Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 292

Assim que entrei na sala, acompanhado do médico, vi meu pai enrolado num monte de fios que controlavam cada movimento dele. Sabia o quanto ele odiava aquela situação e o motivo pelo qual fugia: tudo se repetia, já tinha acontecido anteriormente.

Me aproximei da cama e peguei a mão dele, que a apertou:

- Estou cansado. – Ele disse, de olhos fechados.

- Então descanse.

- É complicado saber que não vamos mais nos ver... – Os olhos dele seguiam fechados – Vou sentir saudades.

- Não, você não vai sentir saudades. Mas eu vou...

- Sei que não fui um pai perfeito. E por isso peço perdão. Mas entenda, nunca foi com má intenção. Sempre amei você, por mais filho da puta que eu tenha sido.

- Acho que todo mundo tem uma fase filho da puta na vida. O bom é que podemos nos dar conta disso um dia. Você fez o melhor que pôde.

- Faça valer cada gota do meu suor... Mas não ponha a North B. acima da sua família, como eu fiz.

- Não vou fazer isso. Não se preocupe.

- Agora... Me dê um beijo, meu filho. E vá! Eu não quero que você me veja morrer.

Segurei a porra das lágrimas que tentavam escorrer e senti meu peito apertado. Nós dois sabíamos que aquilo aconteceria e ainda assim parecia que eu não estava preparado para aquele momento.

Mas se tinha uma coisa que eu não fazia era contestar meu pai. Dei um beijo nele, talvez o primeiro da minha vida e abracei-o, dizendo no seu ouvido:

- Obrigado por tudo... Vai em paz, Casavelha! Amo você.

Soltei a mão dele e saí, as mãos apertando os olhos para não chorar.

Porra, aquilo doía pra caralho! Me deu vontade de gritar e por um momento pareceu que eu não ia aguentar.

Até que cheguei de novo na recepção, com os olhos lacrimejando. E a vi... Parada, fechando o blazer ainda mais, os cabelos loiros caindo sobre o tecido. Eu não estava perto dela, mas sabia exatamente o cheiro que os fios dourados tinham e o quanto eu gostava deles enrolados no meu corpo durante a noite.

- Fez o teste? – Perguntei, esquecendo tudo que ficou do corredor para trás.

Ela assentiu com a cabeça, antes de dizer:

- Eu fiz os três.

- Fez três xixis?

- Sim... Um pouquinho de cada vez.

- Porra, como conseguiu?

- Meu rim realmente está em bom estado. E ele vale muito, desclassificado.

- Eu não quero saber sobre o seu rim, Bárbara. Quero saber sobre o teste...

- Deu positivo... Três vezes.

Fiquei sem reação, olhando para ela. Foi como se o chão saísse de baixo dos meus pés por alguns segundos e eu ficasse a flutuar. Minha cabeça ficou vazia, o coração bateu dobrado e eu conseguia ouvi-lo no mesmo compasso do meu cérebro.

- Você... Ficou feliz? – Ela perguntou, levantando os ombros, incerta da minha resposta.

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