Cativa do Sheik romance Capítulo 16

Já passava das seis horas da noite quando chegamos a uma linda residência majestosa, cercada por varandas com jardineiras floridas. Gerânios, jasmins. Primaveras roxas se agarram a um pergolado de madeira vermelha que fica em frente à entrada.

Raed estaciona o Camaro vermelho alugado em frente à casa. A porta da frente logo se abre e uma senhora idosa rechonchuda de cabelos grisalhos sai dela, detendo-se no topo da escada.

— Vem vamos conhecer Donatela, a governanta. — Raed diz pegando a minha mão.

— Vossa excelência, que bom vê-lo novamente. E você minha querida, seja bem-vinda. — Saúda Donatela com um perfeito árabe. Suas palavras denunciam que a casa pertence a sua família.

—Obrigada. —Digo afetuosa.

— Vou mostrar o quarto para ela e então jantaremos.

Por onde eu ande, vejo beleza, riqueza, beleza e elegância. Estremeço quando sinto a mão quente de Raed tocar minhas costas. Ele então me guia até uma das suítes com uma linda cama de casal king size com dossel. Uma criada já está no quarto desfazendo minhas duas malas.

—Vem, vamos no terraço. —Raed diz pegando minha mão e me surpreendo quando sinto uma sensação boa com seu gesto.

Raed afasta as cortinas e desliza a porta de vidro. Eu prendo o ar quando dou com um lindo espaço com espreguiçadeiras e o mar abaixo de nós. Agora que percebi que a casa é construída acima do mar, que arrebenta nas rochas lá embaixo. O sol vermelho indo embora, deixando as águas avermelhadas. Avanço encantada com o lindo espetáculo.

Eu me apoio no parapeito e respiro fundo sentindo o cheiro da maresia e o vento fresco no rosto. Sinto Raed ao meu lado.

—Te apresento o mar Ligúria.

Eu fecho os olhos e os abro ainda encantada com o espetáculo. Olho para ele com os olhos brilhantes.

—Allah! É lindo Raed.

Raed sorri de um jeito tão...tão feliz que eu me confundo.

—Agora fique à vontade. Tome um banho se assim desejar. Eu te espero na sala.

Seus olhos então vão para o meu decote, eu percebo que o botão do vestido se abriu.

—Está certo. —Digo ofegante, o fechando sem graça.

Ele dá um sorrisinho de canto e sai.

Respiro fundo.

Estou numa casa linda, está um fim de tarde gostoso, e Raed tem sido uma boa companhia. Vou me inspirar nisso para me animar.

Vamos lá.

O vento forte traz meus cabelos para frente. Os olhos de Raed ficam mais intensos enquanto ele ergue a mão para tirá-lo do meu rosto. Meu coração dispara e eu ofego e meu reflexo é de me afastar de maneira brusca, perturbada com estranha intimidade e o que isso me leva a sentir.

Raed breca seu gesto e abaixa sua mão. Ele respira fundo. Eu o olho sem falas. Eu estou confusa, nervos à flor da pele e com o estômago revirado, sem falar no meu coração que está agitado com seu simples gesto.

Ele me estuda por um tempo e girando sob seus calcanhares, se afasta, saindo do meu quarto.

Allah! Quase o chamo de volta, pois sei que ele ficou chateado, afinal, ele ia só fazer um gesto simples, mas minha voz não sai, fica presa, engasgada.

Ele sempre teve o poder de embotar meus pensamentos. Lá estava ele me confundindo novamente. Toda vez que ele está perto fico desorientada, meu mundo parece do avesso. Sempre enxerguei em Raed um homem dono de si mesmo. Sério, centrado. E agora isso? Seu comportamento chega a ser um tanto peculiar. Visto que ele sempre me tratou profissionalmente.

Allah! Não consigo relaxar, tudo é muito complicado, e ainda por cima, estou grávida do irmão dele e mais, meu corpo desavergonhadamente reage violentamente ao seu toque.

Sei que ele está se esforçando, fazendo tudo para que tudo dê certo entre nós. Não sei muito de sua vida, seus traumas, mas a escolha de ir contra seu pai, com certeza está ligado ao seu passado.

Entro no quarto e fecho a porta de vidro, para ajudar no bom funcionamento do ar-condicionado ligado numa temperatura amena. Resolvo tomar um banho. A empregada, uma garota mais jovem, ainda está no quarto guardando minhas roupas. Ela sorri para mim. Ela parece não saber a minha língua. Eu retribuo seu sorriso e pego um dos vestidos que ela ainda não guardou. Ele é branco com detalhes em preto, o tecido é algodão.

Raed não comprou vestidos de gestante. Se ele está tão focado no meu filho, é incrível que ele tenha se esquecido desse detalhe. Tomo um banho gostoso, mas não demoro muito tempo no jato forte. Coloco um vestido longo com pequenas flores e sandálias rasteiras. Seco meu cabelo superficialmente e deixo os fios caírem soltos nas minhas costas e nos ombros. Faço uma maquiagem leve. Apenas para não ficar com cara de doente, visto que estou um pouco pálida.

Inspiro fundo para me acalmar. Endireito meus ombros e vou em direção a sala. A mansão está com todas as luzes acesas, com certeza foi feito ali algum estudo de iluminação. O ambiente tem uma aparência muito aconchegante.

Eu surjo na sala e dou com Raed muito casual. Engulo em seco, nunca me deparei com ele tão casual. Camiseta branca e uma calça jeans. Tento não o encarar, como se ele fosse de outro planeta.

Ele se levanta do sofá e vem na minha direção. Controlo minha vontade de lhe dar uma risada nervosa. Ele então para na minha frente, parece desconfortável, diferente do homem seguro que eu sempre enxerguei nele.

—Podemos jantar?

Eu assinto para ele. Ele então, me pega pelo cotovelo e me guia até a mesa.

— Sente-se — Ordena, afastando a cadeira para mim. Agora sim é o Raed que conheço.

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