“Abigail Zapata Monterrey”
Depois daquele almoço na casa do Antônio e da Celina, ninguém mais tocou nos assuntos referentes ao Ulisses e ao Maurice, foi como se eles não existissem mais e eu estava aliviada por isso. Eu só queria viver tranquila com a minha família. Claro que o Antônio estava acompanhando tudo para garantir que eles nunca mais saíssem da cadeia, mas ele só comentaria se perguntássemos ou se algo que devêssemos saber acontecesse.
As semanas foram passando e se transformando em um mês após o outro e eu estava cada vez maior. Enquanto o meu bebê não chegava, o Martim e eu fomos decorando o quartinho dele como o tema de ursinhos, porque eu ganhei no par ou ímpar, porque o Martim queria o tema coelhinhos.
Quando eu cheguei aos nove meses de gestação eu já estava me cansando muito fácil e carregar aquela barriga estava sendo um trabalho muito grande, então eu quase não saía mais de casa e já tinha me afastado do trabalho. Mas era domingo, meu dia preferido, e o almoço seria na casa da D. Yolanda.
- Ai, Abi, eu não me conformo que você não quis saber o sexo do bebê! – A Pilar reclamou e passou a mão em minha barriga.
- Ah, Pipa, a surpresa é sempre mais gostosa. – Eu sorri pra ela e dei uma olhada em volta na sala, mas não vi o Martim. – Você viu o meu ursinho?
- Adivinha? – Ela me olhou com um sorrisinho.
- Já sei! – Eu fui em direção ao jardim, sabia que meu marido estava sentado debaixo do pergolado. Quando eu me aproximei ele estava de olhos fechados.
- Esperando por mim, ursinho? – Eu toquei o rosto dele.
- Minha coelhinha, eu sempre espero por você! – Ele respondeu com um sorriso e abriu aqueles olhos verdes lindos que pareciam ter o sol no meio. – Senta aqui.
Eu me sentei ao lado dele no banco de madeira, ele passou o braço em meus ombros e eu apoiei minha cabeça no ombro dele.
- Eu adoro esse lugar! – Ele falou e eu sorri.
- Eu também! – Eu sorri, eu sempre me lembrava da primeira vez que eu me sentei ali com ele.
Nós ficamos por um tempo contemplando o dia ali naquele banco. Ele passava a mão pelo meu braço e vez ou outra me dava um beijo na cabeça.
- Eu te amo tanto, Abi! Eu sou o homem mais feliz do mundo ao seu lado. – Ele falou de repente e eu senti tudo em mim se aquecer. Eu sempre me sentia feliz quando ele dizia que me amava.
- Eu também te amo, Martim, amo muito! Minha vida ficou muito melhor, muito mais colorida com você nela. – Eu falei e me virei para beijá-lo e no momento em que ele me beijou eu senti uma coisa estranha e me afastei.
- O que foi coelhinha? – Ele me olhou preocupado e foi aí que eu senti a primeira contração.
Mas é claro que o meu filho não ia nascer em qualquer dia, o danadinho esperou o dia mais especial da semana, ele esperou o domingo e logo o domingo em que almoçaríamos na casa dos avós.
- Martim, a minha bolsa rompeu e eu senti uma contração. Está na hora. – Eu tentei manter a calma, mas o Martim se agitou logo.
- Vai nascer? Nosso bebê vai nascer? – Ele perguntou sorridente e eu fiz que sim. – Nosso bebê vai nascer! – Ele repetiu empolgado. – Hospital! Vamos para o hospital!
O Martim me ajudou a voltar para dentro da casa, mas estava tão concentrado em mim e no nosso bebê que foi me levando em direção a porta sem dizer nada a ninguém.
- Onde o casalzinho está indo? – A Natália se aproximou, vindo da cozinha.
- Para o hospital. – O Martim respondeu simplesmente, mas não parou continuou firme em direção a porta, deixando uma Natália perplexa para trás e antes de sairmos eu escutei o grito da Natália.
- VAI NASCER! VAI NASCER! CORRE GENTE, O MARTIM ESTÁ LEVANDO A ABAIGAIL PARA O HOSPITAL, MEU SOBRINHO VAI NASCER! – A Natália saiu gritando pela casa, mas quando eles começaram a sair eu já estava dentro do carro e o Martim já estava ligando o carro.
- Ursinho, você não avisou para eles. – E nesse momento eu senti outra contração.
- Avisei para a Nat, ela avisa o resto. O importante agora são você e o meu filho! – Ele estava todo calmo e concentrado no que tinha que fazer e eu sabia que nada tiraria o foco dele, então eu segurei a sua mão e ele me olhou.
- Obrigada, por ser quem você é, por me amar assim e por ser meu parceiro nessa jornada incrível que tem sido essa gestação. Você tem sido muito mais do que eu poderia sonhar. – Eu falei aquilo para ele antes que as contrações ficassem intensas demais e me fizessem esquecer.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Contrato para o caos: amor à primeira briga
Quero ler capítulos 320...