Quinze dias depois...
Os dias que passamos juntos foram maravilhosos. Na maior parte do tempo ele é fofo, cortês, cuidadoso. Um verdadeiro gentleman. Bem, além disso, nem preciso dizer que o sexo entre nós é ótimo. Eu me sinto como se entrasse cada vez mais num labirinto, aprofundando meus sentimentos mesmo sabendo que não vou achar a saída.
Ainda sinto suas reservas. Nas conversas que temos, falamos muito de mim, mas quase não falamos dele. Eu ainda não consigo entender qual é a dele. Até que ponto ele está se esforçando para fazer as coisas acontecerem pois muitas vezes eu o pego distraído, o rosto sombrio, como se ele sofresse por algo ou por alguém. Os sentimentos de Raed ainda são um mistério para mim.
À tarde ele tem trabalhado. Nesses momentos gosto de observá-lo com seu notebook no colo e como seus dedos ágeis se movem pelo teclado.
Quando ele está ao telefone falando na sua língua, resolvendo assuntos do trabalho, sempre caio na realidade de que estou ao lado de um homem árabe e isso me perturba. Lembro-me o quanto na natureza árabe o sangue é importante, e essa criança que espero é sangue do seu sangue e pode ser sim apenas esse o motivo de ele estar comigo.
Não sou a mulher que ele escolheria. Se assim o fosse, ele teria se aproximado de mim no tempo que me ajudava com as traduções.
Suspiro e afasto meus pensamentos emaranhados e volto a apreciar a arquitetura do Castello Sforzesco. Mas meus olhos não ficam muito tempo na construção e eu reparo em Raed, caminhando, distraído, tocando as pedras. Ele está lindo com a camisa preta de mangas curtas e uma calça da mesma cor. Seus primeiros botões estão abertos revelando um pouco de seu forte peito bronzeado e que te faz pensar que está vivendo no paraíso. Minha vontade agora é estar no meio de seus braços, sentindo seu cheiro maravilhoso. Ele então se vira para mim.
―O que foi? ―Ele pergunta estranhando minha cara de boba para ele.
―Lindo esse lugar. O cenário é realmente magnífico — Disfarço, ruborizando.
Ele sorri e caminha em minha direção e minha vontade é realizada quando ele me abraça. Meu coração palpita no peito com seus olhos nos meus:
—Eu já vi tudo isso, sempre que posso venho aqui, mas não me canso de admirar. Tudo muito lindo, assim como você.
Se fosse outro casal teriam se beijado depois de sua declaração, mas o homem árabe não se expõe em público. Até que Raed está bem relaxado, pelo simples fato de ele me abraçar. Eu olho para ele com um meio sorriso. Seu olhar parece mais intenso sobre os meus, sua boca se entreabre e sua respiração se agita.
— Bella, não me olha assim!
— Como? —Questiono num fio de voz, ainda em conflito, tentando entender Raed.
— Como conseguirei me controlar se me olha desse jeito? — Ele me diz ofegante. Há uma sombra de um sorriso em seus lábios.
Eu fico séria e abaixo a cabeça:
—Hum. —Digo, dando um sorriso achando graça disso. —Vem, habibi. Hora de alimentar a mãe e esse bebezinho.
Ele ri.
—Verdade. Por que acha que me exército tanto? Já te disse isso, não disse?
—Não, mas dá para notar pelo seu corpo, seus músculos são bem definidos.
Ele me envolve com um sorriso enquanto caminhamos pelas ruas estreitas cheias de turistas até o carro.
—Sim, eu corro, pratico natação, puxo um ferro na academia...adoro manter o corpo em movimento. E você? Já fez ginástica?
Eu ergo meu rosto.
—Eu costumava correr perto de casa, mas de vez em quando.
Ele é tão diferente de Zein...Penso de repente. Ele era mais branco e tinha uma barriguinha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....