Casada com a Fera romance Capítulo 6

Eu já não entendia mais nada, em um minuto tudo estava bem, parecíamos finalmente estar nos entendendo e no outro ele estava correndo para longe de mim.

Tentei me virar quando ele parou e tirou os dedos de perto de mim, mas me segurei e não me virei para confrontá-lo, não sei o que poderia ter feito Patrick me largar ali naquela biblioteca. Eu estava de costas para ele e sua máscara ainda cobria o rosto, não tinha a menos possibilidade de que eu conseguisse vê-lo.

Ainda conseguia sentir os dedos dele sobre meu corpo, apertando, massageando e me penetrando. Esfreguei a mão em meu pescoço sentindo o calor subir só em pensar nos lábios dele ali.

Eu não podia deixar que ele fizesse isso de novo, me beijasse, me tocasse, acendendo meu corpo por inteiro e sair correndo novamente como se o inferno tivesse chegado a terra.

Sai de lá marchando decidida a fazê-lo me dar ao menos uma explicação para o surto de hoje, mas foi só chegar ao corredor principal que eu trombei com uma muralha e mãos fortes me seguraram para não cair.

— Cuidado Senhora. — a voz de John soou antes mesmo que ele me erguesse. — Correndo assim pode acabar se machucando.

— Te disse pra me chamar de Sophie e não de senhora.

John era quase da minha idade, ele me contou na viagem para cá que tem só vinte e cinco anos, não tinha motivos pra me chamar de senhora, sem falar no quanto eu detestava ser chamada daquela forma.

— Se o chefe me escutar chamando a senhora assim ele me mata. — ele disse com um sorrisinho que não me permitia dizer se era uma brincadeira ou verdade. — Ele ficou com raiva quando eu falei o quanto é bonita e disse com todas as letras que eu ficaria sem os dentes se falasse assim novamente.

— Ele não disse isso. — murmurei incrédula de que o mesmo homem que jogava na minha cara que eu só estava ali para ter seus filhos cada vez que tinha a chance, se importaria em ouvir outro homem me elogiar.

— Porque eu mentiria sobre isso? E para não arriscar é melhor eu tirar as mãos da senhora também. — ele respondeu parecendo mais sério, soltou meus braços e deu um passo para trás.

Eu já não estava entendendo nada, porque o homem ficaria fugindo de mim assim e para os outros agia como um marido ciumento?

— O que está acontecendo aqui? — Holly apareceu nos pegando de surpresa.

— Eu estou tentando dizer pra Senhora Carter o quanto o patrão é ciumento e que eu devo manter distância. — ele ergueu as mãos como se quisesse comprovar que estava longe de mim. Mas a senhora era bem mais esperta que ele e acertou um tapa em seu braço. — Ai, o que eu fiz agora?

— O que você não fez, dê o fora daqui e me deixe conversar a sós com Sophie. — o homem não perdeu tempo, apesar do tamanho dele Holly colocava medo em qualquer um. — Agora vem aqui querida, me conta o que aconteceu que você está com essa carinha de confusa?

Me deixei ser guiada até a cozinha e o cheiro da comida finalmente abriu meu apetite, o ronco do meu estômago deve ter sido tão alto que até ela ouviu, pois a senhorinha se afastou e começou a me preparar um prato.

— O que aconteceu com Patrick? — joguei a pergunta na lata, não era o principal motivo da minha expressão de confusão, mas me levaria até o objetivo. — Porque ele se esconde nessa casa e usa aquela máscara. Eu sei que foi um acidente, mas como? Como isso aconteceu?

Holly voltou com um prato cheio de uma lasanha que encheu minha boca de água só em olhar.

— Essa história não é minha para eu te contar, na hora certa tenho certeza que Patrick vai te dizer tudo o que quiser saber. — ela respondeu com uma paciência de dar inveja, até mesmo a expressão dela era de calmaria, quando tudo o que eu queria fazer era gritar com ele.

— E até lá eu faço o que? Engulo os ataques dele, finjo que ele não existe, relevo todas as vezes que me beija e corre? — eu sabia que não deveria estar falando com ela sobre isso, para Holly ele era ótimo, mas eu não tinha mais ninguém para desabafar ali.

— As vezes? Ele te beijou de novo?

Mordi o lábio sem jeito, a euforia dela me dizia que aquilo provavelmente era um milagre que não esperavam tão cedo.

— Ele foi até a biblioteca e nós... — como eu diria o que fizemos a ela? — Nós não se beijamos, ele não queria tirar a máscara, mas ele me tocou e...

— Ok, eu já entendi menina. Posso ser velha, mas não sou uma puritana. — ela balançou a mão como se quisesse dizer que aquilo era uma bobagem, mas meu rosto em chamas deve ter dito a ela que não era uma bobagem pra mim. — Oh querida você nunca... você é virgem Sophie?

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