Flashes também, penso quando vejo as luzes voando sobre nós.
Meu coração está tão machucado que sinto falta de ar. As lembranças de Raed e tudo que abandonei me queimando, me ferindo. A verdade é que esse tempo todo não passei de uma mulher insegura. Depois que Zein fez, o jeito profissional de Raed me tratar antes, tudo isso me fez duvidar que Raed realmente me amasse de verdade.
Enquanto acalento as lembranças, vou me acalmando. Luke me afasta. Olha para mim com um olhar imponente, com toda a energia que costuma desprender dele.
—Está melhor?
—Sim, obrigada.
Kate se aproxima de nós.
—Deus! Isabela, senti um clima entre você e o príncipe Raed. Se Luke não tivesse chegado na hora, você teria estragado tudo. Você precisava ver sua cara para ele.
Eu aqui, sofrendo por um homem maravilhoso, que jamais terei novamente e ela preocupada com as aparências. Baixo meus olhos cheios de rebelião.
Luke me abraça pela cintura.
—Vem, vamos tomar um trago. É isso que você precisa.
Ele faz sinal para um garçom que me oferece um prosecco. Ele pega duas taças e me entrega uma.
Raed está lá, no meio do salão, agora rindo por algo que uma linda loira falou. Uma raiva surda e impotente começa a crescer dentro de mim quando vejo que a garota fita ele com ávido interesse.
—Então está apaixonada por Raed? —Escuto a voz de Kate soprando no meu ouvido. Ela então surge ao nosso lado.
—Sim.
—Não a culpo, ele é um partidão mesmo. Uma pena que não deu certo entre vocês.
De repente, a música para e um silêncio toma o salão. Uma música árabe se inicia. O embaixador sorrindo, faz gestos para Raed dançar. Ele acena um sim e pega a mão da loira e a leva o meio do salão.
Raed abre os braços e começa a dança. A garota dança ao lado dele de um jeito totalmente errado. Desengonçado.
—Essa música não se dança desse jeito! —Digo de repente em voz alta chamando atenção de todos.
O embaixador Thompson sorrindo vem em nossa direção.
—Mostre-nos, então. Dance com o príncipe Raed.
—Eu?
—Sim. Luke, se importa?
Luke faz um não com a cabeça sem ação.
O embaixador pega a minha mão e praticamente me arrasta para o lado de Raed que para de dançar e me encara. Seus olhos são gelados.
—Raed, mostre-nos a dança da sua terra ao lado de Isabela, essa linda árabe. —Ele pega o braço da loira e a tira de perto de Raed. —Venha minha querida, deixe-os dançar. Comecem de novo a música.
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Laguetek se inicia. Um Raed ofegante ergue os braços e começa a dançar. A forma como ele me olha é dura, seus olhos parecem balas me almejando. Evitando seus olhos, abro meus braços e começo a dançar a música de nossa terra.
O movimento em movimentos sincronizados, num entrelaçar de corpos, mesmo que um pouco distantes.
—Olha pra mim. —Ele diz de repente.
Eu o encaro, triste.
—Sabe que sua expressão contristada não me toca mais.
Eu ergo meu rosto e dou com os intensos olhos de Raed. Ele pega a minha cintura e me traz junto a ele. Sinto o cheiro dele, parece uma droga e eu a drogada. Dançamos mais perto agora. Vejo a oportunidade de falar com ele.
— Ana uHibbuka! — Digo eu te amo alto, o Ana usamos para confessar nossos sentimentos e todos saberem.
Raed me puxa mais e abre meus braços e os fecha.
—Ama? Ah, Isabela. Você não sabe o significado de amor.
Ele me lança e me puxa, eu digo:
—Eu e Luke não é o que está pensando. Eu sou sua namorada de mentira.
Raed me afasta, e me olha ofegante então ele ri, um sorriso que não chega aos seus olhos.
— Meus parabéns então, pela sua tão brilhante representação. O hábito deve ter aprimorado isso.
—Raed...
—Dissimulada é pouco para você. Que foi? Caiu em si que Luke está apenas se divertindo?
Ofego.
—Não. É difícil falar sobre algo que eu errei. É reviver o quanto eu fui idiota, o quanto eu deixei minhas inseguranças falarem mais alto do que tudo que eu via e sentia.
Luke assente para mim.
—Eu sei onde ele está hospedado. Podemos ir lá depois.
Eu que já estou à beira das lágrimas o afasto e o olho.
—Como?
—Vou te ajudar. Eu tenho má fama mesmo. Sabia que estão fazendo apostas para saber quanto tempo durará nosso romance?
Eu sorrio entre lágrimas.
—Luke… Você faria isso?
Ele sorri.
—Sim.
—Obrigada.
—Bem vamos ficar conversando aqui ou vamos até o hotel?
Eu paro de dançar e abraço Luke apertado. Fotos caem sobre nós. Luke ri.
—Vamos! Antes que você se complique mais.
Nos demoramos um pouco, pois foram muitas despedidas. E o embaixador segurou um pouco Luke para conversar. Luke então, deu uma desculpa de um compromisso de última hora. O embaixador nos olhou com um sorrisinho torto, claro que imaginando outra coisa.
Kate corre até nós.
—Aonde vocês vão?
—Sair. Já deu Kate, divirta-se por nós.
—Luke, o que está fazendo?
—Não é o que está pensando. Não vamos foder.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Cativa do Sheik
➡️ São 2 EXTREMOS OPOSTOS... 🌎 No Ocidente as pessoas dizem se casar pelo "sentimento" amor, mas na verdade se casam por paixão, pois o amor verdadeiro não é um sentimento e sim uma AÇÃO ativa e comprometida... Aí obviamente os casamentos não duram, pois as pessoas se divorciam por tudo e por nada, basta um novo interesse pessoal surgir, alguém mais interessante aparecer, uma nova paixão começar, o tédio se manifestar... Tudo depende dos interesses pessoais, não há comprometimento real na maioria dos relacionamentos, apenas desejo fugaz... 🌏 Já no Oriente árabe as pessoas se casam meramente por convenções e conveniências, por interesses familiares, sociais, financeiros ou político-religiosos. E há poucos casos de divórcio, mas não porque os casais são comprometidos e felizes, mas sim porque os homens geralmente não querem romper com o que foi convenientemente estabelecido e as mulheres não tem direito de escolha. Ou seja: se é obrigado a suportar a união mesmo que seja tóxica. Além disso, o homem tem a opção de assumir a amante como segunda esposa, impondo-a para a esposa legítima, que não tem poder de negar. Assim é muito fácil dizer que poucos casais se separam... São dois extremos, ambos negativos, ambos com resultados nefastos......
😒 Aff, já começou a apelação... Do nada, sem qualquer lógica, as pessoas começam a agir como cães no cio nesses livros, como se fossem adolescentes sem cérebro conduzidos pelos hormônios e não adultos maduros com sendo crítico e objetivos além do desejos carnais... Nesse contexto árabe, então, fica tudo ainda mais surreal, como se fossem atores ocidentais fingindo ser personagens árabes caricatos num teatrinho de escola... Tudo muito forçado, tudo muito inverossímil, tudo muito superficial e fútil... Puramente com o objetivo de inserir sexo e tensão sexual na estória, mesmo que nem caiba... 🙄 O QUE VOCÊ ACHA QUE JANE AUSTEN DIRIA SOBRE O GÊNERO ROMANCE DE HOJE EM DIA? "Acho que ela ficaria chocada com o que pode ser escrito e publicado em um livro hoje em dia [... ]. Imagino que ela desejaria histórias de amor mais elevadas e menos focadas no carnal, como nos romances de hoje". (Julianne Donaldson, autora premiada de Edenbrooke)....
* Uai, mas que homem sério e decente gosta de mulher fácil? E que homem (decente ou não) valoriza uma mulher dessa, que não se valoriza? Ninguém que se preze - homem ou mulher - valoriza gente fácil. Os que não valem nada e só estão a fim de tirar proveito podem até gostar pela facilidade de uso, mas valorizar? Só se for pra rir... Nada que é fácil tem valor na vida, seja bens de consumo ou pessoas. É uma verdade lógica e cientificamente provada, só os tolos não perceberam ainda... 🙄...
Muito bom mesmo esse livro!...
To gostando desse livro... bem leve e interessante....