Cativa do Sheik romance Capítulo 27

Estou na cama ainda, a pessoa racional e sensata se foi nesses últimos dias. Estou vivendo um dia de cada vez e isso tem me deixado feliz. Mas seria uma grande mentira se eu dissesse que não me preocupo com Raed. Tenho medo do que o Sheik possa fazer. A fúria está nele, afinal, ele me culpa. Eu sou a mulher que foi responsável pela morte de Zein e ele pode prejudicar Raed no trabalho. Ameaçar deserdá-lo... não sei.

Respiro fundo e resolvo tomar um banho. Depois visto um vestido novo, que Raed comprou para mim na Itália. Ele é lindo, branco com babados no busto e acinturado. Modelo tomara que caia. Mas decente para os padrões árabes.

Na sala de jantar eu me sento na grande cadeira estofada, em frente a grande mesa arrumada, especialmente para mim. Hamira coloca a taça de salada de frutas na minha frente.

—Hum, que delícia.

Ouço então uma gritaria na sala. Tremendo me levanto. Hamira me segura pelo braço para não ir até lá. Mas eu nem preciso ir, a tempestade entra na sala de jantar. É Camily, a ex de Raed.

Ela deve ter visto as fotos tiradas de mim e de Raed no aeroporto.

—Então é você a ordinária que está se aproveitando da bondade de Raed.

—Camily, saia! Você não é benvinda nessa casa. O príncipe... —Hamira diz exaltada.

—Cale a sua boca, sua velha. Eu não quero falar com Raed, mas com essa idiota egoísta.

—Vou chamar os seguranças! —A voz de Hamira é segura demonstrando um cuidado comigo que me aquece por dentro.

—Deixe, Hamira. —Digo e me levanto com toda classe, mesmo que meus nervos estejam em frangalhos. — Vamos até a biblioteca, e conversamos.

Ela sorri desdenhosamente.

—Ótimo, eu conheço o caminho.

Eu aperto as mãos com vontade de tirar aquele sorrisinho à tapa. Entramos na biblioteca. Eu fecho a porta. Camily solta o ar.

—Olha, primeiro, não quero brigar com você. Sinceramente não é essa a minha intenção.

Duvido!

Eu respiro fundo.

—Bem, então diga o que tem a dizer e saia.

—Você não faz o tipo de Raed. Então saiba que a única razão pelo qual Raed se casaria com você é por estar grávida.

—Não é isso que ele tem demonstrado.

—Allah! Você acha mesmo isso? Raed é bom e é homem. Claro que ele vai querer sexo-free. Ele te falou de sua infância infeliz?

Eu fungo, me sentindo mal com as palavras dela.

— Raed fez uma escolha, você deveria ter amor-próprio e seguir adiante. Nós temos nos dado muito bem.

—Digo e repito, sexo querida, é que ele unirá o útil ao agradável, e você não é feia.

—Olha, já deu seu recado. Agora cai fora!

Eu abro a porta para ela sair.

—Se insistir nessa relação demonstra o quanto você é egoísta. Só pensa em si mesma.

Allah! Como se fosse eu que tivesse insistido nisso tudo!

—Escuta aqui. —Fecho a porta. —Raed que fez questão de assumir esse filho. Eu nunca quis que ele se unisse a mim por causa dessa criança.

Ela sorri.

—Pois é. E não duvido. Pois Raed é bom. Ele tem um coração de manteiga. Não percebeu isso? Ele é um amor de pessoa, ele deve ter te visto você como esses cãozinhos abandonados na chuva.

Eu pisco ante as palavras dela.

—Pense nisso. Não faça Raed infeliz e não seja infeliz.

Eu ofego.

—E quem é você, o guru da felicidade, agora?

—Não querida, só estou querendo evitar uma tragédia. A começar pelo sheik. Sabia que ele está hospitalizado? Por sua causa?

Minha expressão chocada diz tudo.

—Não! —Sussurro.

—Sim. O Sheik quase morreu infartado. —Eu me sento no sofá quando o sangue foge do meu rosto.

Ela continua:

—Não vê o quanto está fazendo essa família infeliz? Pense nisso.

Eu estou tão triste com essa informação que só consigo ficar parada, olhando para Camily esquecida de mim mesma. A garganta está seca, e meu coração pulsando descontroladamente.

Camily passa por mim, abrindo a porta, sai da biblioteca. Suspiro, me sentindo infeliz, sem forças. Meu peito doí horrivelmente.

Allah! Passo a mão nos olhos limpando minhas lágrimas. Pior que tudo que ela me disse faz sentido. Todas as minhas inseguranças vêm com força total.

E agora? Eu me pergunto.

Fico sentada por um tempo, tentando me recuperar de suas palavras ferinas.

Digo então para mim mesma:

Sem dramaticidade.

Sem olhar para trás.

Você já passou essa fase.

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