Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 113

—Eu… – começara, procurando as palavras que nunca vinham.

—Ouvi uma parte da conversa com seu pai naquela noite – revelara a garota de olhos azuis – Não estava espionando, mas estava no quarto, se lembra? Havia mesmo um pedido de doação de dois milhões e meio? Isso é muita coisa, onde um colégio gastaria tanto?

A mulata suspirara, teria de se abrir com a amiga, não tinha escolhas. Pedira que a loira fosse buscar a comida e prometera que se falariam em casa, longe de qualquer testemunha.

Ao voltarem, já sentadas na cama devorando lanches enormes, a nerd finalmente contara sobre o encontro com Miss Wingates, cada detalhe.

—Está dizendo que eles sabem tudo sobre nós? O que isso significa, que nossas casas estão grampeadas e estamos sendo vigiadas como em um jogo de espiões? – perguntara a loira.

—Não… acho que não precisam disso. É um outro tipo de controle, um tipo de coleira invisível que você não pode remover. Ninguém é aceito no colégio por acaso. Sabem sobre nossas vidas desde que nascemos, tudo mesmo. Sabem nossas ambições, no que somos melhores e para onde iremos quando tivermos nos formado. É como se não tivéssemos escolhas em nossas vidas, tudo já foi previamente planejado…

—Entendo estarem de olho em você, mas Leo e eu? Nós só entramos por sua causa. Admito que gostei de TI e já me ajudou bastante no trabalho que venho fazendo, mas nunca foi minha praia… nem a do Leo.

—Imagino que se eles sabiam que meu pai me indicaria o colégio por sua reputação, também sabiam que se eu entrasse, vocês dois entrariam por minha causa, entende? – explicara a mulata, de acordo com sua teoria – Perguntou antes onde tanto dinheiro é gasto. Imagino que informação não deva ser coisa barata, requer recursos, pessoas. E eles sabem tudo. Estou tentando não pensar nisso. Eu decido o rumo da minha vida.

Isadora esperava que Katie tivesse acreditado na afirmação mais que ela própria. Está destinada a grandes coisas foram as palavras da diretora.

—Seu pai sabe disso? – Katie continuava desconfiada.

—Ainda não falei completamente com ele – respondera a nerd – Como ele mesmo sempre diz, celulares não são confiáveis. Acho que essa é uma conversa que precisa acontecer pessoalmente. De qualquer maneira, Miss Wingates está com um olho sobre cada um de nós. Se Trixie, Leonel, Josh ou até mesmo eu vacilarmos, vamos todos cair juntos, ela fez questão de deixar isso bem claro…

—Resumindo – lamentara Katie – Não podemos nos vingar da piranha até a formatura. A desgraçada sempre consegue se safar…

—E falando em vingança, Miss Wingates parece ter se divertido com as escalas de trabalhos forçados no colégio. Fui destacada para trabalhar junto da maldita mais da metade do tempo nessas duas semanas. Leonel e Josh foram colocados longe de nós e graças às câmeras de segurança sempre de olho, fui forçada a agir como se fossemos amigas…

Katherine estendera a mão, acariciando a face da mulata.

—Estou aqui agora, fique tranquila, irei cuidar de você.

—Vamos para o Magical. Estou doida para ver como estão as coisas. Só espero não esbarrar com Andariel por lá…

—Vamos lá – respondera Katie, apanhando o notebook enquanto Isa já se sentava diante das telinhas do computador – Vamos extrapolar nossa raiva no jogo para relaxarmos – emendara rindo.

Naquela noite, ao menos no jogo online, Isadora poderia relaxar e se divertir com os amigos. Andariel não apareceria, mas isso não significava que a sorte estava sorrindo para a nerd.

Longe dali, Trixie assistia ao vídeo pela quinta vez, ponderando o que faria. Não poderia se precipitar. Assim como a nerd, a loira sabia que seus destinos estavam atados pelos próximos meses. Qualquer novo incidente não apenas afetaria uma, como a outra, os rapazes e possivelmente mais pessoas próximas deles.

Tinha de ser paciente, mesmo contra sua vontade.

—Então… – comentara a garota – esse seu amigo é um dos parceiros sexuais do Leonard? – indagara apontando para o rapaz na telinha.

—Sim, pelo que sei – respondera Louis – Ele tem essa tara por rapazes passivos de boa aparência e ricos como seu amigo.

Trixie pausara o vídeo, voltando o olhar na direção do sujeito.

—Leonard não é meu amigo. É apenas outro aluno da mesma sala que eu no curso do Delphine’s. E como seu amigo conseguiu esse vídeo?

A loira havia concordado em não perguntar a identidade do rapaz que gravara o vídeo, ainda assim estava curiosa. Jamais imaginara uma cena como aquela. Menos ainda que a teria em suas mãos.

—Pelo que entendi – respondera o outro – Ele esteve no apartamento desse Leonard uma noite e eles começaram a brincar de gravar suas fodas com os celulares. Em meio à bebedeira e sexo, esqueceu o próprio celular por lá, sobre uma mesa. O que esse Leonard não sabia era que o aparelho possuía um aplicativo para iniciar gravações de vídeo a cada sessenta minutos, gravações curtas, de apenas cinco minutos cada. No outro dia, quando Leonard devolveu o aparelho, ao procurar por vídeos das transas entre os dois, meu amigo encontrou esse na galeria. Então, como tinha lhe falado, foi gravado puramente ao acaso.

A garota suspirara sorrindo. Parecia o destino estava oferecendo uma oportunidade para se vingar pelos últimos eventos, a prisão, a briga com Leonel, a chamada à sala de Miss Wingates, as duas semanas bancando a zeladora do Delphine’s ao lado da maldita nerd.

Talvez nem usasse aquele vídeo, no fim das contas. Tinha de agir com cautela até a formatura. Sua graduação era importante demais para ser colocada em risco. Depois, com sorte, nunca mais veria a nerd novamente. Quem sabe apenas mostrasse aquela gravação para Leonel?

Adoraria ver a expressão da mulata quando sua máscara caísse, mas seria igualmente maravilhoso ouvir Leonel lhe pedindo desculpas quando descobrisse que Isadora não era tão melhor que ela, como fingia ser.

O som de Wonderful Tonight ao fundo, somado à pouca luz e a mobília caríssima em estilo europeu dava à cena um aspecto romântico. Naquela noite, Trixie até mesmo se sentia romântica com todos os mimos recebidos do amigo. Necessitava daqueles carinhos já há algum tempo.

—Entenda que apaguei o vídeo do celular de meu amigo após efetuar a transferência para o meu. E apaguei do meu após enviar para você. Só existe uma cópia desse vídeo e está com ela agora – explicara Louis para a moça deitada no sofá da sala de estar de seu apartamento – Faça o que achar melhor com ele, mas minha participação nisso acaba aqui. Não me envolva mais do que isso.

—Não vou. Sabe que sempre uso os métodos que preciso para vencer e sabe que não sou de perdoar – respondera Trixie, esticando os braços para se espreguiçar – Mas saiba de uma coisa muito importante também, gosto de você, de verdade. E já fez o bastante por mim nisso.

—Fico feliz em ouvir isso. A hidromassagem está pronta… podemos?

A loira sorrira o encarando. Uma noite perfeita.

—Depois daquele beijo e desse vídeo, essa noite só fica melhor a cada segundo – sussurrara a loira, se levantando – Vamos tomar um banho. Preciso relaxar e comemorar minhas futuras vitórias.

O vídeo de apenas cinco minutos mostrava Isadora ao lado de Leonard e Josh, na noite da transa entre os três no Inferno de Dante. Os poucos minutos de gravação mostravam a parte em que Isadora fizera Josh gozar com uma chupada que o rapaz jamais se esqueceria.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Contos Eróticos: O Ponto I