Eu tinha perdido todo auto controle que sempre acreditei ter, naquele momento eu só queria quebrar a cara dos dois homens que fizeram minha Sophie sofrer, dos dois babacas que estavam acabando com a nossa noite perfeita.
Mas então no meio de toda minha loucura uma voz se sobressaiu, eu soube que era Sophie me tirando daquelas trevas e dos pensamentos assassinos e trazendo de volta para ela.
— Patrick! — meu olhar focou nela e no mesmo instante eu soube que tinha algo de errado com ela.
O rosto estava ainda mais pálido e o corpo dela parecia oscilar, foi o tempo de meus dedos soltarem o colarinho do tio dela, para que Sophie fechasse os olhos desmaiando. Por sorte John estava perto dela e agarrou seu corpo impedindo ela de cair no chão.
Em dois passos eu estava ao seu lado a puxando para o meu colo antes de correr entre as pessoas buscando a saída.
— Sophie! Amor, fala comigo! — repetia incessante enquanto o incomodo no meu coração só crescia, eu sentia que ia sufocar se não visse seus olhos abertos de uma vez.
— Por aqui Patrick! — meu pai gritou correndo pela lateral do salão, que daria nos fundos. Ele estava certo, era o melhor, sairíamos muito mais rápido sem enfrentar a horda de jornalistas.
Assim que alcançamos o lado de fora eu avistei John chegando com o carro. Meus pais nos seguiram com o motorista deles atrás de nós, o que eu agradeci, pois nesse momento só queria ficar sozinho com Sophie.
Eu era culpado por isso também, me deixei levar pelo ódio que me consumiu e esqueci que deu estado de saúde era crítico e que eu deveria manter a calma e evitar que ela passasse por qualquer estresse.
Deslizei meus dedos pelo rosto delicado, sentindo a pele macia e fria, os olhos fechados dela e a falta de movimentos me deixava ainda pior. Não era assim que deveria acabar nossa noite, não foi isso o que eu planejei.
— Sophie, acorda querida. — murmurei pegando uma das mãos dela e a levando até meus lábios.
Beijei repetidas vezes, sentindo o anel que tinha acabado de lhe dar cutucar minha boca, como um lembrete irônico de que mesmo que eu tentasse o certo, as coisas sempre davam errado. Mas Sophie era a única coisa certa na minha vida.
Virei a palma da mão dela para cima e deslizei meus lábios por cada pedacinho, descendo até alcançar seu pulso, os batimentos fracos eram um conforto de que ela estava viva, mas ao mesmo tempo um soco no estômago saber como ela estava.
Não demorou para que chegassemos ao hospital e logo Sophie foi levada de mim, e eu fiquei lá paralisado na porta por onde tinham levado ela. Não sabia como ela estava, como nossos filhos estavam, meu estômago se revirou de forma feroz e eu quase vomitei.
A única vez que tinha me sentido assim foi quando tiraram meu filho de mim, me senti impotente, sem força, um inútil que deixou uma vida inocente ser destruída.
— Filho, ela vai ficar bem. — mamãe deslizou a mão por minhas costas tentando me confortar, mas não tinha nada que fosse me trazer conforto a não ser ver os olhos de Sophie abertos e o sorriso em seus lábios.
— Porque não vamos até o banheiro Patrick? — a voz do meu pai soou imperiosa atrás de mim e eu o olhei em confusão. — Suas mãos estão cobertas de sangue.
Só então me dei conta de que o sangue dos dois vermes continuava em minhas mãos, suspirei sabendo que não tinha para onde fugir e o segui até o banheiro. Quanto mais eu lavava minhas mãos menos efeito parecia fazer, os nós dos dedos estavam esfolados mostrando o tamanho da minha fúria. Ergui meus olhos para o espelho e me deparei com os olhos opacos, totalmente sem brilho me lembrando do estado miserável que eu estava antes de Sophie aparecer na minha vida. Percebi só aí que minha máscara tinha caído em algum momento durante a briga e eu nem tinha me importado, só queria faze-los pagar.
— Porque fez aquilo filho? Eu ouvi o que o babaca disse, mas antes mesmo dele xingar Sophie você já estava o socando com ódio.
Meus pais não sabiam por tudo o que Sophie tinha passado naquela casa, eu tinha me limitado em contar a eles sobre a fraude do tio. Mas talvez esse foi meu erro, esconder deles todo o resto.
— Aqueles desgraçados não deveriam ter sido convidados pra começo de conversa. — falei lembrando do que eu precisaria dar um jeito, riscar aqueles dois infelizes de qualquer evento que a Carter estivesse envolvida. E pelo espelho vi meu pai acenar concordando. — Sabia que Sophie dormia com uma faca em baixo do travesseiro? — a cara de confuso dele me mostrou que não, ninguém sabia é claro. — Ela passou a dormir com uma faca depois que o desgraçado do primo tentou abusar dela quando ela tinha quinze anos, ninguem na casa fez nada, só quando ela conseguiu se virar e atacar o bastardo foi que apareceram.
— O que? Isso não... Aquele merdinha filho da puta! — meu pai rosnou esfregando os dedos no cabelo grisalho e saindo da pose de certinho.
— Sophie levou uma surra de cinta, que machucou as costas dela por dias, tudo porque ela acertou a cara do babaca. — rosnei fechando minhas mãos em punho com a lembrança de tudo o que ela me contou. — Ela tinha que conviver com aquele demônio todos os dias então decidiu se proteger. Ela era só uma menina pai! Ninguém tinha que passar por isso na vida! E agora eles vem como se nada tivesse acontecido e querem fingir ser uma boa família porque ela tem dinheiro?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada com a Fera
Quando vai sair o restantes dos capítulos?...
Estou doida para terminar esse livro... mais tá difícil!!...
Pois, é hoje adicionaram mais um capítulo. Deveriam pôr todos pois diz estar concluído!...
Diz que está concluído mais não sai do capítulo 28!!...
O livro acaba no capítulo 28? Não vejo o restante dos capítulos......