Ainda chorando eu levei os pratos de volta pra cozinha, não me importei se Holly me viu com o rosto coberto de lágrimas ou se John estava me encarando de forma estranha, não ligava para nada a minha volta, só queria sair daquela casa.
— John pode me levar até a cidade? Preciso fazer uma coisa e não quero que Patrick saiba. — ele olhou incerto para Holly, como se pedisse uma opinião. — Por favor, prometo não demorar.
— Porque Patrick não pode saber? Ele não vai gostar de saber que eu te levei sem pedir permissão...
— Patrick não tem que saber de tudo! — a última coisa que eu precisava agora era aquele monstro gritando que eu só sairia dali se fosse para voltar para a casa do meu tio. — Se você não puder eu vou sozinha.
Talvez John soubesse que aquilo era um blefe, eu não tinha ideia para qual direção ficava a cidade, mas mesmo assim ele se levantou e me deu um sorriso amigável.
— Vou pegar o carro, te espero no portão. — eu estava pronta para correr, mas ele me parou. — Tente não chamar a atenção, se Patrick nos ouvir não vamos a lugar nenhum.
Acenei rapidamente e me apressei subindo as escadas, peguei o casaco mais grosso que eu tinha e coloquei uma calça, sabia que não seria o suficiente para o frio do lado de fora, mas era o que eu tinha.
Quando estava no corredor olhei para a porta do escritório, ainda estava entre aberta e eu ouvia a conversa de Patrick alterada, provavelmente ainda tentando convencer seus pais a cancelarem o contrato.
Corri para fora e me apressei no caminho de cascalho até o portão na entrada da propriedade, onde John já me esperava no carro.
— Podemos ir! — exclamei entrando no carro olhando pela janela torcendo para que não tivéssemos chamado atenção.
— Pra onde quer ir? Shopping? Salão? — ele começou a dirigir enquanto eu continuava a olhar para trás.
— Um bar! — falei o interrompendo, John me encarou pelo retrovisor como se eu estivesse louca. — Não me julgue eu só preciso de uma distração.
Eu queria uma distração e também conseguir falar com Rosa, eu necessitava ouvir uma voz amiga, escutar os conselhos e desabafar, a mulher que me viu crescer era a única que eu podia confiar para isso.
John me levou sem reclamar, a estrada eu cruzava a montanha nos levando até a cidade estava vazia, mas bastou chegarmos no centro para a movimentação de pessoas e carros nos cercar.
Era uma cidade pequena, aconchegante e acolhedora, eu descobri quando John me deixou na frente de um bar, que ficava aberto vinte e quatro horas.
— Eu venho aqui às vezes, acho que vai gostar. — ele me informou quando descemos do carro e ele me guiou para dentro.
O lugar tinha uma áurea completamente masculina, não era mesmo um tipo de bar que eu gostaria de ir, mas o que eu sabia sobre bares? Nada, eu não tinha ido a nenhum.
Pedi uma marguerita antes mesmo que me sentasse na banqueta em frente ao bar, não me preocupei em pegar uma das mesas, não era necessário para ficar bêbada e ligar para contar meu fracasso a Rosa.
Bebi o coquetel de uma vez, o álcool desceu queimando a minha garganta, esquentando meu corpo por dentro e me fazendo esquecer um pouco do frio.
— É melhor ir com calma, você não almoçou. — ele me repreendeu, se soubesse que eu também não tinha tomado café hoje ficaria ainda mais nervoso.
Aquela era uma péssima ideia, mas eu não me importei.
— Pega outra bebida pra mim, vou usar o banheiro. — me levantei indo direto em busca de um telefone ali.
Não ter celular dificultava minha vida e eu não queria correr o risco que alguém da casa me ouvisse choramingando com Rosa.
Disquei o numero que eu sabia de cor e chamou até cair na caixa postal, pela hora ela com certeza estava ocupada, mas era urgente falar com ela antes de decidir qual decisão tomar. Por isso disquei mais uma vez e fiquei esperando.
— Não quero comprar nada...
— Rosa, sou eu! Não desliga, sou eu Sophie! — gritei antes que ela desligasse na minha cara.
— Sophie? Filha que bom ouvir sua voz. — ela não ia achar mesmo bom quando soubesse o motivo. — Como estão as coisas por ai? Seu marido lhe trata bem? Já está apaixonado? Aposto que está!
Senti o frio e a raiva se apoderar de mim quando as palavras dele voltaram a invadir minha mente.
— Rosa ele não me quer, não quer uma virgem! — o silêncio reinou do outro lado da linha, me dizendo o quanto ela estava chocada, então eu continuei. — Nós estávamos começando a nos entender, nós brigamos também, mas faz parte. Mas hoje eu o ouvi mandando os pais arrumarem outra mulher, pois ele nunca iria me tocar.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Casada com a Fera
Quando vai sair o restantes dos capítulos?...
Estou doida para terminar esse livro... mais tá difícil!!...
Pois, é hoje adicionaram mais um capítulo. Deveriam pôr todos pois diz estar concluído!...
Diz que está concluído mais não sai do capítulo 28!!...
O livro acaba no capítulo 28? Não vejo o restante dos capítulos......