Casada com a Fera romance Capítulo 28

Depois de ouvir a revolta de Rosa e deixar que ela xingasse Patrick a vontade, me virei para Alejandro que comia me encarando, não havia mais o sorriso presunçoso em seus lábios, ele apenas comia a minha frente, me analisando com aqueles olhos enigmáticos.

— Calma Rosa, eu ainda não o perdoei. — murmurei envergonhada de mais com aquele homem me encarando sem falar nada, sem dúvida era mais fácil quando ele abria aquela boca e dizia o que pensava de uma vez. — Eu sai de lá dizendo que precisava de um tempo pra pensar no que faria, ainda não sei o que vou fazer.

— Você pode ficar aqui o tempo que precisar e se decidir não voltar vou adorar ter você morando comigo, sabe que eu sempre quis te tirar daquele inferno e te criar, agora finalmente tenho condições pra isso! — ela falou parando atrás de mim e envolvendo meus ombros com os braços calorosos.

— Obrigada Rosa, você sempre foi tudo o que eu tive. — senti o beijo dela no topo da minha cabeça e os olhos de Alejandro se encontraram com os meus, mais suaves e quase pude ver a sombra de um sorriso.

— Mas eu estou sentindo que você não está indecisa por não ter onde morar, mas sim porque está apaixonada por aquele homem.

Meu corpo todo endureceu com esse pensamento, eu tinha entregado meu coração para ele, entrei naquela relação disposta a tudo para conquistá-lo, mas pelo jeito eu tinha sido a única a me apaixonar, mesmo com toda grosseria e brutalidade eu tinha caído por ele, diferente de Patrick eu não tinha erguido nenhuma barreira em volta do meu coração e talvez esse tenha sido meu pior erro.

Alejandro bufou se levantando da mesa e levando seu prato vazio até a pia, o segui com o olhar pensando no que ele finalmente teria para falar.

— Como ela pode estar apaixonada se simplesmente foi jogada no colo desse homem? — suas palavras me chocaram.

— Alejandro!

— Ela nunca teve a oportunidade de se apaixonar por outra pessoa, saiu da prisão para outra, casada com um homem que nunca viu antes a quem tentou conquistar. — ele se virou para mim, não se importando com a reprimenda da mãe. — Acha que teria se apaixonado por ele se estivessem no mundo real e não presos naquela casa? A forma como ele te tratou te faria suspirar e sentir borboletas no estômago? Você o escolheria no meio de um monte de homens que a tratassem bem? Porque eu acho que não.

As palavras dele me calaram e a cada nova pergunta que ele me fazia mais meu coração se apertava e a voz em minha cabeça gritava o quanto eu era burra.

— Alejandro pare de perturbá-la, já basta tudo o que ela está passando...

— Não Rosa, eu quero ouvir o que ele tem a dizer. — falei a interrompendo, os olhos dele continuavam presos nos meus e um pequeno sorriso brotou nos lábios grossos atraindo meu olhar.

Eu já tinha escutado conselhos sobre o que eu deveria fazer para seduzir e conquistar Patrick, ouvi as conversas sobre como ele tinha sofrido e o quanto eu precisava ser paciente, ouvi cada uma delas e segui isso. Mas onde isso me levou? A ter um par de chifres na cabeça e um coração dolorido? Talvez estava na hora de ouvir alguém dizer o que eu deveria fazer por mim mesma e se Patrick me quisesse ele que viesse atrás de mim.

— Ótimo, preciso voltar pra oficina, mas você pode vir comigo. — ele falou encostando o quadril contra a bancada da pia. — Não se preocupe, fica aqui na frente e eu não mordo.

Revirei os olhos me levantando e indo até onde ele estava, coloquei meu prato na pia, não me importando com o roçar do meu braço em seu corpo, ou fingindo não me importar. Encarei o olhar dele e dei um pequeno sorriso, querendo por um fim naquela pose de lobo mal atrás da garotinha inocente.

— Eu não tenho medo de você, sei me defender. — ele deixou que um lado da boca se erguesse em um sorriso sensual enquanto Rosa gargalhava e batia palmas. — Podemos ir?

Ele foi na frente me guiando, saímos pela porta da frente e ele me apontou mostrando onde era sua oficina, bem em frente, não tinha nem como não ver.

Um outro homem apareceu na nossa frente, ele estava vestido com um jeans rasgado e sujo de graxa assim como as mãos. Os braços fortes estavam expostos na regata e quando eu encarei seu rosto me perguntei se ser lindo era um requisito para trabalhar ali.

— E então já sabemos o nome da bela mulher? — ele perguntou me deixando confusa. — Nós vimos você encarando a casa e apostamos em quem você seria.

— Sophie... — parei por um minuto pensando se seria adequado dizer o sobrenome de Patrick ou não. — Só Sophie. — falei por fim estendendo minha mão para ele.

— É um prazer te conhecer só Sophie! Sou Luke. — ele me deu um sorriso fácil. — É minha vez de sair agora, mas quando eu voltar espero te encontrar por aqui.

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