Damian respirou fundo e forçou um sorriso para Oliver, tentando afastar o turbilhão de pensamentos que ameaçava dominá-lo.
— Vamos levar a pizza pra mamãe? — perguntou, com a voz gentil, mesmo que o peito ardesse.
— Vamos! Ela vai adorar! — respondeu Oliver, empolgado. Ele queria descer do colo de Damian e correr escada acima, mas não foi possível. Damian não arriscaria um acidente.
Subindo os degraus, Damian lutava contra a raiva que queria se formar. Aquilo não fazia sentido. Lauren não era do tipo que jogaria com ele. Ela não era como Marissa. Nem como Georgia. Ela era... diferente. Sempre foi. Ele pensou mal dela por muito tempo, mas tudo tinha sido esclarecido, certo?
Mas aquela conversa. Aquelas vozes. O riso. As palavras maldosas.
“Merda! Quem era esse puto?”
Damian sabia que fofocas eram parte do cotidiano. Sabia que mulheres em recepção adoravam imaginar romances, paixões, escândalos. Mas o tom... o tom de certeza delas o incomodava. Como se soubessem de algo que ele não sabia. Como se tivessem visto algo que ele não vira. A palavra “íntimos” o estava atormentando, o corroendo por dentro!
Quando chegaram perto da porta do escritório, Damian colocou Oliver no chão, que saiu correndo na frente.
— Mamãe! — ele gritou antes mesmo de entrar no escritório.
Lauren estava de costas, ajustando um vestido no manequim. Virou-se sorridente ao ouvir a voz do filho.
— Oliver! — disse, abrindo os braços.
Ele correu até ela e se jogou em seu abraço. Damian entrou logo em seguida, parando por alguns segundos para observar a cena. Aquilo era sua vida. Sua família. Seu porto seguro. Não podia deixar que dúvidas infundadas minassem aquilo.
“Lauren acabou de voltar pra mim, e com o nosso filho. Eu não vou meter os pés pelas mãos!”
Lauren ergueu os olhos para ele e sorriu. Ele se aproximou e beijou sua testa, mas ela notou que ele não estava normal. Ela franziu o cenho por um breve instante.
— Está tudo bem?
Damian hesitou.
— Está... só… estou cansado.
Lauren olhou fundo em seus olhos por alguns segundos, como se pudesse ver além do que ele dizia. Mas não insistiu.
— Então vocês trouxeram pizza? — ela perguntou, mudando o assunto e pegando a sacola da mão de Oliver.
— A sua preferida. — disse Damian.
— Com borda bem crocante e fininha? — ela estreiou os olhos.
— É claro. — Ele tentou sorrir.
— Você me conhece mesmo, Senhor Lancaster.
Damian sorriu de verdade dessa vez, ainda que algo o corroesse por dentro.
Sentaram-se em uma pequena mesa no canto do escritório e comeram juntos. Oliver falava animado sobre a escola, os desenhos que fizera, o novo amigo que conhecera. Lauren ouvia atenta, rindo das histórias do filho.
Damian observava os dois, tentando silenciar a inquietação dentro dele. A cada sorriso de Lauren, uma parte dele se acalmava. Mas a sombra da dúvida ainda pairava ali, como uma nuvem teimosa em um céu azul.
Depois do jantar improvisado, Lauren levou Oliver até um canto do escritório, onde ele podia desenhar enquanto ela terminava alguns ajustes.
Damian a chamou com um gesto discreto. Ela se aproximou.
— Aquele amigo que te ajudou... — começou ele, com a voz baixa.
— Qual deles? — Lauren não estava prestando tanta atenção.
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