CALIENTE (morro) romance Capítulo 94

Resumo de Capítulo 93 - Eu preciso: CALIENTE (morro)

Resumo de Capítulo 93 - Eu preciso – Uma virada em CALIENTE (morro) de Emah_Post

Capítulo 93 - Eu preciso mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de CALIENTE (morro), escrito por Emah_Post. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

- AFRODITE -

Sinto dedos frios tocarem meu pescoço e devagar abro meus olhos fitando a pessoa que me acordou .

Estática , é assim que eu fico quando essa mesma pessoa se abaixa tirando a criança que adormeceu nos meus braços de perto de mim .

O medo dele fazer mal ao próprio filho me domina e por isso falo :

-- Não faz nada com ele , por favor - peço , rezando mentalmente pro seu lado paterno me atender.

Taz me olha sorrindo diabolicamente e ajeita o Rauan no seu colo deixando uma das mãos livres pra vim até o meu pescoço.

Dedilhando sem apertar .

Taz - Que homem cê acha que eu sou priminha ? Nunca que eu faria mal ao meu filho - seus dedos pressionam minha pele com força - Mas a você ? Eu já não posso falar a mesma coisa .

-- Tariel - levo minha mão solta pra cima da sua numa falha tentativa de tirar de mim ao começar a ficar sem ar - Para com isso - me debato sentindo meus olhos pesarem.

Zeca - Solta ela Taz ! - a ordem é obedecida instantaneamente - Agora vaza daqui antes que eu cumpra com a ameaça que te fiz da última vez.

Tusso violentamente ao tentar puxar o ar pros meus pulmões e sinto meus olhos se encherem de lágrimas , lágrimas de puro ódio .

Eu não mereço isso , tenho certeza que não mereço .

Taz - Cê que manda chefe - ele me olha por um momento e sorrir de lado antes de obedecer mais uma vez .

Toco meu pescoço dolorido devagar ao parar de tossir e só então consigo encher meus pulmões de ar . Me sinto fraca e por isso fecho meus olhos ouvindo os passos se aproximarem de mim .

Respiro tremulamente tentando não chorar .

Eu prometi pra mim mesma que só choraria de felicidade - mesmo sabendo que um dos maiores motivos da minha não está mais vivo - e desde então tenho me esforçado ao máximo pra cumprir .

Zeca - Ele te machucou pequena ? - seus dedos tocam minha bochecha , tão carinhosamente que meu estômago se revira com o nojo que eu começo a sentir - Fala pra mim .

Trinco meu maxilar ao abrir meus olhos e encaro o assassino do homem que eu amo , meu ódio por ele não tem medida e é tão intenso que eu sinto meu sangue borbulhar dentro das minhas veias .

Agora mais do que antes.

-- Falar pra você ? - ergo uma sombrancelha - E o que você vai fazer ? Conversar com ele como fez da última vez que aquele covarde tentou me matar dessa mesma forma ? Ah , por favor !

Zeca - É o que eu posso fazer , Di . Ainda preciso dele - fala calmamente indo sentar na poltrona reclinável que fica ao lado da porta , a mesma poltrona que ele costuma dormir ao vim velar meu sono à noite .

-- Não , não é - me ajeito sentando na maca e assim que consigo sinto uma forte pontada no pé da minha barriga - Ai - gemo de dor colocando minha mão no local e no mesmo segundo Zeca volta pro meu lado tentando me tocar - Sai , me deixa em paz , não me toca ! Isso é culpa sua ! - tento me afastar e acabo puxando meu pulso preso.

Dói muito e sem controlar algumas lágrimas descem pelo meu rosto .

Zeca - Fica quieta que eu vou te soltar - ele fala rápido tirando a chave do bolso da sua bermuda e sem escolha eu acabo obedecendo - Se comporta que eu já volto , vou chamar o doutor - diz depois de libertar meu pulso algemado e sai do quarto me trancando nele .

Eu até penso em levantar ao ver que agora não estou mais presa à maldita maca mas outra pontada me faz esquecer esse pensamento.

Ai meu Deus !

Solto o ar devagar e deito novamente , o medo de toda a raiva que eu ando sentindo ter de alguma forma afetado meus bebês me faz parar e respirar fundo tentando me acalmar .

Por mais difícil que seja , eu tento.

Samuel - Eu sabia que isso ia acontecer , hoje ela está mais revoltada que o normal - ele abre a porta falando e ultrapassa vindo na minha direção - Ainda te perguntei se você estava sentindo alguma dor .

Ignoro sua fala e existência focando somente em inspirar e expirar regularmente .

Eu preciso me acalmar , eu vou me acalmar. Pelo bem dos meus bebês , eu vou .

Zeca - Sabia que ia acontecer o que ? E porque não me falou antes ?

Samuel abre a boca pra responder mas a fecha quando o som parecido com uma explosão vem do lado de fora .

Ultrapasso a porta com tanta vontade de sair daqui que nem ouço os passos se aproximando pelo corredor , só me assusto quando alguém segura meu braço me obrigando a parar e olhar pro seu rosto .

-- Me solta ! - tento me desvencilhar mas falho miseravelmente .

Zeca - Eles estão aqui por você - diz o que eu já imaginava e minha autoconfiança só aumenta - Preciso tirar você e meus netos daqui - ele tenta me puxar mas eu travo meus pés descalços no chão impedindo - Não dificulta isso , pretinha . Por favor . Eu não posso deixar eles tirarem vocês de mim .

A maneira que ele me chama é o estopim.

Eu sinto o ódio dominar cada parte do meu ser , é tão forte que eu tremo de cima abaixo .

Ele não tem esse direito . Não tinha quando matou o pai dos meus filhos e tem menos ainda de me chamar pelo apelido carinhoso que ele me deu .

Respiro fundo , sem me importar com mais nada eu tiro uma das mãos da minha barriga e a fecho em punho dando um soco no meio dos seus peitos .

-- Você não tem a permissão de me chamar de pretinha - grito e bato mais uma vez - Nunca teve e nunca vai ter seu monstro - choro quando ele consegue me imobilizar mas não paro de tentar me soltar .

Zeca - Eu te chamo como eu bem quiser - ele grita com raiva me prensando na parede mais próxima - Sabe porque ?

- Eu gostaria de saber ! - a voz rouca que ecoa pelo corredor me deixa desnorteada .

Não pode ser ele , pode ?

Não , não pode . Eu o vi morrer , vi ele cair e não levantar pouco antes de ser levada , eu vi .

A sombra de um homem alto portando um fuzil surge na curva do corredor e meu peito se aperta quando ele aparece , as lágrimas presentes nos meus olhos descem sem controle .

Lágrimas de felicidade.

É ele , aquele que prometeu sempre voltar pra mim , cumpridor das suas promessas.

Bóris.

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