Damian não se surpreendeu nem um pouco ao ver Marissa. Ele, como meio-irmão de Julian e única pessoa capaz de ir até a delegacia — Georgia estava presa, não podia ter contato, e Rodney no hospital —, ele teve que ir até lá.
Marissa não se parecia em nada com a figura de antes. Agora, em vez dos cabelos bem penteados e roupas de grife, ela estava com os fios desalinhados, sujos, além de usar uma roupa que talvez nem fosse dela. Larga demais.
Ao olhar melhor, Damian viu que era uma blusa de marca boa, cara.
“Provavelmente blusa de Julian.”
Damian não gostava do irmão, mas o homem ainda era irmão dele, ainda compartilhavam o mesmo sangue e, ao saber como ele morreu, Damian ficou mal. Era um tipo diferente de luto, mas estava ali.
A figura de Marissa, com a cabeça cabisbaixa, mas no pouco que ele podia ver, não tinha nem tipo de arrependimento, fez com que Damian apertasse os dentes. Aquela mulher maldita vinha causando problemas há anos!
Rodney não quis ajudá-la. Elliot deu uma compensação, mas não quis envolvimento. Quando soube que Damian a estava ajudando, ele chegou a falar para que o neto parasse, pois Marissa era gananciosa e acabaria se aproveitando dele.
Damian, no entanto, movido pela pena e por ver em Marissa um pouco dele — ela tinha perdido ambos o pais, assim como Damian. Enquanto os dela morreram, Damian tinha sido deixado para trás.
Essa mesma pena, combinada com o ressentimento por Lauren, o fez agir errado. Ele não a culparia completamente, porque ele tomou as próprias atitudes. Não foi enganado por Marissa o tempo todo — ele sabia que ela estava fazendo coisas erradas, estava acusando Lauren injustamente de certos pequenos eventos ruins, mas não fazia nada. Ele deixou a esposa sofrer por mesquinharia.
Agora, ele se arrependia amargamente. De tudo. E principalmente, por ter ignorado as palavras do avô. Todas as vezes em que ele tinha feito aquilo, tinha sofrido graves consequências. Elliot queria o bem dele e, mesmo sendo um homem duro, acostumado a ter as coisas do jeito dele, não era um tirano que exercia seu poder para o próprio deleite, sem se importar com o próximo.
— Senhor Lancaster, soubemos que o senhor teve um envolvimento com a senhorita Langston. — O delegado começou a falar.
— Não foi exatamente isso.
— Eram amigos, amantes. Por anos.
— Claro que não! — Damian se levantou da cadeira, mas um olhar do delegado e ele voltou a se sentar. — Eu, prestes a me casar, perderia meu tempo com isso? Arriscaria um crime horrível desses para não me casar com a mulher da minha vida? Não sou tão cruel e nem tão burro!
Enquanto eles falavam, Marissa relembrava.
*FLASHBACK*
Julian saiu do ateliê e não notou que estava sendo observado. Mas antes que pudesse entrar no carro, alguém segurou o braço dele, assustando-o.
— Shh! — Marissa fez e olhou em volta. Ela usava um casaco com capuz cobrindo o rosto. — Precisamos conversar!
Julian olhou em volta e suspirou, abrindo a porta do veículo e sinalizando para que Marissa entrasse. Um erro.

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