Isso fez Lauren despertar de vez, os sentidos em alerta. Ela limpou a garganta, tentando manter a compostura, mas Damian não a soltou. O calor dele a envolvia como um lembrete incômodo — ou delicioso — de tudo o que dividiam, mesmo que ela insistisse em negar.
— Senhor Lancaster!
A voz dela soou firme, mas um tanto esganiçada pela surpresa. Damian, no entanto, inclinou-se ainda mais, como se aquilo fosse uma provocação irresistível.
— Não foi assim que você me chamou no carro. — Ele sussurrou, a voz grave e aveludada, tão próxima que o hálito quente roçou a pele dela. Um arrepio percorreu a espinha de Lauren, tão intenso quanto inesperado.
Ela disfarçou o impacto com um tapa leve no ombro dele, mas a mão tremia.
— Na frente do Oliver, não! — murmurou entre os dentes, numa tentativa de conter a avalanche de sensações.
Damian soltou uma risada baixa, rouca — daquele tipo perigoso que ele reservava para momentos íntimos, quando o mundo inteiro parecia se calar entre os corpos deles. O som fez Lauren estremecer involuntariamente.
— Quando ele dormir. — Ele disse com a voz carregada de promessas e libertou-a dos braços, não sem antes piscar para ela, com um sorriso descarado que era pura provocação.
Lauren tentou respirar fundo e endireitar-se na cadeira, mas a tontura insistia em girar dentro dela. Primeiro fora o choque de ouvir Misaki chamar Damian de pai de Oliver. Agora, era o próprio Damian que a desequilibrava com aquele jeito atrevido.
"Homem sem-vergonha!", acusou-o mentalmente. Mas sua própria consciência retrucou, sarcástica: "Mas bem que você gosta, sua safada."
— Apenas namorados e casados se beijam, meu filho. — Ela disse ao menino, buscando recuperar algum controle. A voz soou doce, mas interna estava uma tempestade.
— Então é por isso que ele pensou certo. — retrucou Damian, e sem aviso, tomou a mão de René. Ela tentou puxar, assustada com o toque tão público, tão íntimo, mas antes que conseguisse, Misaki retornou com uma xícara de água morna, o rosto em festa.
— Aqui está! Ai, fico tão feliz de vê-lo feliz de novo, Damian!
Damian sorriu, quase com ternura, mas manteve os olhos fixos em Lauren.
— Eu também estou feliz. — Ele respondeu, antes de mover suavemente a mão de René, como se dissesse: Beba, amor. Havia algo de possessivo e carinhoso naquele gesto que a deixava confusa, ou pior, rendida. Lauren não queria cair nos encantos de Damian de novo!
— Preciso das duas mãos. Está quente. — Lauren murmurou, tentando recuar, mas sentia-se afogada naquela presença.
— Eu posso te ajudar. — Ele se adiantou, como se estivesse pronto para fazer isso por ela.
— Obrigada! — respondeu depressa, conseguindo se soltar antes que a situação saísse do controle. O sorriso amarelo que forçou logo foi encoberto pela xícara e pela fumaça que se elevava como um disfarce providencial.
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