Casada com a Fera romance Capítulo 46

— Ele não é seu marido sua vaca! — gritei mesmo que talvez a melhor opção fosse me manter calada. — Você abriu mão de chamá-lo assim quando tentou matá-lo!

A risada doentia dela explodiu dentro da casa seguida de passos. Rosa e Magie estavam fazendo silêncio no andar de cima, o que eu queria, não precisavamos de mais alvos para aquela maluca, já bastava Alejandro machucado.

Engatinhei até chegar ao armário onde Rosa guardava as panelas, com toda certeza havia uma panela grande o suficiente para derrubar aquela vaca antes mesmo que ela soubesse o que a tinha atingido.

— Sophie se esconda! — Alejandro falou entre dentes enquanto segurava o ferimento no peito. Apesar de todo o sangue que manchava sua camisa e a mão, ele não parecia estar desfalecendo ou cuspindo sangue, o que me garantia que a bala não tinha acertado seu pulmão ou alguma artéria, contanto que a ajuda chegasse rápido ele ficaria bem.

— Aqui. — falei entregando um pano limpo a ele. — Pressiona na ferida, logo a ajuda vai chegar, Patrick me disse que eles estavam a caminho. — sussurrei enquanto pegava duas panelas grandes e pesadas, meus olhos pousaram na mesa e eu avistei uma faca, não pensei duas vezes antes de colocar no cós da calça e cobrir com a blusa.

— Oh pobre Patrick Carter, foi seduzido e enganado por uma mulher. — ela usou uma voz doce e completamente falsa antes de voltar a sua natural. — Me poupe dessa história triste, Patrick não era uma criança ingênua. O erro dele foi confiar de mais, o erro de todos os Carter’s é confiar de mais. — a voz dela chegou mais perto e eu me preparei segurando firme a panela e ficando de pé.

Assim que o nariz empinado dela apareceu ao lado da porta eu virei jogando o fundo da panela em cheio naquela cara imunda. A vaca cambaleou para trás quase indo ao chão, foi então que eu peguei a outra panela pelo cabo e acertei a lateral de sua cabeça derrubando ela de uma vez, estava prestes a acertar uma terceira vez quando o click de uma arma soou atrás de mim.

— Faça isso e eu estouro os miolos do seu amigo aqui. — um homem avisou e eu me virei lentamente só para dar de cara com um homem alto e forte com uma arma contra a cabeça de Alejandro. — Jogue a panela no chão. Agora!

Eu fiz no mesmo segundo, larguei a panela ao lado de Emily, que já começava a se erguer do chão com a ajuda de outro homem que tinha acabado de entrar pela porta da frente.

— Demorou tempo de mais em dar a volta pelos fundos Roger. — ela rosnou para o homem que segurava Patrick. — E você garota, que porra foi essa de me acertar com uma panela? Não ouviu que tínhamos armas?

— Só me leve logo embora e deixe Alejandro em paz. — eu já tinha que agradecer por Rosa e Magie continuarem intocadas, ou seriam mais duas na mira daquelas pessoas e eu não suportaria. — Você me quer para poder chantagear Patrick, então faça logo!

O celular de Alejandro começou a tocar em cima da mesa e isso acendeu um alerta na minha cabeça, só podia ser Patrick ligando aquela hora e isso não ia ser nada bom, os dois conversando era a última coisa que eu queria agora, pior ainda com o reforço dele a caminho.

— Põe o bonitão no sofá. — Emily ordenou se virando para pegar o celular, mas eu dei um passo a frente impedindo ela de ir adiante. — Vai querer continuar testando a minha paciência bonitinha?

— Me leva de uma vez pra onde quiser, Alejandro precisa de cuidados. — insisti agradecendo pelo celular ter parado, mas no segundo seguinte voltou a tocar. — Quanto antes fomos embora mais rápido vai poder fazer suas exigências.

Emily sorriu ficando parada a minha frente, e pela primeira vez eu reparei no quanto ela realmente era linda, os longos cabelos loiros, o corpo de modelo, os olhos azuis e lábios cheios, ela era o retrato da perfeição, o que me dizia que aquela mulher poderia ter tudo o que quisesse. Eu estava agradecida de não me parecer em nada com ela, tanto fisicamente quanto na forma de agir.

— Saia da minha frente ratinha, antes que eu te esmague. — ela chegou ainda mais perto quando o som voltou a preencher a sala, mas me recusei a sair. — Tire ela da minha frente!

Eu só tive tempo desviar os olhos para um dos homens antes que meu braço fosse agarrado e meu corpo puxado para o lado, me tirando do caminho dela.

— Não querido, esposa errada. Sabe, agora eu entendo o que viu na sua nova mulher. — foi a primeira coisa que ela disse quando atendeu o celular.

Já que ela não tinha colocado o telefone no viva voz, eu só conseguia ouvir o mínimo, uma voz distante.

— Tsc tsc. Você sempre foi muito sentimental querido, tente diminuir isso, ok? Agora me deixe terminar de falar.

— O que você quer? Diga o que quiser Emily e eu te dou, pode levar todo o meu dinheiro, meus bens, meu nome! O que você quiser, só deixei Sophie em paz! — eu ouvi claramente ele dizer.

— Não Patrick! Você não vai dar nada para essa vaca dos infernos, enviada de satã! Essa maníaca desalmada vai pagar por tudo, você vai ver Emily, vai desejar ter deixado minha família em paz.

— É tão bonito ver você implorar pobrezinho, mas eu não vou deixar Sophie ir, sua bela esposa é uma ótima vantagem para eu deixá-la por ai, alguém poderia usá-la para te chantagear amorzinho. — ela me ignorou e chegou perto começando a deslizar as mãos nojentas em meu rosto e foi na distração dela em ouvir Patrick que eu agarrei o pulso dela a puxando prestes a socá-la.

— Segurem essa vadia louca! — ela gritou e o homem que trabalhava para ela segurou meus braços para trás, me impedindo de fazer muito. — Eu descobri o que você viu nessa mulherzinha, nós duas somos muito iguais, duas feras raivosas prontas para a luta. É isso que te excita Patrick?

— Sophie não é nada como você! — ouvi Patrick gritar do outro lado e isso encheu meu coração, pensávamos igual.

— Chegamos aqui atirando, arrebentando a casa toda, até mesmo o amiguinho latino da sua mulher foi baleado. Mas quando eu entrei na casa, sua mulher foi rápida em me atacar com duas panelas, ela não se intimidou com o tiroteio, a vadia quase arrebentou minha cabeça, você acredita?

— Ela não desisti fácil da luta, mas isso não tem nada a ver com você sua desgraçada!

— Ai que você se engana, tem tudo a ver comigo. Ela não desisti da luta para ter o que quer e ela quer você, eu não desisto de lutar pelo dinheiro.

A vaca não estava apenas preocupando Patrick, mas também estava chegando cadavez mais perto de mim e eu ia aproveitar a primeira oportunidade que tivesse de machucá-la.

— Eu já disse que te dou, entregue ela! — essa conversa dele me irritava além do normal, ele não podia dar nada mais a ela, nenhum centavo, ou ela iria se safar disso outra vez.

— Meu advogado vai entrar em contato com você na segunda, até lá sua mulherzinha fica comigo. — Emily tentou agarrar meu queixo e eu a mordi no exato segundo. — AHHHH! Essa vadia me mordeu! — ela gritou e então acertou um tapa na minha cara, antes de puxar meus cabelos com força, quase os arrancando da cabeça. — É bom ela saber se comportar, ou vai apanhar muito!

Então ela jogou o celular no chão e pisou várias vezes com a bota que ela usava. Inferno! Aquilo dificultaria para Alejandro pedir ajuda e também de conseguirem contato com Patrick.

— Está tudo pronto senhora, podemos ir. — avisou o homem que segurava a arma contra Alejandro.

— Ótimo, vamos tirar ela daqui e dar um jeito nisso!

Sem dizer mais nada ela saiu de lá e seus homens me arrastaram para fora da casa de Rosa, a chuva ainda caia incessantemente e não parecia perto de acabar. Um carro estava parado bem em frente ao portão e eles me jogaram para dentro no mesmo instante que o alcançamos.

Lá estava eu com um homem segurando uma arma contra a minha cintura, bem perto de onde meus filhos estavam. Emily ia no banco da frente com o outro homem, mas nenhum deles falava nada, todos jpa tinham muito bem arquitetado algum plano e não iriam discutir na minha frente.

Enquanto isso eu deslizava meu dedo sobre a faca que tinha escondido na calça, como uma lembrança de que eu estava segura, só precisava encontrar o momento perfeito para acertar Emily com ela.

Para minha surpresa não demoramos a chegar, Magie tinha razão em dizer que ela tinha conversado com meu tio e sabia tudo sobre Rosa, pois ela escolheu um lugar próximo o suficiente para chegarmos antes que a polícia pudesse tomar as ruas.

O lugar parecia um armazém abandonado, uma grande porta de ferro enferrujada em tantos lugares, apenas a luz da lua iluminando a frente do prédio de tijolos. O homem que ela tinha chamado de Roger foi na frente e entregou a arama a ela antes de abrir o portão empurrando o ferro que rangueu até nos dar espaço para passar.

Ela deixou que nós passássemos ficando por último, quase como se desconfiasse que poderia ter algo de errado, eu só não esperava por aquilo.

As luzes do galpão foram acesas nos cegando por um segundo enquanto os homens davam ordens para largarem as armas e deitarem no chão. Quando meus olhos se acostumaram com o claridão eu avistei vários homens vestidos de preto e Cris bem na minha frente, todos muito bem armados, como se fosse uma enorme força tarefa.

— Filhos da puta. — ouvi Emily rosnar atrás de mim quando os dois homens obedeceram as ordens.

— Não vamos morrer por você! — um deles gritou já com o rosto contra o chão.

Uma mão agarrou meus cabelos me puxando para trás e então eu senti o cano gelado da arma contra minha tempora. Senti como se o sangue tivesse sido drenado do meu corpo, o ar a nossa volta ficou rarefeito, mas dessa vez não era tontura, mas sim a adrenalina correndo por meu corpo.

Ouvi a voz de Cris ao longe gritando com Emily, mandando ela abaixar a arma, mas eu me concentrei na faca na cintura. Deslizei os dedos devagar pela lamina e a puxei sem me importar com o corte, antes que me desse conta estava virando a mão para trás e acertando a barriga de Emily, uma, duas, três vezes.

Os braços dela cederam em volta de mim e eu consegui me livrar deles a empurrando para longe. Emily cambaleou para trás e deixou a arma cair no chão, Cris já estava ao meu lado me protegendo e tentando falar comigo, mas eu só tinha os olhos vidrados nela, a mulher sangrandando incessantemente por minha causa.

Emily caiu de joelhos no chão tentando segurar os ferimentos na barriga, mas quando seus olhos se ergueram para mim eu soube que aquilo não resolveria nada, a boca dela estava cheia de sangue, os dentes perfeitamente brancos agora estavam vermelhos e quando um fio longo escorreu dos lábios dela seu corpo desabou de vez no chão de concreto.

— Acabou Sophie, você está a salvo. — ouvi Cris repetir enquanto tentava desviar meus olhos da cena.

Sim tinha acabado aquele pesadelo, Emily não ia mais atormentar a nenhum de nós, tinha acabado para sempre!

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