Como odiar um CEO em 48 horas romance Capítulo 291

- Já vou avisar o médico dele. – Heitor falou, pegando o celular e fazendo a ligação.

- Não precisa... Não adianta mais. Eu não quero ficar num quarto de hospital. Minha hora chegou, Heitor.

Peguei a mão de Allan e disse:

- Você não pode falar assim. Nós precisamos de você, Casavelha.

Ele gargalhou, com dificuldade:

- Só você para me fazer rir, Babi...

- Eu sempre vou estar aqui, Allan... Sempre. Eu amo você. – Deitei minha cabeça no ombro dele.

- Ah, Babi, se você soubesse o quanto isso me faz bem... Ouvir que você me ama – a mão dele alisou meus cabelos – Sou tão grato por Deus ter colocado a filha de Bia no meu caminho. – Ele recostou a cabeça no encosto do banco. A respiração estava espaçada e parecia que puxava o ar com dificuldade.

Segui ali, com a cabeça deitada no peito dele, ouvindo seu coração bater, o corpo quente, a pele áspera. Ele havia emagrecido visivelmente nas últimas semanas.

- Sabe o que eu acho? Que fiquei na prorrogação... Cada dia a mais do que o previsto é foi lucro.

- Não fale assim, Casavelha. – Brinquei.

- Vi minha neta chegar aos quase dois anos... Meu filho conhecer a mulher que o fez mudar completamente, o que eu achava que nunca iria acontecer... – ele tossiu com um pouco de dificuldade. – E agora sei que um Casanova está se formando aqui dentro – ele colocou a mão na minha barriga.

Levantei a cabeça e o encarei. Os olhos verdes dele realmente estavam cansados. Fiquei confusa com as palavras dele. Toquei meu ventre, imaginando se aquilo poderia ser verdade.

Deus, estou tão cercada de amor! Você realmente colocou um bebezinho, fruto do meu amor com Heitor aqui dentro?

Senti as lágrimas escorrerem grossas pelo meu rosto. Eu viveria tudo de novo, segundo por segundo, cada lágrima derramada, cada dor sofrida, cada suspiro de angústia, desde o momento que pisei meus pés na Babilônia, entrando pela porta dos fundos, usando um cartão emprestado de minha melhor amiga, Salma. Conhecer Heitor Casanova foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida.

POV HEITOR

Ouvi perfeitamente as palavras de meu pai: “E agora sei que um Casanova está se formando aqui dentro”. Não consegui prestar atenção em mais nada. Era como se aquela frase ficasse ecoando na minha cabeça. Bárbara estava grávida? Mas... Será que ela contou ao meu pai antes de contar para mim?

Olhei para trás e vi que ela estava com a cabeça deitada no ombro dele. A cara do velho estava péssima. Eu sempre achei que estaria preparado para quando aquele momento chegasse. Mas agora já não tinha certeza.

Ele gostava dela, talvez por lhe trazer lembranças de sua mãe. Eu poderia criticar o fato de ele não mentir que Beatriz Novaes tinha sido a única mulher que ele amou, desmerecendo minha mãe. Mas hoje eu era a porra de um homem que sabia que aquela droga chamada AMOR vinha do nada e se apossava da gente como se fosse um câncer.

Bárbara estava realmente com as formas mais arredondadas nos últimos tempos. E vomitou do nada há minutos atrás. Sim, eram sintomas de gravidez. Nunca usávamos preservativos e a menstruação dela era irregular. Mas sabendo de todos os problemas que ela havia passado em função da endometriose e a cirurgia, a possível gravidez não era algo tão fácil. Ainda tinha a questão da reversão da vasectomia, que...

- Senhor, está tudo bem? – Senti Otávio batendo levemente no meu braço, a porta do carro aberta e meu pai já na maca.

- Sim, sim... – Balancei a cabeça, confuso. Eu havia pensado demais.

Os enfermeiros levaram meu pai. Fiquei parado na recepção, sem saber exatamente como agir. Bárbara me abraçou e deitou a cabeça no meu peito. Alisei os cabelos lisos dela e retirei novamente meu casaco, colocando sobre ela.

Eu nunca me considerei um homem ciumento. Mas isso não se aplicava a ela. Só de pensar que algum homem pudesse deseja-la, eu tinha vontade de matar.

Lembrei que eu havia comprado dois ingressos para o show do Bon Jovi em Noriah Sul, que teria no próximo mês. E já tinha pedido para Ben ligar para a assessora dele e marcar uma visita direto no camarim, onde ele receberia só ela. Eu faria uma surpresa. Mas agora, com a possibilidade de ela estar grávida, não tinha certeza se era viável a viagem. Teríamos que falar com o médico.

- Você está bem? – Ela olhou na minha direção, ainda com os braços envolvendo meu corpo.

- Você... Está grávida? – Não contive a pergunta.

- Eu... Eu acho que não. – Ela enrugou a testa, realmente confusa.

- Mas... Eu ouvi quando meu pai falou.

- Ele imagina que eu esteja, acho... Talvez pelo enjoo...

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