Cativa do Sheik romance Capítulo 33

Raed

Estou no jato particular indo em direção à Londres. Vou participar de uma reunião organizada pela OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).

Sempre gostei de viajar, mas ultimamente o mundo perdeu as cores e, o pior, estar aqui me resgata lembranças de Isabela. Estarei no mesmo país que ela reside. Tão perto e tão longe. Dois investigadores e ainda não descobriram o paradeiro dela.

Solto o ar com angústia. O comissário nessa hora se aproxima de mim e me oferece uma bebida, mas eu recuso com a cabeça.

Meu rosto se volta para a janela.

Incrível como ela despertou em mim sentimentos tão profundos. Fecho os olhos quando sinto aquela velha dor, como se uma mão apertasse meu coração. A lembrança do corpo quente dela me invade e domina minha mente. O cheiro de maçã de seus cabelos. A visão dos seus seios com bicos rosados que cabem perfeitamente na palma da minha mão. Allah! Como sinto falta de tê-los na minha boca, excitá-los fazendo-a gemer de prazer. Só de pensar nisso me deixa duro, salivando.

A saudade se junta com a frustração pela minha impotência e raiva por ela ter me deixado. O certo seria desistir, virar as costas para tudo isso. Mas não consigo.

Quando irei encontrá-la? Quando vou deixar de sofrer?

Isso virou uma obsessão.

Isabela

Eu já estou acostumada com as excentricidades de minha tia. Com o som tocando Save A Prayer de Duran, saio de casa em direção ao Hilton. Um hotel que estou fazendo um serviço temporário.

O meu chefe do restaurante Sultão, em que trabalho, me indicou. O mês de experiência passou, acredito que, por esses dias, eu serei registrada. O salário não é lá grande coisa, mas foi a única oportunidade de emprego que me surgiu. Por isso estou pegando também esses trabalhos temporários.

Caminho até a área de funcionários e coloco meu uniforme. Hoje a noite será cheia. Todo o local foi preparado para a festa beneficente. Eu me sinto apreensiva. É a primeira vez que trabalharei em uma festa desse porte como hostess.

O gerente, um senhor de sessenta anos, se aproxima de mim.

—Os cardápios estão aqui. Você já sabe o que fazer?

—Sim senhor. Eu verificarei a numeração no convite e levarei o convidado até a mesa correspondente. Depois entrego o cardápio e lhe desejo um boa noite.

—Exatamente. Fique atenta às necessidades dos convidados.

—Está certo.

—Karina ainda não chegou?

—Não.

O senhor grisalho aperta os lábios contrariado.

Nervosamente, ajeito a pilha de cardápios ao lado de um volumoso buquê de rosas vermelha que está em cima do aparador ao meu lado.

Eu me viro e observo todo o salão amplo de tapete vermelho, com seu pé direito alto onde um lustre maravilhoso, gigantesco pende dele projetando uma infinidade de luzes no chão.

Papéis de parede creme e branco. Quadros abstratos com molduras douradas espalhados. As lindas cadeiras feitas com madeira escura trabalhada onde seus assentos são forrados com estofo vermelho, mesas revestidas com toalha de linho branco com vasos de flores vermelhas.

No fundo do salão, uma tela grande exibindo slides anunciando o propósito da festa anual dada pela Fundação Toliel.

Eu li sobre eles na internet. Eles ajudam países vítimas de desastres ambientais.

Volto a minha posição e respiro fundo. Como estou próxima a entrada, sinto a brisa fresca que cheira à chuva de primavera que está caindo lá fora.

A garota que trabalhará comigo se posiciona ao meu lado.

—Está um trânsito, quase não chego a tempo.

—Ainda bem que está aqui. Roger perguntou por você.

—Sim, já recebi meu puxão de orelha. Acabei de conversar com ele.

Logo começam a chegar as primeiras pessoas. Com um sorriso as recebo faço o meu trabalho.

Nunca vi pessoas tão atraentes. Homens de smoking chegam a todo tempo acompanhado com suas lindas e elegantes-glamorosas mulheres. Nessa hora vejo de relance um homem alto e moreno.

Meu coração dispara.

Fico execrada a imobilidade, apesar de todos os sentidos ordenarem que eu saia correndo. Estremeço e perco o fôlego. Ele se aproxima mais e vejo então que não é Raed.

Relaxo.

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