Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 119

Cinco horas antes do início das apresentações…

—Então… – comentara o rapaz executando a última parte da programação no computador – O que o senhor acha? Devemos resumir os detalhes para não comprometer o tempo de apresentação no colégio?

—Diego, por favor – respondera o pai da nerd antes mesmo de opinar sobre o que Josh havia perguntado – Sempre chamei todos os amigos de minha filha pelo primeiro nome e não considero um desrespeito que me chamem da mesma forma. Somos homens adultos – emendara rindo.

O grupo da nerd estava reunido com o pai no quarto da garota. Josh estava sentado à mesa do computador revisando a programação com Diego à direita e Leon e Katie opinando do outro lado. Isadora estava na cama, relaxando deitada com as pernas esticadas enquanto conferia os aplicativos no celular que ganhara de presente de aniversário do pai.

—Diga se está bom – suplicara Katherine, como se sua vida dependesse de ser aprovada pelo sujeito – Tem certeza que nos sairemos bem?

—Já disse que está tudo perfeito – reforçara o sujeito – A ideia é genial e já foi pensada por centenas de especialistas pelo mundo todo, contudo, ninguém a colocou em prática até o momento, não com o nível de detalhamento que vocês conseguiram implementar. Como mencionei antes, basta apresentarem três por cento do produto no TCC e terão a aprovação de qualquer analista presente. Se depois quiserem, podem patentear e ganhar algo com isso além do diploma.

Eu também disse que estava tudo perfeito, mas quem me ouviu? – pensara a nerd, observando a equipe da cama. Eles pareciam aqueles grupos de crianças que estavam prestes a jogar sua primeira partida de futebol e seu pai era o técnico encorajando a todos. Ao menos imaginava algo assim, considerando que nunca havia jogado futebol na vida.

—Confesso que nunca me senti tão apreensivo na vida – resmungara Leon – Acho que é mais por ser um trabalho em equipe. Tenho receio de ficar nervoso na hora e se algo der errado, prejudicar a todos…

—Quantas vezes vocês revisaram esse projeto? – indagara Diego.

Katie encarara a nerd deitada e voltara o olhar para o restante dos presentes.

—Linha por linha umas quinze vezes cada com a Isa nos supervisando, fora as revisões em grupo. E ouso dizer que a nossa líder dispensou algumas noites de sono revendo tudo de novo…

—E quantas vezes ensaiaram a apresentação em grupo? – reforçara o mais experiente entre eles.

Dessa vez fora Joshua quem respondera.

—Acredito que também umas quinze vezes. No começo foi mais complicado devido à sincronização das falas da equipe e o tempo de apresentação. Acredito que nas duas últimas vezes ontem, conseguimos um timming perfeito.

Da cama, a nerd decidira que era hora de intervir. Sendo a especialista em insegurança naquele lugar e faltando poucas horas para encararem centenas de pessoas, nem ela própria podia se dar esse luxo. Precisavam ser confiantes e otimistas se quisessem passar por aquele desafio e seu futuro dependia disso.

—Definitivamente – começara a garota, atraindo a atenção de todos – Não há nada para nos preocuparmos. Cada um de nós trabalhou nesse programa por horas durantes meses. O conhecemos intimamente. E todos memorizamos não apenas nossas partes na apresentação, como as dos outros. Se algum de nós ficar nervoso, teremos uns aos outros para nos cobrir. Ensaiamos imprevistos diversas vezes, vamos nos sair bem – concluíra esperando ser convincente.

—Ouçam a voz da razão – sorrira Diego.

Enquanto o grupo agora mudava o discurso para como estavam preparados e como reagiriam diante de dezenas de pessoas os assistindo, Isadora voltara a atenção para uma mensagem que acabara de receber no celular.

—Katie, pode me emprestar seu notebook um instante? – pedira a mulata.

—Claro – respondera a loira esticando o braço com o aparelho nas mãos – Não quero olhar para teclados de tipo nenhum pelos próximos dias.

—Só preciso entrar no Magical Scrolls um instante. Não vou demorar.

—Diria para ficar o quanto quiser… – dissera Katie – Mas essa noite não sei o que fazer sem você, querida…

—Só preciso falar com a Fada – respondera a nerd – Não pretendo demorar, ela disse que tem algo importante para me falar. E ainda tenho que tomar banho, arrumar o vestido e o cabelo, não poderia enrolar no jogo mesmo se quisesse.

Josh se levantara, apanhando a jaqueta das costas de uma cadeira.

—Vou para casa também, preciso ir buscar as roupas dessa noite no alfaiate também. Pego você às sete, tudo bem? – dissera, se dirigindo à Isadora.

A garota desviara o olhar da telinha do notebook para o amigo. Vestia uma miniblusa cor de rosa com um coração de lantejoulas no peito, calça de moletom azul e meias brancas. O cabelo estava preso para trás por uma tiara. Aquela era a versão caseira da nerd.

—Estarei pronta às seis e meia, pode ser? – respondera ela – Quero chegar um pouco mais cedo para conferir tudo. Melhor não ser pega por surpresas.

—Perfeito – dissera o rapaz, acenando para Leonard, Katie e Diego – Estarei aqui às seis e meia em ponto.

Logo após Josh sair, Leon apanhara a mochila com as coisas que trouxera para as últimas revisões e anunciara estar de saída também. Katie aproveitara a carona, pois assim como Isadora, tinha de ir com a mãe arrumar o cabelo e se preparar para a noite.

Tão logo os amigos saíram, Diego se voltara para a filha, dizendo que tudo daria certo. Alegara que ela era uma ótima líder e tinha uma equipe competente sob seu comando. Com aquele talento para liderar, um dia poderia trabalhar para algum setor no governo, como ele.

Isadora agradecera o voto de confiança e quando o pai saíra, conectara no jogo online. Era hora de saber o que a Fada tinha para lhe dizer às vésperas da noite mais importante de sua vida até aquele momento.

Quatro horas e meia antes do início das apresentações…

A criatura caminhando pela relva tinha o corpo feminino e a cabeça de lobo. As pernas, dos joelhos para baixo, possuíam jarretes como os felinos e no lugar de pés humanos havia enormes patas lupinas. Havia pelos cinzentos cobrindo toda a pele e vestia uma brilhante armadura cor de esmeralda.

Cobrindo o alto da cabeça e caindo pelas costas, uma longa pelugem rubra adornada com diversas tranças se destacava. Apesar dos traços de fera, o corpo feminino era sensual, com belas curvas, seios fartos e bumbum empinado.

A besta subira até o alto de uma colina, onde deveria se encontrar com outro ser fantástico, porém, mais gracioso. Finalmente, as duas estavam lado a lado, observando o sol se pôr no horizonte. Aquela paisagem era belíssima, tão linda quanto poucos lugares no mundo real poderiam ser.

—Então, fez mesmo o pacto? – dissera a figura feminina.

—Foi uma decisão radical, admito – respondera a criatura híbrida lupina com humana – Porém, o melhor para todos. A influência do Círculo de Fogo se tornou muito maior e tenho uma nação inteira de Garous sob meu comando.

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