Josh assumira a palavra novamente em uma sincronia perfeita com a garota, os colocando no mesmo nível da apresentação de Trixie e Leonel. Ficava difícil deduzir qual das duplas havia passado mais tempo ensaiando.
—Ele também foi o fundador de uma das mais conceituadas e referenciadas empresas de desenvolvimento de software de todos os tempos. A empresa por trás de um sistema operacional de código aberto que rivaliza de frente com o conhecido Windows desde que foi disponibilizado ao público – adicionara Josh ao que a garota dizia – Estamos falando de você, Mark – concluíra enquanto os dois se voltavam para o telão ao fundo, onde o fundador da Canonical, empresa responsável pelo nascimento do sistema operacional Ubuntu, surgia erguendo a mão direita e dizendo Olá.
Todos riram novamente, afinal, não era o verdadeiro Mark Shuttleworth que aparecia na imagem, mas sim uma versão caricata desenhada em computação gráfica. O modelo de rosto e movimentos faciais haviam sido capturados de uma entrevista do cientista da computação meses antes e adaptados para o vídeo.
Do computador, Katie comandava os vídeos e imagens necessários para a palestra dos amigos. Após poucos minutos, mesmo com a brilhante performance de Leonel e Trixie, Isa e o parceiro já tinham sido aplaudidos de pé mais de uma vez. A pesquisa elaborada pela dupla mostrava elementos de segurança falhos no setor empresarial e público e as diversas aplicações do cientista que haviam resolvido e melhorado inúmeros pontos fracos desse tipo.
A live sendo exibida tanto no Twitch quando no Youtube, antes de acabar já passava das mil visualizações e centenas de comentários em ambos aplicativos. Quando terminaram, todos os professores subiram ao palco para os parabenizar. Os alunos aguardavam que a dupla descesse até a plateia.
Trixie viera ao lado de Leonel elogiar a apresentação da dupla. O que não faltava naquele auditório eram sorrisos de gelo e gentilezas. Diante de diversas câmeras gravando e transmitindo ao vivo pela internet, o que mais importava era como cada um se comportava. A personalidade de uma pessoa é primeiramente notada pela forma como ela se comporta – dizia a diretora na primeira palestra todos os anos – saibam se apresentar e terão uma chance de se destacarem.
Isadora e Josh sabiam que ali estavam observadores de grandes empresas da área de tecnologia. Não alguém conhecido, mas alguém competente enviado por algum figurão no meio político ou CEO a fim de descobrir novos talentos.
Toc. Toc. Toc.
O som do indicador de alguém batendo no microfone reverberara pelo amplo salão com suas portas fechadas e som acústico, atraindo a atenção de todos de volta ao centro do palco. Quando os olhares se encontraram com a pessoa que mexia no aparelho, todos ficaram em profundo silêncio.
—Oh – sussurrara a mulher parecendo surpresa com a recepção. Seus olhos azuis possuíam um brilho único e eram quase cinzentos de tão claros e embora estivesse já na casa dos cinquenta e cinco anos, tinha a pele clara e lisa como se nunca tivesse passado dos trinta. Sua expressão era serena e calma, algo que sempre usara a seu favor em discussões – Não pretendia os assustar.
O microfone, usado por Isadora pouquíssimas vezes, estava ajustado para a garota, no entanto, a mulher agora próxima ao mesmo tinha um metro e setenta e oito centímetros de altura, sendo mais alta que Josh.
Sem perder tempo, enquanto os demais apenas aguardavam esperando que a mulher dissesse algo mais, Trixie subira ao palco mais veloz que um ninja e destravando uma chave no cano de metal cromado, ajustara a altura do fone.
—Miss Wingates – dissera ela com um sorriso cumprimentando a diretora.
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