Contos Eróticos: O Ponto I romance Capítulo 133

Isadora saíra caminhando preguiçosamente do quarto vestindo apenas uma camisa branca fechada por um único botão na frente. Era ainda cinco horas da manhã, mas precisava caminhar, colocar os pensamentos em ordem, absorver tudo que estava acontecendo. Era ela ali mesmo?

Definitivamente, era difícil acreditar que aquilo tudo estivesse acontecendo. Há poucos dias, se lhe dissessem que acordaria na cama ao lado do garanhão nerd mais desejado por todas as garotas do colégio Delphine’s, jamais aceitaria tal possibilidade. No entanto, ao se lembrar do vídeo com Phoebe e Trixie no dia da apresentação dos projetos de TCC, a garota admitira para si mesma que o mundo podia surpreender de muitas formas.

Mas algumas vezes, as surpresas eram boas.

A mulata atravessara a ampla sala de estar pisando nas pontas dos pés sem tocar os calcanhares no piso gelado. Na metade do caminho, erguera os braços, espreguiçando. Fora até a cozinha diretamente, apanhara um copo no armário e uma garrafa com suco de laranja na geladeira, o enchendo até a metade.

Voltara para a sala de estar e contornara a mobília, seguindo pela esquerda do ambiente. Todas as luzes estavam apagadas e a escuridão dominava o local, porém, logo depois de uma grande porta dupla de vidro, a garota podia ver o dia nascendo e trazendo sua luz ao longe.

Quando deslizara umas das faces da porta, a abrindo, a brisa da manhã lhe tocara a face e em seguida o corpo todo, fazendo com que se arrepiasse.

Isa fechara os olhos, apenas aproveitando a sensação do momento. Provara o suco que trazia e avançara na direção de uma sacada, logo à frente. O sabor salgado da água do mar estava no orvalho que vinha com a brisa matinal. Ainda era muito cedo e a escuridão predominava, mas no horizonte, além do mar, podia ver os primeiros vislumbres do sol nascendo.

Suspirara e sorvera de outro gole do suco enquanto apreciava as ondas no oceano ao longe. Quem diria que a família de Leonel tinha uma casa maravilhosa como aquela em Malibu? Não pretendia sair de San Dimas, mas era bom estar longe um pouco, refrescar a mente. Agora tudo que precisava era de um banho, vestir alguma coisa leve e caminhar sozinha à beira-mar.

Havia tanta coisa para pensar. Finalmente estava livre do Delphine’s. Após conhecer a política e funcionamento do colégio mais intimamente, não via a hora de se graduar e sair daquele lugar o quanto antes. Agora tinha coisa mais sérias a aguardando em seu futuro.

E em poucos dias estaria se mudando para Cambridge.

Uma nova fase em sua vida. Sua vida adulta, seu próprio apartamento, sem amigos ou os pais por perto. Era hora de cuidar de si mesma.

Voltara o olhar para dentro da casa, ainda imersa nas sombras da noite que partia. Se lembrava de cada segundo ao lado daquele homem nas últimas horas. Fora uma das noites mais maravilhosas em sua vida até aquele momento. Era tudo como um maravilhoso e surreal conto de fadas. Em breve seu sapatinho de cristal se quebraria e ela inevitavelmente voltaria para o mundo real.

Ainda assim fechara os olhos suspirando ao se lembrar dos detalhes…

Era virgem… até a noite anterior.

No dia seguinte à apresentação dos TCC’s e graduação dos formandos no Delphine’s, Leonel havia ligado para a mulata, a convidando para passar o fim de semana com ele em uma casa de praia da família. Sendo assim, na manhã de sexta-feira da mesma semana, lá estava o casal com o pé na estrada, ou melhor, com seus bumbuns nos assentos do belíssimo Audi Q8 que o sujeito se dera de presente pela conclusão do curso.

Leonel explicara para a garota que havia cancelado todos os compromissos naquele fim de semana para que tivessem privacidade, ficando apenas os dois, sem interrupções. Enquanto viajavam, revelara que tinha fechado acordo para novos projetos de jogos em seu estúdio, com planos de iniciar as programações após as festas de Réveillon.

Entretanto, entre os planos almejados para o ano seguinte, estava a ideia de promover uma de suas irmãs mais novas à presidente da empresa, passando a atuar apenas como consultor, obtendo assim mais tempo para aprimorar ainda mais seus próprios conhecimentos na área de tecnologia da informação.

Isadora também já havia traçado planos para longa data. Sylvia, a IA usada na apresentação do Delphine’s não podia ser comercializada devido às normas do colégio, onde projetos de TCC usados no mesmo ficavam arquivados como histórico de desenvolvimento escolar.

Antecipando o sucesso de Sylvia e os diversos representantes de empresas convidados para a apresentação pela diretora, Isa programara paralelamente à Sylvia um segundo projeto, o Gerenciador Inteligente de Segurança, ou GIS, que assim como Sylvia, acabara recebendo o título carinhoso de Gyselle.

Gyselle era uma espécie de Sylvia 2.0, capaz de executar tudo que a anterior fazia, além de executar uma ampla rede de novas tarefas. Como Leonard, Katie e Joshua haviam participado do projeto Sylvia sem intenções de seguir carreira naquela área, Isadora ficara com os créditos totais do projeto principal, Gyselle. E com o sucesso de Sylvia, a nerd havia fechado contratos para aplicar Gyselle em dez empresas e vinte e duas residências nas semanas seguintes.

Como saída para gerenciar tantos negócios, Diego se oferecera para abrir e ajudar a mulata a administrar sua própria empresa de segurança. Os lucros dos acordos ajudariam a bancar as despesas nos anos de faculdade seguintes.

E agora, a garota se sentia saltando definitivamente do mundo adolescente para o mundo adulto, embora não soubesse se estava preparada para tal coisa.

Ao chegar na casa, Leonel apanhara vinho em uma adega e servira a garota. Explicara algo sobre a safra e curiosidades sobre a qualidade que ela jamais iria entender. Mesmo assim, a nerd ouvira cada palavra enquanto degustava. Devia admitir que ao menos o sabor era delicioso. E ela precisava de álcool.

O empresário explicara que a família vinha para ali raramente em ocasiões muito especiais, como as férias de verão. Na maioria das datas comemorativas, quando se reuniam, estavam em viagens internacionais. E para seu pai, Diogo Del’Aventura, férias e feriados eram coisas que quase não existiam.

No entanto, aquela casa nunca ficava tempo demais sozinha. Um casal com uma filha vinham até ali toda semana a serviço. Enquanto mãe e filha cuidavam das coisas que precisavam ser limpas como cortinas, tapetes e banheiros, o homem checava toda a dependência a fim de verificar se tudo estava em ordem para uso a qualquer momento.

Isadora ouvia tudo sem qualquer real interesse. A casa era tão perfeita que poderia morar ali com ele para sempre. Mas não era o que aconteceria e não era o que ela queria. Não naquela noite.

A garota já estava na segunda taça quando o sujeito se aproximara. O calor em seu corpo era uma mistura da bebida com o tesão acumulado por meses em que sonhara estar junto daquele homem. E agora estava acontecendo.

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