Olívia Bianchi –
Eu sabia que Archie não estava para brincadeira e então, decidi o seguir.
Entramos no hotel e fomos discretamente para o andar de cima. O vi passar pelo arco da porta do primeiro quarto e fui atrás.
Ao entrar no cômodo, Archie estava parado de frente a janela, de costas para mim. Confesso que a visão era atraente; vê-lo com as mãos no bolso exibindo uma áurea poderosa.
—O que tanto tem para me falar? – Perguntei me aproximando o vendo se virar lentamente para me olhar.
Em sua expressão exibia uma carranca e os olhos dele me encaravam de forma escurecida.
—Quatro anos escondida? Qual o intuito disso? – Perguntou ele com um timbre frio.
—Archie esse não é o momento para falarmos disso. – Respondi o vendo soltar um riso nasalado e se aproximar.
—Você leva meu nome, pago todas as suas dívidas, salvo a vida da sua avó e você simplesmente a tira do hospital e some? O que eu fui para você, uma agência bancária? – Perguntou ele fazendo com que meu coração apertasse.
Respirei fundo e o encarei fixamente.
—Archie não é isso que está pensando. Eu jamais usaria você e não se preocupe, cada centavo que gastei seu o pagarei de volta.
—Eu espero! – Disse ele me deixando surpresa. —Eu farei você trabalhar nesse lugar com a sua vida. Não te darei descanso até pagar pelo que fez.
Quando ele disse aquilo, senti o gelo que estava não só transparecendo pelas suas palavras, mas também pelo seu coração.
E ao vê-lo me dar as costas o chamei.
—Archie! – Gritei o vendo parar perto da porta e me olhar sobre o ombro esquerdo.
—Não me chame assim, senhorita Bianchi, eu nem ao menos a conheço. – Disse ele se virando finalmente para me olhar. —E essa criança? Se livrou de mim para dar o golpe em outro?
—Eu não fiz isso com você e nunca fiz com ninguém, senhor Simons. Por favor, não pense tal absurdo de mim. – Falei o vendo me olhar nos olhos e se aproximar.
—Então, como justifica o que fez? – Perguntou ele se colocando bem na minha frente.
—Eu não posso e não consigo agora. – Falei o vendo soltar um riso e então, continuei. —Acredite em mim, foi para o nosso bem.
—Para o nosso bem? Para o nosso bem seria você ter sido honesta comigo e ficado onde estava. Não faz sentido aparecer com uma criança quatro anos depois e em uma vida como se nada tivesse acontecido antes. De quem é o filho, de Heitor?
—Não! – Respondi apressada tentando o acalmar. —Heitor foi uma pessoa que me ajudou assim que cheguei a cidade. Ele é como...
—Eu não quero saber! – Disse ele me interrompendo. —A partir do momento que você saiu da minha casa, sua vida não diz respeito mais a mim e não sou eu quem tenho que cuidar de você.
—Então por que está aqui? – Perguntei me aproximando dele, mantendo mínima a nossa distância.



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Os comentários dos leitores sobre o romance: DE REPENTE 30 e o presente foi um filho para o meu chefe.