- RUSSO -
Senti seu corpo relaxar e sua respiração se tornar calma fazendo seu peito subir e descer lentamente, indicando que ela , a única mulher a quem eu nunca iria prometer algo do qual eu não podesse cumprir , dormiu.
Beijei a pele cheirosa do seu ombro uma última vez e então me afastei, lenta e suavemente para não acorda-la , vesti minha roupa e guardei meus bagulho olhando pra minha mulher nua sobre o lençol azul da cama .
Papo reto , ela e nossos filhos são as pessoas mais importantes da minha vida e é pelo bem estar de ambos que eu preciso matar o frente da Penha .
Ele não tentou mais nada contra ela ou a Yara mas eu não esqueço que por causa dele as duas iam morrendo e a minha mulher ficou uma semana inteira socada dentro de casa só chorando por ter matado alguém que mereceu ...
Respirei fundo ao lembrar disso , o ódio tomando conta do meu ser por saber que eu vou ter que deixar ela sozinha pra ir acabar com aquele fodido.
Umedeci meus lábios dando uma última olhada nela que se mexeu sobre a cama , sua nudez me deixando maluco e duro novamente.
Não posso deixar ela assim. - pensei já imaginando algum sem amor a vida entrando e a olhando da mesma forma que eu estou .
Sorri nervoso com a hipótese e rápido peguei minha camiseta jogada no canto do quarto e vesti nela que "acordou" e ficou me olhando com atenção.
Fiquei calado fazendo o mesmo, ciente que ela estava naquele estado em que a mesma chama de "download da alma" .
Afrodite - Você lembra do nosso primeiro beijo , amor ? - ela quebra o silêncio perguntando com a voz grogue , olhos quase fechados.
Franzo meu cenho, tentado a responder mas receoso que ela desperte puta comigo por lembrar do ménage que foi quando aconteceu .
Ela tem disso , quase um teste pra me enlouquecer.
Afrodite - Meu pai tinha acabado de ter uma overdose ... - paro de pensar quando ela começa a sussurrar e me aproximo pra ouvir direito - Ele estava em coma e a Tabita jogando a culpa disso em mim - ela fala calmamente, sem esboçar nenhuma emoção .
-- E onde eu entro nessa história? - pergunto baixo , em dúvida .
Afrodite - Você ? - ela fecha os olhos se acomodando na cama - Quando meu pai acordou ele pediu pra te ver e eu fui atrás de você e te achei na Caliente . Bêbado e usando aquela porcaria . Cocaína.
Movo minha cabeça de um lado pro outro , negando , ela com certeza não está acordada , tá dormindo e falando coisa com coisa .
Isso nunca aconteceu .
Preocupado eu toco sua testa , temperatura normal .
Afrodite - Não se lembra ? - nego quando os olhos verdes se abrem na minha direção - A gente brigou porque você agiu com ignorância comigo , eu te dei um tapa no rosto e você erguiu a mão pra revidar ...
-- Eu te bati ? - pergunto , não é que eu acredite nessa história mas também não desacredito.
Afrodite não é de inventar , a sinceridade e a incapacidade de saber mentir são o seu forte.
Afrodite - Não. Você me beijou , me empurrou contra a parede com a mão no meu pescoço e me beijou - ela sorri fechando os olhos novamente - E o pior foi que eu nem tentei impedir , nada .
-- O que aconteceu depois ? - ela dar de ombros - O que aconteceu , Afrodite ? - repito a pergunta , minha mente lutando pra lembrar mas falhando miseravelmente .
Pô , se for verdade essa história eu fui um pedófilo do caralho , lembro que na época que o Jão teve a overdose ela tinha 17 anos e eu 38 .
Nunca nem olhei pra ela com maldade nessa época porque sempre achei errado pra caralho esse lance de mano mais velho ficar com menor de idade . Bagulho que eu abomino mermo .
E agora ela vem com esse papo ...
Afrodite - Você vai lembrar , amor . Eu sei que vai ...
-- A gente transou ? - tento novamente, preciso saber oque aconteceu depois do beijo .
Ela não responde e só o que sai da sua boca são remungos antes da sua respiração se tornar lenta novamente.
-- Porra Afrodite - passo as mãos nos meus cabelos respirando fundo .
Essa mulher sabe como me deixar frustrado.
Olho pra sua janela vendo o céu acinzentado por causa da chuva que ameaça cair e levanto indo até ela , fechando o vidro e a persiana deixando o ambiente meio escuro.
Ligo o ar deixando numa temperatura boa e saio do quarto trancando a porta e jogando a chave por baixo pra ela sair quando acordar .
Minha mente lutando pra lembrar do caralho do nosso primeiro beijo e provavelmente primeira transa enquanto eu desço as escadas.
Quase cinco meses pra ela me contar isso e ela inventa de fazer agora .
Bufo .
-- Tinha que ser a Afrodite pra fazer um bagulho desses , puta que pariu.
Jão - Pirou irmão ? - ele surge na minha frente rodando na mão a camiseta de botão florida que ele estava usando - Falando sozinho , pô.
-- Provavelmente, e a culpa é da tua filha . Aquela feiticeira - puxo meu celular do bolso ao sentir vibrar e vejo o nome Teco brilhar na tela de chamada que eu atendo enquanto caminho pra fora da casa com o Jão seguindo atrás igual puta .
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Teco
- O cara acabou de me ligar . Filho da puta disse que vai deixar a área limpa pra mim entrar na boca sem caô.
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