— Sim, eu sou o marido dela. — Damian respondeu, com a voz firme e um sorriso contido, mas sincero, enquanto mantinha os dedos entrelaçados aos de Lauren.
A senhora Miller, a recepcionista de plantão, ajeitou os óculos na ponta do nariz e arregalou um pouco os olhos com a confirmação. Ela parecia não apenas surpresa, mas genuinamente satisfeita em ouvir aquilo.
— Que bom! — disse, abrindo um sorriso. — Senhorita Lauren, pode seguir pelo corredor da direita. A senhora Clara vai acompanhá-los.
Logo em seguida, uma mulher mais jovem, de jaleco azul, surgiu para acompanhá-los. Ela fez um leve aceno de cabeça para os dois e os convidou com um gesto gentil.
Damian apertou um pouco a mão de Lauren enquanto caminhavam. O corredor tinha paredes verde-água, suaves, agradáveis aos olhos, e o piso de porcelanato branco levemente brilhante refletia a luz dos painéis embutidos no teto. O cheiro de lavanda misturado ao leve aroma de desinfetante criava uma atmosfera de limpeza e cuidado. Pelas paredes, quadros com pinturas feitas por residentes e voluntários davam toques de cor ao ambiente. Havia também pequenos vasos com flores artificiais bem cuidadas em nichos de madeira clara.
A cuidadora os levou até a sala de pintura, onde alguns idosos estavam entretidos em suas telas.
Damian ficou em silêncio por alguns segundos, observando. Depois, como se algo o puxasse, se abaixou ao lado de uma senhora de cabelos brancos que pintava um jardim em tons de roxo e amarelo.
— Que cores bonitas. — Ele comentou. — A senhora tem um bom olhar.
A mulher levantou os olhos lentamente, e ao notar quem falava com ela, sorriu com um brilho travesso.
— Ora… você é bonito demais pra ser enfermeiro. — Ela riu. — Vai fazer a concorrência passar mal do coração.
Ela falou olhando para Lauren segurou o riso, caminhando mais para perto. Ela segurou o braço de Damian.
— Ele é só o meu marido mesmo. — Ela respondeu, se aproximando, e a senhora fez uma careta divertida.
— Ainda bem que você é rápida. Se demorasse, eu roubava.
Clara ajeitou os óculos no rosto. Damian observava.
— Nos últimos dias, realmente, ela vinha apresentando um estado de confusão agudo, com crises de pânico. Hoje, incrivelmente, ela acordou melhor. Eu já imaginei que iria querer visitá-la, mas eu vou só confirmar com o responsável por aquela ala se ela continua calminha. Com licença, só um minuto.
Clara se afastou e Lauren juntou as duas mãos em frente ao corpo.
— Quem é essa Jane? — Damian perguntou, interessado. Lauren não virou o rosto para olhar para ele enquanto falava.
— Uma senhora que apareceu aqui, há muitos anos. Sem família, sem memória… ninguém nunca a reclamou.
O aperto no peito de Damian só aumentou. Eles ouviram o som dos sapatos de Clara batendo contra o chão enquanto ela se aproximava deles.

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