Casada com a Fera romance Capítulo 40

Estávamos voltando pra casa e eu não via a hora de poder me aconchegar na nossa cama, me enrolar com Patrick sem ficar pensando que alguém podia aparecer e em especial comer a comida da Holly, aquele dia inteiro no hospital me fez desejar mais do que nunca estar em casa.

Patrick agora estava aguentando toda a consequência daquela noite, advogados, entrevistas com jornalista, reuniões com o conselho do emprego, queda nas ações da empresa, era daí para a pior. O que me fazia desejar que eu tivesse cortado a mão do meu primo naquela hora, se ao menos eu tivesse feito isso seria uma briga de família, mas no momento em que Patrick agrediu meu primo na frente de todos e meu tio gritou que ele tinha me comprado, deu um circo completo para a mídia fazer o show que quisesse.

A única parte boa daquela noite tinha sido ouvir o coração dos nossos bebês, foi a coisa mais emocionante e linda que eu já tinha ouvido na minha vida, e saber que eles estavam crescendo bem dentro de mim me deixava ainda mais feliz.

— Sim Suzie eu sei, vamos estar prontos para o tribunal na terça-feira! — Patrick passava boa parte do tempo agora resolvendo os problemas que causei e sempre estava por perto de mim.

Sua mão deslizou distraidamente sobre a minha barriga, acariciando a pequena volta que começava a dar as caras. Três meses, mas ainda não parecia haver duas crianças ali.

Me distrai com meus pensamentos enquanto olhava a chuva do lado de fora, até que John parou em um semáforo e algo chamou minha atenção do outro lado da rua. Sem pensar duas vezes abri a porta do carro e sai sem me importar com a chuva forte que caia.

— Sophie? Ficou maluca de sair assim? Sophie! — ouvi Patrick gritar atrás de mim, mas não parei, continuei até atravessar as duas fileiras de carro e chegar em frente a loja que eu queria. — O que você pensa que...

Me ajoelhei no chão diante da caixinha que estava escrito: Para Adoção! Três filhotinhos de cachorro estavam se amontoando tentando se proteger do vento gelado.

— Awnn, vocês são a coisa mais linda que eu já vi! — falei sem conseguir conter a voz de bebê enquanto passava a mão neles, que começavam a se animar. — Podemos levar? — olhei para Patrick que esquadrinhavam o lugar em volta.

Ele vinha estando assim desde aquela noite, acredito que seja a procura de possíveis jornalistas fuxicando ainda mais a nossa vida.

— Você podia ter se machucado correndo no meio dos carros daquele jeito, podia ter caído ou pior... — me ergui vendo que ele estava realmente preocupado e segurei seu rosto.

— Nada vai me acontecer porque eu tenho você. — beijei os lábios dele colocando um fim naqueles pensamentos malucos e mostrando o quanto eu estava bem. — Agora olha isso! — exclamei pegando um dos filhotinhos que tinha pulado da caixa e colocando bem perto do rosto.

— É claro que vamos levá-los pra casa! — Patrick respondeu se abaixando e pegando a caixa com os outros dois. — Você se arriscou demais, então esse é o mínimo que eu posso fazer, não é?

Eram três bolinhas de pelo, chorando, tremendo e abandonandos. Eu jamais os deixaria ali largados, mesmo assim eu fiquei na ponta dos pés e plantei um beijo na bochecha dele em agradecimento, antes de corrermos de volta pro carro.

— Sempre quis ter um cachorrinho, nem acredito que agora vamos ter três! — exclamei parecendo uma criança que tinha acabado de ganhar o melhor presente de natal.

— O da mamãe e um para cada um dos gêmeos. — ele pontuou apontando para cada um dos filhotinhos. — O que eu não faço pra ver esse sorriso no seu rosto. Eu não posso te perder Sophie, seria mais fácil arrancar meu coração do peito do que viver longe de você. — as palavras dele me pegaram desprevenida e quando encarei seus olhos vi que estavam molhados e não era da chuva.

— Patrick... — coloquei o cachorrinho junto com os outros na caixa e subi no colo dele o montando, sem me importar com John no banco da frente, eu só precisava tirar aquela dor dos olhos do meu homem. — Você não vai me perder, eu não vou a lugar nenhum, nada vai me tirar de perto de você!

Segurei o rosto dele e plantei um longo beijo, deixando que suas mãos subissem por meu vestido, desenhando minhas curvas.

— Você está molhada... acho melhor tirar isso! — Patrick falou entre os beijos já começando a arrancar meu casaco.

— Acho que o vestido também... — murmurei descendo meus lábios pelo pescoço dele. — Droga, será que um dia esse desejo louco vai passar?

Ou o barulho de um vidro subindo e quando olhei sobre meu ombro vi que uma janela agora nos separava de John, ele não poderia ver nada do que estava prestes a acontecer ali, embora eu tenha quase certeza de que iria ouvir.

— Espero que não passe nunca! — ele rosnou antes de arrebentar minha calcinha e se enfiar entre minhas pernas.

Quando chegamos em casa eu fui direto arrumar um cantinho para os três pequenos, Patrick deu um jeito de enviar um dos seguranças buscar tudo o que eu coloquei na lista e me prometeu que logo os levariamos no veterinário, mas que por hora ele me queria em casa. E eu não podia reclamar, não sabendo que todos estavam bem e que eu precisava descansar depois do sexo quente e maluco no carro.

— Descanse um pouco, vou estar no escritório se precisar de qualquer coisa. — ele beijou minhas testa, pronto para sair, mas não era o que eu queria, só precisava dele ali.

— Você tem trabalhado muito, deveria descansar também. — comentei na esperança de fazê-lo ceder e ficar ali comigo, mas não adiantou, ele me deu um sorriso fraco e então se virou. — Isso é sobre todos esses novos seguranças? Quando vai me contar o que está acontecendo?

Ouvi o suspiro resignado de Patrick, os ombros ficaram tensos com minhas palavras e ele não se virou para olhar nos meus olhos enquanto respondia.

— É só precaução, não quero que nada nos aconteça. — eu soube ali que ele estava escondendo algo, Patrick não ficava desviando o rosto de mim quando conversávamos.

Odiava que ele sentisse a necessidade de me esconder as coisas, eu achava que tínhamos passado dessa fase nas nossas vidas, mas ele ainda não tinha se aberto totalmente comigo, contado de Emily e do filho que perdeu, então eu precisava ser razoável e dar um pouco de tempo a ele.

Fiquei remoendo aquilo por um tempo até pegar no sono, a chuva que não parava de cair me fez dormir além do que imaginei que dormiria.

Acordei sobressaltada com um trovão que pareceu estrondar até a mansão inteira. Meu coração bateu disparado e eu corri com as mãos na barriga, sentindo uma necessidade de protegê-los crescendo dentro de mim.

— Calma, calma. Foi só um trovão. — murmurei pra mim mesma tentando né assegurar que não tinha sido nada demais.

Mas o movimento na casa e as vozes alteradas chamaram minha atenção, me levantei indo direto para o corredor e me deparei com homens que eu nunca tinha visto andando de pressa  para todos os lados.

Quando alcancei as escadas tive um vislumbre melhor do que estava acontecendo, a casa inteira parecia um caos e bem no centro dela estava Patrick, gritando ordens para todo lado segurando um celular na orelha e parecendo possesso.

— Descubram como ela entrou aqui porra! — Patrick bradou e Cris surgiu mandando os homens fazerem outras coisas longe dali. — Eu disse que tínhamos que ter tirado Sophie daqui! Nunca deveria ter dado ouvido a vocês, primeiro o cachorro, acham que eu vou esperar que ela faça o mesmo com um dos meus filhos?

Meu sangue disparou e meu coração parecia prestes a subir pela boca, mas dessa vez não tinha nenhum sinal de tontura, só uma trilha de raiva. Raiva por Patrick estar me escondendo algo grande, por saber que algo tinha acontecido com os filhotes e pior, descobrir assim que ele queria fazer as exigências de alguém e me tirar de perto dele.

— Patrick! — gritei atraindo a atenção dos dois no mesmo instante. — O que está acontecendo? Onde estão os cachorros e que história é essa de me tirar daqui?

— Sophie querida, não era pra você ter acordado... — ele subiu a escada pulando os degraus, mas eu o parei antes mesmo que chegasse perto de mim.

— Não adianta querer me enrolar agora, o que está acontecendo nessa casa? Foi Emily, não foi? Ela apareceu querendo algo? — questionei de uma vez, não dando tempo para que ele se esquivasse da pergunta.

— Como você sabe sobre a Emily? — eles questionou parecendo chocado e só então eu me dei conta de que tinha falado demais. — O que sabe sobre ela Sophie? Ela chegou até você?

— Não, não, eu só descobri que você era casado e que o nome dela era Emily. — menti parcialmente, afinal isso era informação que estava na internet e eu não queria entregar Audrey que tinha né pedido segredo. — O que ela fez com os filhotes? — Patrick olhou para Cris como se pedisse ajuda e eu agradeci por ele não se importar com a informação de Emily, mas já sentindo meu coração se apertar em imaginar o que ela teria feito.

— Um deles está morto, Sophie. — foi Cris quem abriu a boca me deixando em choque. — Encontramos um bilhete ao lado dizendo que o próximo seria seu filho, se Patrick continuasse a negar o que ela pediu e não lhe colocasse para fora.

Senti como se o chão fosse tirado dos meus pés e eu estivesse de novo em uma montanha russa de emoções. Eu não podia acreditar que alguém era capaz de tudo isso, capaz de tanto só para causar dor e sofrimento.

Minha mente tinha subestimado a maldade que habitava dentro dessa mulher.

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