Casada com a Fera romance Capítulo 32

"Vou te dar o que você quer Sophie!" Foi o que ele falou e as palavras se repetiam em minha mente, eu o mandei embora e foi exatamente o que ele fez. Patrick não ficou comigo e se abriu, não se negou a ir e me obrigou a ouvir sobre o quanto gostava de mim e me queria. Ele não fez nada disso, apenas me deu o que eu queria saindo dali.

— Você está bem? — ouvi a voz de Alejandro na porta do quarto. — Minha mãe disse que você se trancou aqui depois que ele foi embora.

Eu não estava querendo papo, nem mesmo ver ninguém, só queria ficar sozinha um pouco. Sentia como se minha cabeça estivesse ainda pior, a confusão não tinha se resolvido e ter ido até a oficina aquela hora só fez aumentar minhas dúvidas e inseguranças.

— Não estou no clima pra conversar. — resmunguei torcendo para que ele entendessem e me deixasse em paz.

— Estou achando que é mais do que isso. — ele retrucou escorando o corpo na porta, mostrando que não cederia tão fácil. — O que ele falou foi tão grave assim? Vi como ele saiu daqui transtornado, olhando para trás até entrar no carro. Ele parecia preocupado com algo.

Não entendia o porque Alejandro estava ali falando aquilo ao invés me deixar em paz, eu não queria saber como Patrick tinha saído dali, ele ter ido embora daquele jeito era a razão de eu estar enfiada naquela cama, me corroendo.

— Só esqueça isso e me deixe dormir. — falei mentindo me virando de costas pra ele, pois era claro que eu não ia dormir.

— Se não quer conversar tudo bem, podemos falar disso outra hora. Só não pense que não vou falar sobre isso depois, vou querer saber o que te deixou assim.

Bufei socando o travesseiro para não socar a cara de ninguém. Ele não ia mesmo me deixar em paz, então me virei para ele e contei metade do problema.

— Patrick está investigando as fraudes de que meu pai foi acusado, mas descobriu que foi tudo coisa do meu tio, ele incriminou meu pai com toda essa merda e deixou uma empresa falida pra mim. — Patrick pareceu ainda mais chocado e entrou no quarto querendo ouvir mais. — Era isso o que eu iria herdar no próximo ano, dividas e processos.

— Sinto muito pequena.

— E eu tenho quase certeza de que ele tinha muito mais a dizer, mas depois do meu surto socando a parede ele não disse mais nada...

— Você socou a parede? — ele questionou me interrompendo, mas eu só ergui a mão em resposta. — Você ficou maluca?

Tinham alguns arranhões nos nós dos dedos e estavam vermelhos de mais, mas não era nem de longe o pior que eu já tinha passado.

Alejandro alcançou a cama com duas passadas largas e pegou minhas mãos, analisando os machucados e acariciando meus dedos, mas eu estava querendo fugir daquela conversa e vê-lo longe dali, só precisava ficar sozinha.

— Esquece isso, não foi nada de mais e eu só quero dormir e esquecer que esse dia maluco existiu. — falei arrancando minha mão da dele.

Ele inda ficou ali um minuto me encarando antes de sair me deixando em paz.

Eu me virei na cama suspirando e lembrando dos olhos castanhos perturbadores, emoldurados por aquela sobrancelha grossa. Demorei a pegar no sono enquanto pensava em tudo o que tinha acontecido em tão pouco tempo, minha vida parecia um furacão sem hora pra acabar.

Não foi nenhuma novidade que eu sonhei com Patrick a noite toda, só tinha ele na minha mente e foi assim por uma semana inteira. Não tive nenhuma notícia dele, nenhuma mensagem, nem sinal de vida, era como se ele não existe na minha vida, a não ser pelo incomodo no meu peito que me lembrava sempre dele.

— Bom dia filha. — Rosa falou quando eu entrei pela cozinha sem dizer nada.

Eu vinha estando cansada nessa última semana e meu apetite tinha sumido, mesmo com todas as coisas gostosas que Rosa fazia eu não me sentia animada em comer.

— Bom dia Rosa. Alguma novidade? — eu perguntava sempre isso na esperança de que Patrick tivesse entrado em contato ou ido até lá.

Afinal ele tinha me surpreendido da outra vez que chegou aqui, e eu ainda nem sabia como ele tinha descoberto onde eu tinha ido e como ele sabia que eu estava na oficina.

Mas também sabia que parte da culpa dele não aparecer era minha, eu tinha dito pra ele ir embora e só voltar quando eu estivesse pronta para conversar sobre a traição. Agora precisamos conversar sobre bem mais coisas do que só Patrick com aquela mulher.

— Está distraída de novo menina. — Rosa me chamou de volta a realidade colocando uma mão em meu ombro. — Pensando nele de novo, não é?

— Eu não...

— Nem tente negar, seu rosto muda quando está pensando nele, seus olhos ficam longe e tem um brilhinho triste neles. Mesmo que eu as vezes eu ache que você está sonhando com algo bom e divertido acontecendo com vocês dois.

Merda, ela me conhecia bem demais para eu sequer mentir. Rosa sabia tudo de mim, ela estava comigo desde meus nove anos, me conhecia melhor do que qualquer pessoa.

— Eu só queria que ele se abrisse comigo, me falasse do seu passado, dos seus traumas... Que me deixasse ao menos ver seu rosto, já era um começo, seria ele dizendo que gosta de mim e que vê como mais do que uma mulher para ter seus filhos. — confessei depois de todos esses dias em silêncio, acho que finalmente estava me cansando de toda aquela inércia.

— Então me parece que você já tem uma resolução, você já sabe o que quer. Ou ele se abre e mostra que se importa ou te deixa ir, não é isso? — ela simplificou todos os meus sentimentos naquelas poucas palavras, me surpreendendo com a facilidade dela em resolver tudo. — E porque não liga pra ele?

Olhei para minhas mãos e para o café a minha frente, me perguntando a mesma coisa. Mas antes que eu pudesse encontrar uma resposta Alejandro entrou na cozinha, parecendo um furacão desgovernado.

— Que bom que acordou mocinha. — ele pegou minha mão me puxando da mesa. — Você vem comigo agora, cansei dessa tristeza toda em seu rosto!

Ele me arrastou sem esperar que eu respondesse, me puxando para fora da casa e direto para o seu carro.

— Onde está me levando Ale? Eu ainda estou de pijama, pelo amor de Deus! — exclamei quando ele me empurrou para dentro do carro.

Por um instante meus olhos desviaram para o outro lado da rua, enquanto ele dava a volta e tomava o volante, e eu avistei o mesmo homem que tinha nos interrompido no outro dia, o homem com moto preta e então me dei conta de que tinha sido o mesmo que seguiu o carro de perto quando eu chegava até ali.

Quem diabos era esse homem? Ele estava me seguindo? Mas quem colocaria alguem para me seguir? Meu tio não poderia se importar menos... Então a minha mente trabalhou rápido me dando a resposta: Patrick! Com certeza aquele era algum dos homens que trabalhavam para Cris ou alguém que ele estava pagando para me vigiar.

— Grande cretino! — murmurei vendo a moto nos seguir mesmo de longe.

Ele tinha coragem de mandar um homem me seguir para saber o que eu estava fazendo, mas não tinha a coragem de se abrir comigo.

— Eu não sou um cretino, talvez só as vezes e provavelmente você vai pensar isso de mim depois que eu fizer o que estou planejando.

— O que você está planejando? — o questionei, desconfiada se iria gostar da resposta.

Mas Alejandro só sorriu em resposta, não demorou para pararmos em frente ao que parecia uma casa noturna, o nome na faxada dizia XXL, mas não tinha nenhuma indicação do que teria lá dentro.

O lugar parecia fechado, mas Ale me puxou para o beco ao lado e tirou um monte de chaves. Ele abriu a porta lateral ali e me arrastou para dentro da escuridão.

— Já volto, fique exatamente aqui. — ele falou antes de correr me deixando sozinha.

Meu coração disparou no peito sem saber o que eu iria encontrar ali dentro, com mil ideias passando pela minha cabeça do que ele estava aprontando. Eu não queria estragar o momento dele, mas uma tontura tomou meu corpo me forçando a respirar fundo para não desmaiar.

Uma luz acendeu o lugar bem onde eu estava, me dando a noção de que estávamos em um palco, a frente tinham várias mesas e cadeiras espalhadas e quando a música sensual soou nos alto falantes eu entendi onde estávamos. Aquela era a antiga boate onde ele costumava dançar e Deus me ajude, o homem estava caminhando em minha direção com um olhar diabólico.

— O que está fazendo?

— Dando a você algo a mais para pensar, querida. Agora sente nessa cadeira e aprecie o show.

Eu me sentei agradecendo por um lugar onde colocar a minha bunda, enquanto me arrependia por não ter comido hoje cedo.

Alejandro pulou no palco com um movimento rápido e já caiu com a pélvis virada para o chão simulando um vai e vem, rebolando aquela bunda redonda e me surpreendendo com a desenvoltura dele.

Ele girou até parar na minha frente e pegou minha mão deslizando seus dedos por minha pele. Seus olhos confusos encararam os meus, provavelmente sentindo o quanto eu estava gelada, mas logo ele se levantou e começou a deslizar minha mão pelo abdômen sarado.

Ele requebrou colocando minha mão por dentro e se aproveitando para subir a camisa. Eu tinha visto as danças dele, mas ver assim de perto era outra coisa totalmente diferente.

Ele enfiou minha mão dentro da calça e aproveitou do meu choque para colocar as pernas em volta de mim, me montando sem jogar seu peso, apenas rebolando contra mim.

O peitoral dele ficou contra meu rosto e ele começou a retirar a camisa, rebolando o quadril em cima de mim se esfregando em uma dança sensual, até que seu peito estivesse nu. Alejandro baixou o rosto próximo do me, colando nossas testas e quase me beijando. As mãos dele seguraram meu rosto e ele escorregou descendo do meu colo deslizando as mãos na lateral do meu corpo enquanto seu rosto resvalava por meu corpo, seus joelhos bateram no chão e seu rosto estava contra minha intimidade.

— Ale... — eu senti minha cabeça rodar ainda mais, só não sabia se era pelo mal estar ou se pela sensualidade da dança.

Ele ergueu minhas pernas, empurrando meus joelhos contra meu peito e se sentou na cadeira, me colocando montada em seu colo. As reboladas não pararam e dessa vez ele simulou como se estivesse me penetrando de forma lenta e intensa, erguendo meu corpo aos poucos.

Em um pulou Alejandro estava de pé comigo em seu colo, seus braços fortes me segurando pelos joelhos enquanto ele caminhava até me colocar deitada no chão e vir sobre mim. Ele se esfregou contra mim e eu senti a ereção contra minha intimidade me deixando surpresa, mas tudo isso se foi quando ele ergueu minhas mãos a cima da cabeça, as prendendo contra o chão de madeira e voltando a simular um vai e vem, dessa vez bem mais rápido.

— Sophie você está gelada. — ele murmurou, mas eu não consegui responder, porque ele ergueu minha perna direita deixando meu pé contra seu ombro enquanto rebolava sobre mim.

Meu coração estava disparado e minhas mãos ficaram suadas. Aquilo não estava certo, eu só não tinha ideia do que estava acontecendo comigo.

— O que você... — minhas palavras se perderam no ar quando ele pegou minha outra perna e jogou contra seu ombro descendo o rosto contra minha intimidade.

Ele segurou firme em minha bunda e me ergueu rápido com o rosto ainda entre minhas pernas. Mas então minha visão escureceu e eu só consegui apoiar as mãos na cabeça dele antes de apagar.

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