CALIENTE (morro) romance Capítulo 62

- AFRODITE -

Yara - Me fala mais sobre você , fiquei curiosa - ela pega minha mão quando a gente vai atravessar a estrada de terra em frente a sua casa .

Olho pra ela sorrindo, sabe aquelas pessoas que você olha e o seu santo bate sem esforço? , pois é , foi ela .

Maluquinha e respondona , logo me apaixonei pela personalidade dela .

-- Não tem o que falar - começo - Você já sabe do principal - a gente chega do outro lado e caminha devagar até a esquina onde tem uma padaria lachonete.

Yara - Meu tio deu uma de doido quando descobriu que te queria ? - engulo a saliva ao lembrar dessa parte e só confirmo brevemente com a cabeça - O meu homem também . Disse que era loucura uma garota de 19 anos , linda como eu querer algo com um velhote como ele - ela gargalha - Ai , ai . Dei logo foi um chá quando perdi minha virgindade com ele que foi praquele safado largar mão de ser otário e parar de ficar falando besteira . Sou apaixonada por ele desde os meus 15 anos , sabe , só que ele era casado na época e eu muito nova... - ela conta toda história que me deixa de boca aberta .

Se essa for a genética predominante do Boris, coitado dele se nossos bebês forem os três meninas como meu pai tem espalhado pra todos que é .

- O nega maluca ? - confirmo pro rapaz atrás do balcão e espero ele vim com meu bolo , minha boca está salivando em excesso e eu já consigo sentir o gosto de chocolate.

Acho que estou tento meu primeiro desejo.

Yara - Tia ... - ela passa seu braço pelo meu ombro enquanto se aproxima pra falar no meu ouvido - Fica calma e me responde : Trouxe seu celular ? - confirmo sem entender - Coloca ele encima do balcão sem fazer movimentos bruscos , e por favor , não olha pra trás - sua respiração acelera e a minha vai junto , sinto um olhar queimar sobre nós e faço o que ela mandou começando a tremer igual vara verde.

-- O que está acontecendo ? - pergunto baixo olhando ela digitar o número de alguém no meu celular - Yara ...

- Aqui está - o rapaz volta colocando os dois pratinhos no balcão - Patroa ... - ele olha pra trás e depois pra loira do meu lado - Quando eu falar pra vocês se abaixarem , vocês se abaixam e corram pra trás do balcão . Ele é reforçado e vai proteger as duas - eu aceno sem nem saber quem é e se posso confiar nele .

Só quero ter a chance de salvar a minha e a vida dos meus filhos , visto que estamos em perigo.

Yara - Espera , Prometeu , tô ligando pro meu gostoso - ela fala calma e isso me assusta , será que ela não está com medo ? - Paixão , tem alguém aqui . O que eu faço ?

- Se defende e se esconde que eu tô indo - a voz sai baixa do alto falante .

- AGORA YARA - o balconista grita e no mesmo instante o primeiro tiro é disparado por ele.

Passa tão perto da minha cabeça que eu sinto o ar ser cortado antes de ser puxada bruscamente pela loira que me puxa passando pelas pessoas desesperadas pra sair daqui pra trás do balcão .

Logo estoura uma rajada de tiros que me deixa temporariamente surda com um zunido perturbador no ouvido .

Choro baixinho, o medo de algo me acontecer toma conta de mim ao me encolher embaixo da madeira revestida com metal e olhar pro lado vendo o balconista morto com vários tiros no rosto.

Chego a gritar de susto e tenho minha boca tampada pela loira que pede silêncio com o indicador nos lábios, aceno em concordância e ela retira sua mão de mim e eu coloco a minha no lugar pra evitar que os soluços do meu choro escapem.

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