Já tomada banho e vestida, Lauren saiu do quarto e se deparou com uma mesa repleta de comida.
— Uau! Vamos ter uma festa aqui e eu não fui avisada? — ela perguntou, olhando cada um dos pratos e congelando.
Damian estava sentado à mesa e sorriu ao ver a expressão de surpresa feliz mudar para uma de incredulidade e, então, pavor.
Lauren detestava carne de porco, bem como ovas de peixes. A primeira, ela ainda conseguia engolir, mas a segunda… Ela empalideceu ao ver aqueles itens ali, de formas diferentes, mas tudo do mesmo. Repolho, acelga… saladas com MUITA cebola crua! Laure queria chorar.
— Tudo bem, senhorita Laurent? — Damian perguntou e ela o olhou, sentindo medo. Ele sabia? Damian sabia, não é mesmo? Ele sabia que ela era Lauren e não René! Ele estava devolvendo a gentileza dela!
“Desgraçado! E eu pensando que ainda o amava! Retiro, retiro isso! Eu o odeio, Damian Lancaster! Como se atreve!”
Damian percebeu as raízes dos cabelos de Lauren ficando vermelhas e ele sorriu ainda mais, internamente, enquanto exibia uma expressão que Lauren chamaria de “pura sonsice”
— E-eu… perdão, senhor Lancaster, mas é que eu não posso comer porco. A minha religião não permite — ela mentiu e Damian estava achando engraçado.
— Poxa, me desculpe. Foi muita falta de consideração minha escolher um cardápio sem lhe consultar, antes — os dois se olharam e Lauren podia ver que ele estava devolvendo aquilo para ela, por conta dos frutos do mar. — E as ovas? Pedi que preparassem umas especiais. São iguarias.
Lauren sorriu sem graça, juntou as duas mãos em frente às pernas, juntas, e fez uma reverência.
— Eu peço desculpas, novamente. Não como ovas. Entendo que o senhor teve boa vontade, mas realmente, não consigo.
Damian aproximou-se dela, que sentiu a sombra do homem por cima dela e as pontas dos sapatos podiam ser vistas. Ele estava quase encostando em Lauren.
“Ai, meu Deus!”
— Lauren — ele a chamou e o corpo da ruiva tremeu.
— O senhor… o senhor está se confundindo de novo. — Ela falou e Damian colocou o indicador debaixo do queixo dela, levantando-lhe a cabeça para que seus olhares se encontrassem. — Senhor Lancaster?
Ele estreitou ainda mais os olhos escuros e inclinou-se na direção dela. Lauren prendeu a respiração, apertando uma perna contra a outra. Aquele homem a fazia sentir um calor! Mesmo com medo, ela ainda o queria.
De repente, ele parou de tocá-la e se endireitou, enfiando a mão no bolso da calça.
— Desculpe, é difícil não pensar na minha ex-mulher quando a vejo — ele admitiu e Lauren precisou se controlar para não levar a mão ao peito, soltar um suspiro de alívio e rir de nervoso. — Se não fosse a cor do cabelo…
Lauren deu um passo para trás e limpou a garganta.
— Uma super coincidência, sem dúvidas — ela falou e sorriu sem jeito. — Bom, eu vou descer e comer alguma coisa. Agradeço por ter preparado esse jantar, porém, eu realmente…
— Não se preocupe — Damian disse e sacudiu a mão, como se afastasse algo. Então, ofereceu o braço a Lauren. — Podemos ir juntos? Prefiro jantar com a senhorita.
“Esse infeliz nunca foi galante comigo, desse jeito!”
— Tudo bem. Vou pegar a minha bolsa.
— Eu vou pagar. Por favor — ele pegou a mão de Lauren. — Vamos.
— Com quem o seu menino ficou, senhorita Laurent? A senhorita já tem uma babá de confiança?
Lauren olhou para Damian, por cima do menu, e abaixou este.
— Ah, a senhorita Reilly cuidará dele. E bom, tem uma moça. Ainda não sei se a manterei. Por que a pergunta?
Ela ficava incomodada com o interesse de Damian na criança.
— Porque eu, mesmo não sendo pai, ainda, — ele sorriu para Lauren, que engoliu em seco — sei que uma criança é uma preocupação constante. Na questão de cuidar e garantir que esteja segura. Tenho uma pessoa para indicar, se precisar.
— O-obrigada — ela se odiou por gaguejar e limpou a garganta. — Obrigada. Eu vou pensar sobre isso. É muito gentil da parte do senhor.
— Vi seu filho no aeroporto, outro dia. Creio que quando chegaram aqui — Damian continuou e o coração de Lauren estava cada vez mais acelerado. — Ele falou comigo. Um menino adorável e esperto. Acho que ele gostou de mim, não?
O sorriso amarelo de René fez Damian sorrir por dentro. Ele sentia que estava chegando a algum lugar!
— Ele é bem grande para a idade dele… três anos e meio. Certo?
— Sim.
— Eu sei que não quer me dizer quem é o pai dele. O italiano — Damian estreitou os olhos. — Por que ele não a ajuda com a criança? Perdão a intromissão.

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