Katie saíra da água caminhando como se desfilasse em uma passarela. O sol, como sempre, estava brando e isso era bom, considerando a pele tão clara da garota. Katherine era tão branca quanto uma boneca de porcelana.
A garota subira pela pequena escada de metal e parara à margem, sentindo o vento que a tocava. Os cabelos lisos e dourados lhe caíam pouco abaixo dos ombros, a maquiagem havia sido removida com o mergulho e havia trocado o vestido que usava por um biquini cor de rosa com flores que Ken trouxera da loja do hotel.
A loira era naturalmente bonita e sabia disso. Desde adolescente, sempre tirara proveito dos homens que se aproximavam apenas para a admirar. Por que não aproveitar o dom que tinha para seduzir? Tinha seios fartos, coxas grossas, bumbum grande, o qual vivia se gabando para Isa por ser maior que o da amiga.
Não era alta nem magra o suficiente para ser uma modelo da Vogue, mas era linda o bastante para deixar qualquer homem de queixo caído e isso bastava.
Caminhara até uma esteira próxima e apanhara uma toalha, a colocando nas costas, depois seguira até o extremo da piscina, parando ao alcançar uma base de vidro transparente. Estava ainda a alguns metros da borda daquele terraço, mas naquele ponto já era possível ver tudo em suas formas diminutas setenta andares abaixo.
Ken a seguira, parando bem ao seu lado, trazendo consigo um copo com algum tipo de bebida. Oferecera à moça, que aceitara e provara. De início, Katie fechara os olhos, imaginando se sua mente ia rodar de novo, como quando tinha provado a Luz da Manhã, mas dessa vez não. Era uma bebida gelada, o sabor era doce e agradável e embora sentisse o gosto do álcool, não era forte.
Juntos, avançaram alguns metros de mãos dadas.
—Quando estive aqui uma hora atrás, pensei que fosse morrer – sussurrara a menina – Agora, no entanto, gostaria de ficar aqui para sempre.
—Entendo perfeitamente o que quer dizer – comentara o rapaz olhando para baixo ao lado da moça – Nas primeiras vezes em que estive nessa cobertura eu era apenas uma criança, devia ter três ou quatro anos de idade. O que mais me fascinava era parar na sacada, admirando tudo lá embaixo. Ficava aqui por horas observando e refletindo… O Mestre então me disse a importância em entender o quanto somos pequenos diante de toda a criação, entender nossa parte nesse grande mundo, que peça somos na engrenagem que faz tudo funcionar.
O casal estava exatamente no meio de uma gigantesca curva confeccionada em vidro blindado que ocupava toda a extensão da sacada no terraço. Tinha em média trezentos metros de comprimento de uma ponta à outra e no centro, sete metros da borda à área da piscina. Ken e Katie estavam cinco metros além da área da piscina.
Abaixo de seus pés, a transparência era total. Embora as grades de proteção ao longe indicassem onde estavam, naquele lugar era como se caminhassem no vazio, flutuando acima de um chão invisível.
Daquele ponto era impossível enxergar as ruas com os milhares de carros e pedestres que caminhavam por elas, considerando os mais de duzentos metros de altura em que se encontravam. O que viam eram as centenas de prédios mais baixos que o Venatores et Luna, as avenidas, os parques florestais, as brumas e ao longe, o horizonte trazendo as cores alaranjadas do fim de tarde.
—Isso é bem profundo. Encontrou sua resposta?
—Ainda não sei – respondera Ken – Sempre venho aqui refletir. Batizei esse lugar de Arco da Lua Crescente pelo seu formato. Fico aqui sempre que preciso tomar alguma decisão importante, imaginando que não há nada abaixo dos meus pés, que posso voar e apreciar a vida em todas as coisas.
—Seria maravilhoso, não acha? – disse Katie, encantada.
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