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Crise no Casamento! Primeiro amor, Fique Longe romance Capítulo 102

Não havia ninguém em casa, e voltei para o quarto para trocar de roupa antes de ir encontrar o Bruno.

Ao abrir a porta do guarda-roupa, vi minhas roupas amontoadas e amassadas no canto inferior, enquanto no varão, todas haviam sido substituídas pelas roupas da Gisele.

O pijama do Bruno estava pendurado ali, bem ao lado das roupas dela.

Foi só então que percebi que, às vezes, a dor podia surgir sem que alguém precisasse te bater ou te insultar. Bastavam algumas roupas bonitas penduradas no lugar das suas... Tão simples assim!

Juntei o meu sentimento de perda com as roupas amarrotadas e joguei tudo no cesto de roupa suja.

Depois que minha mãe faleceu, proibi a mim mesma de pensar demais.

Tudo o que eu precisava era lembrar do meu objetivo, e o resto poderia ser descartado.

Sem outra escolha, desci até o closet no andar de baixo. Escolhi usar um vestido, mas era um modelo mais conservador.

Fiquei me olhando no espelho. Aquilo seria o suficiente para o Bruno; se eu fosse mais ousada, talvez acabasse assustando ele.

Quando estava prestes a sair, dona Rose apareceu como se tivesse um rastreador em mim, e o cheiro do remédio me atingiu à distância.

Franzi a testa, sem entender como consegui tomar aquele troço que parecia fezes por tanto tempo. Depois de todos esses anos bebendo aquilo, nem consegui dar um filho ao Bruno, e agora isso era ainda mais impossível.

Tapei o nariz com uma mão e com a outra me abanava.

— Dona Rose, não precisa mais preparar isso. Se o Sr. Bruno insistir, pode jogar fora escondido para mim, não consigo mais tomar.

Dona Rose balançou a cabeça em reprovação.

— Isso não pode! Esse é o doce gesto de amor do Sr. Bruno por você.

Ela sorria contente, mas eu não conseguia sentir o mesmo.

— Mesmo que seja doce, é como um chocolate com gosto de fezes ou fezes com gosto de chocolate!

Depois de dizer isso, corri para escapar dela. Dona Rose batia na perna enquanto eu fugia.

— Você...

No fundo, eu me sentia um pouco pesada. Apenas dona Rose ainda me via como uma criança.

Calculei o tempo, já estava uma hora atrasada para o encontro com Bruno, porque eu não queria que ele pensasse que eu estava desesperada.

Quando a Assistente Isabela me viu, seu rosto estava cheio de surpresa.

— Sra. Henriques, como a senhora veio parar aqui? O presidente não veio para a empresa hoje.

Eu sabia que ele certamente havia sido detido pela Gisele. Respirei fundo, apertei silenciosamente minha bolsa e sorri com compostura.

— Não tem problema, marquei com o Presidente Bruno, vou esperar por ele.

O que eu não esperava era que essa espera se estenderia até o anoitecer.

Quando Bruno entrou com o cair da noite, eu já havia adormecido no sofá. Uma jaqueta, com o cheiro adocicado de perfume frutado, estava sobre mim. O aroma me fez espirrar e, ao abrir os olhos, vi que ele me observava com seriedade.

Durante as pausas entre os beijos intensos, eu também mal conseguia respirar, ofegante e com a voz entrecortada:

— Não... Eu sempre fui assim.

Bruno soltou uma risada baixa.

— Nos últimos meses, será que sonhei com tudo isso?

Mordi seu lábio, provocando.

— Sim, agora que o sonho acabou... Não sou boa o suficiente? Não brigo com você, não discuto, só quero você. Sempre quis você. — Por dentro, me sentia tranquila, e minhas palavras saíram com a mesma serenidade.

Ele não conseguiu resistir à minha provocação. Beijou-me de volta com intensidade, enquanto, entre beijos e mordidas, ainda tentava falar:

— Você é perfeita em tudo, mas por que sinto que falta alguma coisa?

Logo, a grande mesa de seu escritório começou a balançar, e qualquer pensamento sobre o que poderia estar faltando foi abandonado.

No ápice, Bruno inclinou o pescoço para trás, soltando um gemido rouco e abafado:

— Incrível... Você é perfeita, como um robô.

Robô. Corpo perfeito, obediente, feito sob medida para seu dono.

Mas sem coração.

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