Damian apertou a ponte do nariz entre o polegar e o indicador. Quando Elliot falava daquele jeito, ele sabia que o idoso estava pronto para uma briga.
— Vovô, Lauren e eu tínhamos um acordo, lembra?
— Um acordo! Cinco anos e você não pode esperar nem mesmo um dia a mais? — Elliot vociferou do outro lado da linha. — Como pôde deixar uma boa mulher como ela escapar das suas mãos. Francamente, não entendo como tenho um neto tão tonto!
Damian suspirou fundo. Ele sabia o quanto Elliot era parcial quanto à Lauren, sempre dizendo que ela era a mulher perfeita, a mulher que faria o neto feliz e que era a única que ele aceitaria como senhora Lancaster!
— Vovô, por favor…
— Vá atrás dela! Estou falando para o seu próprio bem, você vai se arrepender!
Elliot começou a tossir do outro lado da linha, o que fez Damian ficar alarmado.
— Certo, certo. Eu vou falar com ela e… bom, vamos ver se nos resolvemos. Tudo bem? Mas Lauren também não é obrigada a ficar presa a mim.
Damian não queria dizer que aquela mulher o tinha traído, jogado o nome dos Lancaster na lama. Não quando Elliot estava se tratando e o momento era o de saúde frágil. Damian era frio com os outros, mas não com o avô. Elliot era como um pai para ele. O pai que Rodney não foi.
Enquanto isso, Lauren estava com Logan, segurando a mão do irmão, que se preparava para uma cirurgia.
— Mana, como conseguiu esse coração? — ele perguntou. Depois de ter esperado tanto, ele tinha perdido o órgão, bem como as esperanças de se curar ou tentar ter uma vida mais digna.
— O doutor Caldwell nos ajudou. Ele conseguiu o coração e devemos ser muito gratos a ele.
Logan remexeu a boca e olhou para a irmã.
— Vocês… Lauren, você e o doutor não são namorados, não é?
Lauren arregalou os olhos e fingiu dar um tapinha no braço do irmão.
— Como pode dizer isso? Eu mal me divorciei, garoto! — ela mostrou a língua, mas logo sorriu. — Chega de conversa fiada. Já, já virão te buscar para a cirurgia.
Não demorou muito para que a equipe aparecesse e levasse Logan do quarto. Julian a acalmou, dizendo que fariam o necessário e que ela devia se tranquilizar.
Após muitas horas de espera, nas quais Lauren e os pais estavam aflitos, finalmente Julian apareceu e, ao retirar a máscara e mostrar um largo sorriso, acalmou imediatamente os corações dos Everett.
Os dias se passaram e Damian estava cada vez mais irritadiço. Ele sentia raiva de Lauren, dizia a si mesmo que ele tinha feito o mais correto, que era se divorciar. Porém, não compreendia o motivo de se sentir tão estranho, tão… vazio!
Cada vez que chegava em casa e Lauren não estava ali, o coração dele parecia se afundar um pouco mais na própria agonia. Por que ele se sentia daquele jeito? Por que aquela mulher conseguia atormentá-lo mesmo estando ausente?
Assim que saiu do banho, enrolado com uma toalha na cintura e outra secando os cabelos, Damian olhou para a cama. Lauren sabia como seduzi-lo e ele quase podia vê-la ali, em cima do colchão, com uma bela camisola vermelha de seda, esperando por ele. Damian não se seguraria e avançaria sobre ela, a fim de que tivessem uma noite tórrida de paixão.
— Eu fiz o certo! — ele sacudiu a cabeça e sentou-se na cama, enfiando os dedos nos cabelos úmidos. — Lauren me traiu e… e eu fiz o correto!
Damian não teria se divorciado dela, mesmo com o fim dos cinco anos de contrato, se não fosse a m*****a traição! E ela, ainda por cima, não teve nem mesmo a decência de se sentir mal. Não… ela parecia pensar que estava certo. Okay, ele admitia, por conta da dívida com Marissa, acabou não tratando Lauren muito bem como esposa, porém, não podia ele se sentir injustiçado? Se não fossem os esquemas dela, eles nem mesmo teriam se casado! Não daquele jeito!
— E pensar que…
Ele soltou um rugido de frustração. Durante os anos de casamento, Damian evitava ficar em casa, dormindo até mesmo no escritório, para fugir da tentação que era Lauren. Ele adorava tocá-la, mas sentia-se mal por “compactuar com o inimigo”. No entanto, pouco antes daquela última viagem dele, Damian resolveu se deixar aproveitar mais a companhia de Lauren e, francamente, ele nunca ficou tão satisfeito na vida! Ela estava mais sensível, mais receptiva do que nunca. E a última noite deles foi… perfeita!
— Merda!
Exausto e com a cabeça doendo, Damian tomou um analgésico e foi se deitar. Ele precisava tirar a m*****a ruiva da cabeça!
Uma semana passou e Damian estava tocando o terror na empresa. Tudo o irritava, nada estava certo, nada estava bom!
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