Resumo de Capítulo 88 - Eu vou com você – Uma virada em CALIENTE (morro) de Emah_Post
Capítulo 88 - Eu vou com você mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de CALIENTE (morro), escrito por Emah_Post. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
- AFRODITE -
-- Eu estou bem - minto pela enésima vez desde que percebemos que estávamos sendo perseguidos.
Marisa - Tem certeza ? - ela me olha com os olhos arregalados, o pânico evidentes neles.
-- Sim , tenho - minto novamente.
Na verdade eu não estou nada bem , meu corpo todo está tremendo , minha respiração falha e minha maior preocupação nesse momento é : manter meus bebês a salvo.
Não quero perder eles .
Sei que o Bóris está vindo , mas e se ele não chegar a tempo ? E se o pior acontecer ? ...
São tantos e se , que eu estou pirando.
O carro patina sobre a água do asfalto mais uma vez e outro grito da Marisa me assusta, nunca pensei que alguém pudesse gritar tanto como ela grita .
Me seguro mais firme na alça superior da porta , tentando manter meu corpo longe de impactos , sei o mal que isso faria a minha gestação.
Gege - Porra , porra , porra ! - ergo meu olhar pro moreno que aperta as duas mãos com força no volante e desvio pra imagem que aparece a nossa frente através do para-brisa .
Dois carros idênticos ao que está nos seguindo fechando a passagem .
É o nosso fim .
Meu coração bate na boca quando vejo que o Gege cogita a idéia de avançar e por isso digo :
-- Por favor , não faz isso .
Gege - Eu tô tentando salvar nossas vidas ! - diz sem me olhar , sua mão no câmbio de marcha pronto pra trocar e acelerar .
-- Como Gege ? A rua está fechada , o máximo que você vai conseguir é matar a gente mais rápido com essa idéia de louco.
O moreno grita de frustação e diminui a velocidade , parando a mais ou menos dois metros dos carros que no mesmo instante em que paramos tem suas portas abertas por vários homens armados.
Gege - Satisfeita ? - ele tira a arma da cintura e me olha por um momento - Se eu não morrer agora , o Russo me mata depois.
Respiro fundo .
" Seja forte e enfrente tudo que vier de cabeça erguida "
Lembro do seu conselho e engulo a saliva , eu nem vou ter a chance de me despedir dela .
Uma lágrima grossa e quente escorre pelo meu rosto , o medo dar lugar a raiva.
Porque tudo de ruim tem que acontecer comigo ?
Estremesso , o barulho de vários tiros me trazem pra realidade infeliz que eu me encontro.
Mais uma vez.
Marisa - O carro é blindado, a gente pode ficar aqui até o Russo chegar , né? - seus gritos entram em contraste com os tiros disparados contra as rodas do carro.
Gege - É blindado , não impenetrável sua burra . Uns dez tiros de fuzil nas janelas e todo mundo aqui desce de tobogã pro inferno.
Marisa - De tobogã , não !
Olho através do para-brisa mais uma vez e a imagem de um homem que sai de um dos carros embaixo de um guarda chuva me chama atenção.
Baixinho , buchudo e calvo .
-- É o Zeca - aponto chamando atenção dos dois que param de discutir pra olhar na direção dele .
Gege - Esse filho da puta ainda tá vivo ?
De repente, um tiro disparado contra o vidro de uma das janelas nos assusta.
Eles vão matar a Marisa e o Gege .
A certeza atravessa a minha mente quando os homens armados começam a disparar contra as janelas de ambos , deixando a minha intacta.
Gege se arruma no banco apontando sua Glock pra um deles mesmo sabendo que não tem chance contra ... Conto rapidamente .
Dois , quatro , oito homens fortemente armados.
Merda , o medo volta junto com algumas lembranças , as principais dela sendo a da noite em que o Zeca foi até o morro me pedir pra ir ver o Gam e a outra em que ele foi até o hospital querendo que eu intercedesse pelo seu filho .
Em ambas ele teve a chance de me machucar e não o fez .
Algo na minha mente se acende .
-- Ele veio atrás de mim - falo , a adrenalina sendo espalhada rapidamente pelo meu corpo - Não vai me machucar
Marisa - Você não. Mas a nós? Com certeza - ela me olha , o desespero e a raiva presente nas orbes azuis - Não quero morrer por sua causa.
-- Ninguém vai - abro a porta e no mesmo segundo os tiros param , um dos homens age rápido e se enfia dentro do carro me puxando com agressividade pra fora , sinto um pouco de dor quando ele me prensa contra a lateral fria do carro e resmungo - Calma , Por favor !
A chuva de vento me encharca em segundos e eu estremesso de frio .
Gege - Solta ela seu filho da puta! - ouço sua voz e logo o som ensurdecedor que faz meu ouvido zunir.
O cara que me segurava cai no chão com um tiro no pescoço e é impossível eu controlar o grito de horror que sai da minha garganta ao ver o sangue jorrando do buraco recém feito .
Meu estômago embrulha violentamente .
- Seu merdinha burro do caralho - outro cara desarma o moreno e o joga no chão , logo a Marisa é jogada ao seu lado .
Ambos com fuzis apontados pras suas cabeças.
Penso rápido , a certeza de não querer presenciar outra morte me faz gritar no alto dos meus pulmões :
Taz - Por vingança, priminha . Teu marido matou alguém que eu amava e depois que você parir eu vou devolver o favor - ele puxa meu cabelo e eu gemo de dor quando percebo que mais uma vez sou feita de escudo humano - Sai de cima dele ou a vagabunda aqui morre !
Ele dispara pra cima e volta com a ponta , agora quente , pra minha testa que arde ao ser queimada.
Meu choro me faz soluçar, eu nunca pensei que o meu próprio primo, aquele que me chamou pra ser madrinha do seu filho de tão próximos que éramos seria capaz de fazer o que está agora .
Bóris olha por cima do ombro pra mim e obedece ficando em pé ao lado do Zeca que cospe sangue ao levantar e caminhar com dificuldade na nossa direção.
Zeca - Demorou mais chegou - passa do nosso lado - Trás ela .
Meu olhar se finca no do pai dos meus filhos , a promessa sendo feita através dele.
-- Eu te amo muito - movo meus lábios quando sinto o puxão que me faz andar de costas em direção ao carro .
Sinto um aperto estranho no peito e me desespero , mesmo sabendo dos riscos que eu corro eu tento me desvencilhar do meu primo pra correr até ele .
Alguém atira duas vezes .
O estrondo vindo do meu lado me faz ficar desnorteada por alguns segundos.
Paralizo.
Meu coração erra a batida dentro do peito quando eu vejo o pai dos meus filhos caindo .
Ai meu Deus , não , isso não.
Seus homens entram na sua frente e apontam pra gente .
-- Bóris ! - grito com toda a força que tenho , vejo ele tentar levantar , cambalear e cair novamente - Não ! Não !
Meus olhos ardem com as lágrimas que caem sem que eu as controle .
Ele vai morrer e a culpa vai ser minha.
-- Amor levanta , por favor , levanta! - grito olhando pro seu corpo no chão - Por ... - minha voz é abafada por uma mão que tampa a minha boca.
Taz - Cala a boca filha da puta - ele me arrasta com força pra dentro do carro e fecha a porta - Ele tá morto , queimando no inferno hora dessa - ouço seu riso - E a culpa é tua que parece um câncer , faz mal a qualquer um que se aproxima !
Balanço minha cabeça em negativa e choro mais ainda , desesperada, ele não pode ter morrido , não pode ter deixado a mim e aos nossos filhos , não pode .
Meu coração dói tanto que parece que está sendo atravessado com uma adaga.
Não sei qual dor é maior , a emocional ou a física.
O carro começa a se movimentar e eu solto um grito , esperando que ele alivie essa dor , mas não alivia.
Eu perdi o homem que eu amo e não existe dor maior que essa .
Ele não vai voltar pra mim , não dessa vez .
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