Estamos agora no lindo restaurante que parece um minicastelo. Sentados um de frente ao outro. Nos encaramos por um momento enquanto esperamos os nossos pratos: Conchiglioni quatro queijos com molho à bolonhesa.
Eu não mantenho meus olhos nele por muito tempo, desvio dele logo, movida pela minha timidez e fico olhando distraidamente o restaurante encher.
Gostaria que ele enxergasse meu lado forte que eu sei que existe dentro de mim, mas sempre me sinto assim com Raed. Talvez por ter estado muito tempo ao lado dele reprimindo meus sentimentos, fria, objetiva e eficiente. Sempre reprimindo meu lado romântico ao lado dele e agora estou um tanto perdida nessa nova vida. É tão constrangedor ter um Raed atencioso, ter seus olhos quentes sempre voltados para mim.
—Isabela, olha para mim.
Eu o encaro.
— Por quê? Por que você me olha como se quisesse dizer algo e sempre se fecha? Acha que não percebo?
Eu rio.
—Eu? Você está enganado.
—Agora mesmo você fez isso.
Fito-o, pasma e o acuso:
—Temos conversado bastante, o fechado tem sido você.
O silêncio reina por alguns segundos. Isso é preocupante. Meu peito se aperta com a sombra da tristeza me lembrando novamente o motivo de ele estar comigo.
—Eu sou o que mais falo. —Ele diz entredentes.
Eu ri.
—Sim, você é um ótimo guia turístico.
Ele me olha friamente e eu já posso sentir a mudança no ar. Ele parece o homem que eu convivia antes de tudo acontecer.
—Eu não gosto muito de falar de mim, mas isso não significa que eu não confie em você para contar sobre minha vida. Mas estamos vivendo dias maravilhosos, por que estragar falando de algo que me deixa triste?
Eu respiro fundo e não respondo por alguns momentos. Faço uma pausa, tentando entender este homem, mas estou perdida demais para entender e acabo tapando o sol com a peneira:
—Tudo bem, você tem sido uma ótima companhia.
Ele estica o braço e pega a minha mão na mesa.
—Esses dias foram maravilhosos, não é mesmo?
Eu forço um sorriso.
—Sim...
Uma música mais animada é colocada. Ela está em inglês. Pessoas começam a dançar. Eu sorrio ao ver isso.
—Essa música é ótima. Vamos dançar? Chama-se Postcards From Italy.
Eu o olho surpresa.
—Dançar? —Questiono e olho as pessoas se divertindo e o encaro. —Eu não sei dançar esse tipo de música, sei as da nossa terra.
—Vem, claro que sabe.
Ele se levanta e estende a mão para mim.
—Sério isso?
Raed não diz nada, apenas faz um gesto com a sobrancelhas e continua com a mão estendida para mim.
—Está certo. Vamos tentar.
Raed me conduz até aquele aglomerado de pessoas dançando e começamos a dar uns passos tímidos. Eu abro meu sorriso achando graça de nós mesmos. Logo estamos animados, dançando como eles. Num ir e vir de corpos, as nossas mãos unidas. Raed me faz dar um giro no meu próprio eixo e me traz junto a ele, para depois me lançar novamente e voltar a me enlaçar.
Rimos como bobos quando nossos narizes se encontraram.
—Vem, habibi, nosso almoço já está na mesa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
To gostando desse livro... bem leve e interessante....