Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 118

—Não precisa me explicar nada, menina. Já tem idade para fazer escolhas e tem maturidade para isso desde muito antes – dissera o pai – Por que não me diz como andam as coisas? Sei que está preparada para o TCC, já estava muito antes de focar nesse novo projeto. Vai ser uma caloura de destaque em Harvard – elogiara o sujeito – Além disso – emendara rindo discretamente – Sua amiga é realmente linda, quem resistiria? – concluíra se referindo à Anna com o olhar.

—Certo… – começara a nerd, retirando os óculos e os colocando próximos ao celular sobre a mesa – Eu… é… fico feliz em poder falar disso… digo…

Diego colocara uma mão cobrindo a boca não conseguindo disfarçar o riso.

—Espero que fique menos nervosa quando foi palestrar no TCC dessa sexta – comentara o pai, rindo – Não a vejo nervosa assim desde que tinha doze anos e enganava sua mãe para ficar lendo livros até mais tarde.

—Anna é linda, mas nem nos conhecemos assim tão bem. Ela cursa o EM na mesma escola que a Lori, não no Delphine’s – explicara a garota – Confesso que estou muito nervosa com esse fim de curso e muito confusa também…

—Sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa, não é? – apoiara o pai.

É claro que sabia. De fato, os momentos que mais aguardava no mês eram aqueles em que Diego a visitava. Mesmo assim, era difícil não ficar encabulada diante de alguns fatos, fosse a questão dos sentimentos ou insegurança.

—Eu… – começara novamente, perdida nas palavras – Não estava falando sobre minha sexualidade… – agora que tinha começado, tinha de terminar – Na verdade, estou bem de boa com isso, lidando com tudo devagar, um passo de cada vez… O que me deixou mais tensa nos últimos meses foi a conversa com Miss Wingates. Não me sinto mais eu mesma desde…

Diego apanhara um celular em um bolso interior da blusa que usava e teclara algo na telinha. Em seguida, dissera para a garota checar o próprio aparelho.

—Minha internet caiu. Que estranho, isso nunca aconteceu – comentara Isa – Por que sinto que fez alguma coisa com meu celular?

—Apenas com o seu? – indagara Diego em um sussurro.

Ao ouvir as palavras do pai, a nerd olhara em volta discretamente. Em uma era onde todos viviam com smartphones, tablets e notebooks nas mãos era fácil perceber por seus olhos confusos ou irritados que algo não estava bem.

—Está dizendo que todos…? – perguntara a garota.

—Esse é um aplicativo de uso militar – explicara o pai – Ainda está em fase de testes e nunca virá ao conhecimento do público. Mas pensei que gostaria de algo assim. Não apenas a internet, mas todas as redes e câmeras de segurança em um raio de setecentos metros estão offline. A duração ainda é pequena, algo em torno de quinze minutos, mas estou trabalhando para ampliar. Claro que você pode desativar a função a qualquer momento que desejar…

Isadora suspirara.

—Isso é algo do serviço secreto, sei disso. Por que está me mostrando?

Diego levara dois dedos ao queixo, coçando a barba por fazer.

—Tome – dissera, estendendo a mão e entregando o celular para a garota. Era um smart pouco maior que o dela, com noventa por cento na cor black piano e algumas linhas pink nas laterais – Dê dois toques na parte superior e dois na parte inferior da tela – concluíra.

A menina obedecera e após realizar o comando indicado, pequenas letras na cor pink começaram a escrever algo na tela.

Feliz Aniversário.

—É pra mim? – sussurrara a nerd abrindo a boca, surpresa.

O sujeito sorvera um gole da Coca-Cola que tinha em um copo e voltara o olhar na direção da moça novamente.

—Se lembra quando disse, alguns meses atrás, que se sentiu insegura na sala de Miss Wingates, como se estivesse sendo filmada por câmeras ocultas? Estive pensando nisso e consegui autorização para lhe dar esse aparelho. Posso adiantar que ele faz muito mais que isso, explicarei tudo com calma mais tarde. E não preciso dizer que ninguém pode saber sobre isso, certo?

—É claro…

Antes que Isadora continuasse, Diego a cortara, continuando a falar.

—Nem mesmo àqueles dois que nunca desgrudam de você – emendara ele – Há um aplicativo que sempre lhe dirá quantos aparelhos conectados ou não à internet ou outros meios de comunicação existem por perto, bem como indicará câmeras de segurança, visíveis ou não. E a distância que se encontra de tudo isso. Creio que será o bastante para se sentir segura.

A garota encarava o aparelho nas mãos perplexa, impressionada e admirada com aquela tecnologia. Diego Jimenez nunca parava de a surpreender.

—Eu… nem sei o que dizer – e de fato, não sabia. Por um instante, a nerd se lembrara de seu novo projeto para o TCC, mas perto daquele celular que tinha em mãos, tudo que desenvolvera não passava de rabiscos.

—Diga apenas que nunca vai usar isso em benefício próprio nem de outros. Que só irá usar em caso de extrema necessidade. Esse celular não é como os outros que já te dei, não é um brinquedo. Se perder ou essa tecnologia cair em mãos erradas… não preciso dizer mais que isso, concorda?

Isadora acenara com a cabeça confirmando.

—Sei que confia em mim e não vou o decepcionar – dissera confiante.

Diego permanecera em silêncio alguns instantes, então voltara a falar.

—Entendo que ficou impressionada com as palavras de Miss Wingates. Nem todos sabem a influência que os diretores do Delphine’s têm ou mesmo o alcance que o colégio têm em empresa governamentais e privadas pelo mundo todo. No entanto, entenda que o Delphine’s Spencer não faz parte de nenhuma grande organização do mal com intenções de dominar o mundo – explicara o sujeito – O colégio é financiado por dezenas de empresas que visam um mundo melhor e encontram ali as pessoas com aptidões para criar e comandar esse mundo. E entre essas mentes talentosas está a sua. Ir ou não para Harvard é uma decisão unicamente sua. Ninguém sabe mais suas qualidades e seu potencial que eu e sempre irei a apoiar no que decidir para sua vida.

—Obrigada – dissera a moça, ainda absorvendo as palavras do pai.

—Que tal irmos falar um pouco com seus amigos? Estavam falando sobre irem comprar presentes enquanto estava no banheiro. Podemos ir escolher algo para sua mãe juntos, o que me diz? – propusera Diego.

—Na verdade, vim até aqui para comprar um presente para você… Mas não vou mentir que mesmo não tendo comprado a tempo, valeu a pena esse passeio. Podemos comprar algo para você e mamãe agora…

—E pode escolher seu presente de aniversário também.

—Já tenho meu presente de aniversário – argumentara a garota.

—É? Mas sua mãe e eu ainda não lhe demos nada… Vai ganhar mais.

—Vocês são meu maior presente.

—Sempre dizemos isso de você, está roubando nossa fala…

—Vamos chamar o pessoal para um passeio pelas lojas e encontrar algo para mamãe – dissera a nerd, se levantando e estendendo a mão para o pai – E não vamos demorar, hoje ela vai caprichar no jantar…

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