Desejo Pecaminoso romance Capítulo 8

Cap. 08

Adele Miller?

1 mês depois...

Já se passou um mês que estou morando com o meu pai. Naquela manhã, quando cheguei da casa do tio Théo, Maria me disse que Jones havia viajado. Claro que ele não se preocupou em me dizer nada, como se eu não fosse ninguém. Talvez para ele, eu seja isso... Um nada!

Com a sua viagem repentina, tio Théo se prontificou em me ajudar nas matrículas. Amanhã começará as minhas aulas aqui em Boston, estou muito nervosa, pois sempre fico aflita nas primeiras semanas de aula. Perguntei ao tio Théo, quando Jones voltaria de viagem. Ele disse que não tinha previsão, pois era a trabalho.

Aproveitei para perguntar sobre Louise, ele me garantiu que ela não foi com ele, que a madame não é importante o suficiente a ponto de Jones levá-la em uma viagem. Não sei definir como me senti, entretanto, uma parte de mim, ficou aliviada.

Agora estou olhando o pôr do sol, sentada em um banco no jardim. Depois de me deliciar com a vista, volto para dentro de casa. Maria está de folga hoje, então eu mesma vou preparar o jantar. Entro na cozinha, pego todos os ingredientes necessários para fazer um strogonoff e macarrão com queijo ralado.

Corto as verduras, tempero a carne, depois a deixo descansar enquanto vou colocar o macarrão no fogo. Depois de tudo pronto, volto a preparar a carne, faço todo o processo e a levo para o fogão. Quando termino, vejo que já é noite, subo para o quarto e entro no banheiro. Tomo um banho em seguida visto uma camisola de renda, como estou sozinha e tio Théo não vem, pois tinha um jantar marcado com uma amiga, fico à vontade em casa.

Quando estou descendo as escadas, quase caio para trás tamanho o susto que levo. Jones está sentado de costas no bar da sala, provavelmente bebendo seu whisky. Fico em dúvida se passo direto para a cozinha ou se o convido para se juntar comigo à mesa. De qualquer modo para não ser mal-educada, resolvo perguntar:

— Fiz o jantar... Não sabia que o senhor voltaria hoje, então fiz pouca comida. Mas dá para dois. — Ele se vira caminhando em minha direção, mas para a alguns metros de distância.

Sinto o seu olhar perfurar o meu corpo, pois ele me olha dos pés à cabeça lentamente. Sinto-me envergonhada, por estar vestindo uma simples camisola um pouco transparente. Como se ele estivesse em uma briga interna, sinto o seu perfume quando passa por mim, subindo as escadas. Porém, no meio dos degraus, ele se vira para dizer:

— Vou só tomar um banho, me espere.

Em seguida volta a subir. Caminho para a cozinha pegando os pratos e talheres, arrumando em cima da mesa. Depois sigo até à geladeira para pegar uma garrafa de vinho, passo pelo armário e pego duas taças. Sento-me na mesa esperando que ele desça. Minutos depois, ele chega impregnando a cozinha com o seu perfume, que por sinal é maravilhoso, me fazendo imaginar coisas insanas, que para mim, é proibido.

Fico paralisada quando o vejo passar por mim para se sentar à minha frente. Ele usa apenas uma calça moletom, seus cabelos estão bagunçados deixando-o ainda mais sexy. Seus olhos fazem uma varredura focando no vinho, sobre a mesa. 

— Posso saber qual o motivo do vinho?

— Vamos jantar strogonoff. Achei que o vinho fizesse uma ótima combinação. — Dou

— Não sabia que você cozinhava.

— Minha avó me ensinou tudo que sei. Ela é maravilhosa na cozinha.

— Depois do jantar você quer assistir um filme? — ele pergunta dando um gole no seu vinho.

— Por mim, tudo bem — acrescento.

Depois de me ajudar a limpar a cozinha, ele pega o vinho e segue para a sala. Vejo ele se afastando para pegar a sua garrafa de whisky, me sento no sofá esperando-o fazer o mesmo. Jones escolhe um filme de ação, ambos não falamos nada apenas apreciamos a bebida em nossos copos.

— Amanhã começam as suas aulas? — ele questiona sem desviar o seu olhar da televisão.

— Sim. Estou um pouco nervosa, nunca gostei do primeiro dia de aula. — Helena irá fazer falta.

— Tente não se importar com isso. Já estudei nessa escola e gostava muito de lá.

Fico olhando para os seus lábios tão chamativos e apetitosos. Tenho conhecimento de que ele é meu pai, mas estou cansada de mentir para mim mesma em relação ao que sinto quando estou perto dele. Ele olha para mim, percebendo que eu estava lhe encarando, então abaixo minha cabeça para disfarçar. Meu celular vibra em cima da mesa de centro, quando estico a mão para pegar ele toca. É o Jacob, então atendo de uma vez.

— Você gosta dele, Adele? — A sua pergunta me pega desprevenida. Levanto-me ficando em pé de costas para ele. Essa é uma pergunta que já não sei como responder.

— Por que você quer saber? — questiono.

— Porque sou seu pai. — Como queria que fosse diferente e que ele não fosse nada meu.

— Posso ser sua filha, mas não tenho que lhe dar satisfação da minha vida amorosa — digo me afastando. Quando vou subir o primeiro degrau, sinto um aperto em meu.

— Por que você não gosta de Louise? — Ele arqueia uma de suas sobrancelhas.

— Pelo mesmo motivo que você não gosta de Jacob — retruco com desdém.

— Você não respondeu à minha pergunta, Adele. — Seu aperto em meu braço se intensifica, mas não sinto dor. Apenas aprecio o seu toque no meu corpo.

— Sim, gostei dele por muito tempo. Mas agora não sei responder. Por que faz tanta questão de saber?

— Para fazer isso....

Antes que ela possa fazer algo, somos interrompidos quando a magricela passa pela porta, rebolando em nossa direção. Jones me solta rapidamente, indo ao seu encontro.

— Amor, queria fazer uma surpresa, já que sabia que você viria hoje. Então vou dormir aqui com você, para matamos a saudade.

Louise se joga nos seus braços. Ela segura no seu rosto beijando-o. Nesse momento subo para o meu quarto, enojada com isso tudo.