Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 181

No segundo andar, na tranquila sala de chá, George serviu pessoalmente uma xícara para Robin e perguntou com gentileza: "Te assustei antes?"

Robin balançou a cabeça, mas após uma breve pausa, assentiu levemente. "Sim, um pouco."

"Meus pais só queriam o melhor para o filho deles", disse ela com sinceridade. "Eles pediram ajuda sem pensar direito, e se foram rudes com você, peço desculpas por eles."

George ficou imóvel por um instante com a xícara suspensa no ar. Seu olhar passou de afetuoso para algo mais complexo, até suavizar em compreensão.

Ele tinha presumido que, com pais daquele tipo, Robin poderia carregar mágoas ou vergonha. Mas ao ouvir suas palavras, percebeu que, apesar da dor, ela permanecia compreensiva. Não reclamava, não se revoltava—apenas se desculpava.

Sentiu-se aliviado por não tê-la julgado mal, mas ao mesmo tempo, teve pena. Mesmo tão jovem, ela já havia aprendido a engolir suas mágoas em silêncio.

Quanto mais madura uma criança, mais fácil é se decepcionar com o mundo.

"Robin, você não precisa se desculpar", disse George suavemente, pousando a mão sobre a dela com um gesto reconfortante. "Fui eu quem errou por tomar decisões em seu lugar sem pensar em como isso te afetaria."

Robin piscou rapidamente, sentindo a emoção crescer, um nó subindo do peito à garganta. "Sr. George, eu sei que tudo o que fez foi pensando em mim."

Ela entendia muito bem seus pais. Não estavam ali apenas por Taylor; queriam também usar a filha como ponte para se aproximar dos Dunns.

Mas quem acabava sofrendo com isso era ela. George, ao contrário, havia criado uma linha divisória entre ela e os pais.

Agora, todos sabiam que, diante de Taylor, seus pais não hesitariam em deixá-la para trás.

Isso a livrava de ter que arcar com os problemas deles no futuro.

Foi um gesto de proteção.

"Você é admirável, Robin", disse George com suavidade. "Depois que se libertar da influência deles, verá como sua vida pode ser mais leve."

Ela conteve as lágrimas que ameaçavam cair. Nunca havia sentido o calor do amor dos pais, mas a bondade de George era como um bálsamo para seu coração.

Talvez fosse uma compensação tardia por tudo que havia perdido.

Ao saírem da sala de chá, Robin viu Edward encostado na grade de ferro forjado, braços cruzados, olhar distante.

Assim que a viu, seus olhos se suavizaram e ele se aproximou. Notando seus olhos vermelhos, perguntou:

"Você estava chorando?"

"N-não... claro que não", disse Robin, fungando enquanto limpava rapidamente o nariz. "Você acha mesmo que sou tão fraca assim?"

Edward não pareceu convencido. Aproximou-se e passou gentilmente os dedos pelo canto de seu olho, mantendo a mão ali por um momento.

O toque causou um leve arrepio em Robin, mas ela apreciou o calor de sua palma e não teve coragem de se afastar.

"Vou te conceder um desejo", disse ele, de repente.

Robin piscou, surpresa. "Um desejo?"

"Sim", disse Edward, a voz baixa. "Se quiser, posso fazer com que eles desapareçam da cidade ou deixar seu irmão preso na detenção. Posso fazer isso por você."

Ele podia resolver tudo, mas queria que a escolha partisse dela. Afinal, tratava-se da família dela, por mais difícil que fosse.

Robin sentiu algo aquecer seu peito, como se alguém apertasse suavemente seu coração.

Aquelas palavras—"Posso fazer isso por você"—foram como um raio de sol em meio às nuvens densas que a cercavam.

Ele estava protegendo ela.

Isso queria dizer que ele se importava?

Um pequeno sorriso surgiu em seus lábios enquanto ela levantava o olhar para ele. "Mas por que eu desperdiçaria um desejo com pessoas que não valem nada?"

Ela se lembrou da noite chuvosa em que se conheceram. Ele havia prometido realizar um desejo seu, mas ela estava tão cheia de rancor que nem ligou para isso.

Edward riu suavemente ao ver seu sorriso brincalhão. "Então, o que você quer?"

"Hmm..." Robin fez uma pausa, pensativa.

Antes que respondesse, Arthur entrou com uma bandeja.

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