—Obrigada pela cooperação – dissera. Suas voz era mais harmoniosa que a de qualquer estudante que havia se apresentado naquela semana – Antes de qualquer coisa, me permitam parabenizar a todos pelas brilhantes palestras com que nos honraram nessa semana. Fico orgulhosa em ver o potencial e o talento latente nas veias de cada um de vocês. Foi por vocês que entrei em contato com um grande amigo e pedi que viesse aqui hoje lhes dizer algumas palavras. Eu faria apresentações, mas sei que ele sabe se apresentar muito bem, então com vocês, meu talentoso amigo, Dom Diego Jean Carlo Jimenez.
Quando o sujeito apareceu saindo de trás da cortina onde estava escondido, todos os alunos do curso de TI se levantaram para o aplaudir. Dois dias antes, Leonel e Trixie haviam falado sobre ele em seu projeto e Isadora passara a noite respondendo perguntas sobre o pai em suas redes sociais.
Diego, pai de Isadora, era um homem moreno, de cabelos e olhos castanhos e pele muito clara. O cabelo crespo parecia normalmente desarrumado, mas ele nunca se importava com isso, sendo sempre repreendido quando estava ao lado da filha ou da esposa. Tinha um metro e setenta e cinco e estava perto dos cem quilos.
Isadora herdara a cor da pele e os traços da mãe e a paixão por tecnologia do pai. O sujeito, que muitos esperavam encontrar vestindo puramente roupas sociais, usava um tênis All-Star, calças de moletom azul marinho e camiseta de manga longa negra com estampa de um dos Animes da franquia Digimon.
Ao aparecer no palco, se dirigira até Miss Wingates, a cumprimentando com beijos na face e aperto de mão, revelando ali uma amizade bastante íntima com a mulher, algo que a própria Isadora desconhecia e que a deixara enciumada.
Em seguida apanhara o microfone e se voltara para a plateia, acenando para a filha entre os estudantes. A mulata havia sido empurrada pelos amigos para a fileira da frente e estava entre os professores, mas não subira ao palco. Aquele show não pertencia a ela e não havia ninguém que a nerd respeitasse mais que o homem diante de si naquele momento.
Isadora já havia sido diagnosticada por um psicólogo na infância e também por outros nos colégios onde estudara, incluindo a psicóloga do Delphine’s, como apresentando sintomas clássicos do chamado Complexo de Electra. Se tratava de uma fase no desenvolvimento psicossexual da criança do sexo feminino de acordo com a psicanálise, onde a menina passava a se sentir atraída pelo pai, disputando a atenção do mesmo com a mãe.
Era considerada por muitos psicólogos como a versão feminina do Complexo de Édipo, desenvolvido por Freud. No Complexo de Electra, após se desprender da dependência do leite materno, a menina passava a se atrair pelo pai, tentando de todas as formas chamar sua atenção. Um dos sintomas mais claros e comuns do Complexo de Electra era quando a criança passava a procurar pelas roupas, sapatos e objetos de beleza na mãe, na intenção de imitá-la para conquistar a atenção do pai em seu lugar.
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