Casada em Segredo com o Herdeiro romance Capítulo 40

O preço sugerido por Cyril — dez vezes o valor original das ações — era completamente fora da realidade. Nem mesmo o pai de Norris teria como reunir aquela quantia com facilidade.

Norris estava cada vez mais convencido de que Cyril fazia aquilo de propósito. E quanto mais pensava nas palavras do outro, mais desconfortável se sentia.

Será que fiz algo para irritar Cyril? Não conseguia lembrar de nenhum motivo.

Cyril, carregando alguns objetos, saiu da sala de jogos e seguiu até a recepção no final do corredor. Empurrou a porta e encontrou um homem reclinado em um sofá de couro preto, segurando uma taça de vinho e com um sorriso presunçoso nos lábios.

“Tudo certo?” perguntou ele, com um brilho malicioso no olhar.

“Claro. Quando eu entro em cena, tudo corre como seda,” respondeu Cyril, deixando um celular sobre a mesa e servindo-se de vinho. “O idiota até que teve uma chance de sair com algum dinheiro, mas foi a ganância que falou mais alto.”

Fez uma pausa, franzindo a testa.

“Mas tem algo estranho nisso. Aqueles documentos de transferência dos restaurantes dos Hewitts são valiosos, mas não valem ações de uma empresa. Você fez alguma coisa com ele?”

Aquela rodada de jogo tinha sido armada por Edward. Cyril duvidava que tudo tivesse sido coincidência.

“Só dei um empurrãozinho,” respondeu Edward de forma enigmática.

Cyril levantou uma sobrancelha, desconfiado. “O que ele fez pra você? Vai, conta.”

“Não seja curioso demais.”

Cyril coçou o queixo, observando atentamente a expressão de Edward. Então, de repente, perguntou:

“Você fez tudo isso por causa de alguma mulher, não fez?”

Afinal, os Badman não eram tão importantes a ponto de merecer a atenção de Edward — a não ser que houvesse algo pessoal envolvido.

Edward ficou em silêncio por alguns segundos antes de negar com calma: “Está imaginando coisas.”

“Ah, é? Não me convenceu,” retrucou Cyril, ainda desconfiado.

Edward o ignorou. Deixou sua taça sobre a mesa e pegou o celular que Cyril havia trazido.

A segurança com senha dupla do aparelho não foi obstáculo. Edward o desbloqueou facilmente, acessou a galeria e encontrou vídeos de vigilância escondida com imagens de Robin.

Sem alterar a expressão, apagou todos os arquivos. Em seguida, com um gesto despreocupado, jogou o celular no aquário da sala, causando um leve respingo.

“Mas o que foi isso?” Cyril perguntou, de braços cruzados. “Você me fez pegar o celular dele e agora o afoga? Não parece ser só por diversão.”

“Não é nada,” respondeu Edward, sem demonstrar emoção, voltando seu olhar para a janela de vidro do chão ao teto. “Está movimentado lá embaixo.”

Cyril arqueou a sobrancelha. “E o que isso tem a ver?”

“Por que não vai dar uma olhada?”

Cyril pareceu querer retrucar, mas desistiu, revirando os olhos. Era típico de Edward — depois de conseguir o que queria, descartava tudo sem hesitar.

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Do lado de fora, no jardim do salão, Robin passeava há algum tempo e começava a pensar em voltar.

O lugar era realmente deslumbrante, repleto de luxo e sofisticação. Mas, apesar disso, ela se sentia deslocada, como se não pertencesse àquele mundo.

Zelene ainda parecia ocupada cumprimentando convidados, e Robin estava considerando discretamente ir embora.

Perdida em pensamentos, ela se levantava de um banco quando sentiu algo puxando seu vestido. Olhou para baixo e viu a barra presa entre as flores.

Tentou soltá-la, mas foi interrompida por uma voz: “Quem está aí?”

Ela paralisou. Seu coração disparou.

Um homem vestindo um fraque prateado estava do outro lado, segurando a bainha do vestido com cuidado.

“Com licença, o senhor poderia soltar meu vestido?” disse Robin, indicando sua mão.

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