor - me assusto quando ele suspende meu corpo , sua mão entrando em contato com a pele exposta da minha coxa - Tava vestida com esse bagulho curto ? - ele olha pro vestido hospitalar e eu engulo a saliva entrando em pânico - Porra , se eu soubesse...

Minha respiração falha quando ele praticamente me joga na cadeira de rodas , uma ardência que começa no meu cóccix sobe até a base do meu pescoço.

-- Wid , minha coluna - choro sentindo meu corpo cedendo aos poucos e pela primeira vez em anos vejo um olhar preocupado surgir nos seus.

Wid - Tá doendo , meu amor ? - confirmo , sem me importar com sua fala.

Ele é maluco e isso eu já entendi .

Quanto mais eu for contra mais eu vou sofrer , também entendi isso.

Wid - Fala pra mim onde dói . Fala pro seu homem - eu fecho os olhos buscando coragem pra fazer isso , pra entrar no seu teatro e não sofrer mais do que eu já estou .

Meu estômago revira de tanto nojo, não acredito que vou fazer isso.

Faz pelos bebês... - a vozinha na minha mente lembra.

E então eu abro meus olhos engolindo a saliva , pronta pra falar .

De repente vejo um homem aparecer na porta , um médico , o loiro de barba rala coloca o indicador nos lábios carnudos pedindo silêncio, na sua mão tem uma seringa que por um milésimo de segundo eu gostaria que estivesse cheia de veneno.

Veneno pra matar o Wid , era só o que eu queria.

Wid - Em , meu amor ? - ele me balança fazendo a ardência aumentar , gemo vendo seu corpo se mover lentamente na direção do médico e então falo rápido trazendo sua atenção de volta pra mim .

-- Minhas costas toda , amor - quase vomito ao chamar ele assim - Toda. - dou ênfase vendo ele me olhar com o sorriso de orelha a orelha .

Wid - Eu esperei tanto por esse momento, minha princesa - ele me dá um selinho que eu retribuo mantendo sua atenção em mim ao ver o médico se aproximar lentamente - A gente vai ser muito feliz , tá bom . Eu vou criar seus filhos como se fossem meus e depois a gente vai ter os nossos , uns cinco pra compensar - ele balança a cabeça confirmando a sua idéia maluca, seus olhos ficando mareados e então uma careta de dor surge no seu rosto .

Solto minha respiração de uma vez quando a voz do médico soa pelo ambiente.

- Sinto te informar, mas teus planos vão ficar pra próxima vida - ele puxa a seringa vazia do pescoço do Wid e me olha , os olhos azuiz se fincando nos meus .

A saudade do tom acizentado que só o Russo tem me fazem respirar fundo , queria ele aqui comigo.

Wid - Você vai pagar caro por isso - ele fala meio grogue vacilando seu olhar entre eu e o médico - Confiei em você , amor ... - e então apaga , desabando no chão.

O médico passa por cima dele e rápido me tira da cadeira , nunca me senti tão aliviada antes por estar nos braços de um desconhecido.

Ele me segura com cuidado, como se eu fosse quebrar a qualquer momento .

E talvez eu até já esteja .

- Que meu superior não saiba - ele se mexe , chutando o corpo do Wid - Seu fodido de merda - fala baixo e me sentindo carente eu me acomodo no seu colo , descansando a cabeça no peitoral firme - Tudo bem , aí ? - me olha de cima.

-- Agora sim - sussurro cansada , ele me coloca deitada na maca , arruma meu corpo e começa a me examinar .

- Vim assim que vi o chamado na recepção - um outro médico chega correndo , esse é moreno e bem magro , tem cara de estagiário e olhando de longe parece o Ben .

Sorrio olhando pra ele , bateu uma saudade do meu amigo.

- Tira esses dois delinquentes daqui e manda direto lá pra baixo que a Julieta sabe o que fazer - o loiro pede aproximando seu rosto do meu ajeitando o colar servical - Eu vou pedir alguns exames , tudo bem ? - confirmo sentindo seu hálito fresco tocar meu rosto.

- Eu ? Sozinho ? - o moreno rebate , o tom indignado saindo engraçado - Olha o tamanho desses monstros e olha o meu . Aja coluna mermão - ele reclama pegando nos braços do Wid , tirando ele da sala - Tú tá gordo em amigão!

O barulho do corpo sendo arrastado de qualquer jeito me dá uma satisfação enorme.

Será que eu sou má por isso ?

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