DE REPENTE 30 e o presente foi um filho para o meu chefe. romance Capítulo 48

48 /101

Olívia Bianchi –

Foi tudo tão repentino que eu nem tive tempo de reagir.

Naquele momento, tudo parecia se mover em câmera lenta.

Eu senti o desespero tomar conta de mim, mas não conseguia mais reagir. Meu corpo estava no chão e confesso que, nada mais doía.

E nesse momento, as cenas vieram em câmera lenta; uma dança sobre a cama, um sorriso, um beijo. Confesso que, era tudo cenas do que eu não sabia que existiam.

Eu em cima de uma cama, embriagada e tirando minha roupa lentamente enquanto via os olhos curiosos de Archie sobre mim.

Ele estendeu a mão para que eu não caísse e me joguei ajoelhada em cima dele, rindo como se fosse tudo tão natural.

A bebida, a felicidade e um homem bonito, que naquele instante não parecia ser desconhecido.

Eu estava sendo eu mesma! E ele também.

—Você está bêbada, chega, vamos parar por aqui! – Disse ele com humor e delicadeza.

Sorri e ameacei o beijar.

—Você não está? Você não me quer agora? – Perguntei sendo abraçada por ele.

—Já faz um tempo que te quero, não sabe disso? – Perguntou ele me fazendo sorrir.

—Não comece. Essas são cantadas baratas que os homens fazem para conseguir o que querem. – Falei em risos, sendo deitada sobre a cama.

—Eu não sou como todos, mas posso ser o homem que você precisa! – Disse ele tomando meus lábios com vontade.

Por mais que fossem cantadas baratas e já usadas, ele parecia de verdade. E naquele momento, foi a primeira vez que senti meu peito bater de forma descompensada.

Por que eu só estava me recordando disso agora?

Será que existe esse tipo de filme nos momentos finais da vida da gente? Se for mesmo verdade, esse é o momento do arrependimento.

E depois, as cenas eram diferentes.

A noite do meu aniversário; eu chorando no corredor do hospital prestes a me humilhar para o meu ex por ajuda.

De repente, aquele homem lindo e emanando poder, apareceu e com autoridade, tomou o celular da minha mão o jogando no chão.

Suas palavras eram autoritárias e ao mesmo tempo me fez perceber que eu realmente parecia existir para alguém.

A partir daquele momento, me senti protegida.

Fui amada, fui desejada e tive tudo o que precisava, mas toda a luz que havia naquelas cenas desapareceram.

Tudo estava preto e branco.

Choros tristes e abafados enquanto eu sentia o peso da responsabilidade da gravidez.

Chorei por noites me sentindo arrependida por ter estragado tudo. E sempre depois de ter uma noite de sonho perfeita, onde eu estava de volta para os braços dele.

—Archie! – Chamei sem conseguir ao menos ouvir o timbre da minha voz soar pelos meus lábios. Eles não se moviam.

Eu deveria ter dito a ele; muitas vezes fui até a rodoviária comprar a passagem de volta, mas eu olhava para a minha barriga e me envergonhava. Não por estar grávida, mas por parecer estar fugindo de alguém.

E eu realmente estava!